Três meses depois, Beatriz saiu do centro de emprego com uma carta para apresentação num escritório de uma agência de publicidade.
O escritório ficava num segundo piso de um arranha-céus.
Apresentou a carta a uma das empregadas e ela conduziu-a a um gabinete, onde
foi recebida por um homem ainda jovem.
O homem que lhe fez a entrevista, insistiu no facto de
precisarem de alguém com experiência, coisa que ela não tinha, de modo que a
jovem sentiu que não ia ficar, e o seu bonito semblante entristeceu-se.
O homem, moreno, olhava-a com os seus penetrantes olhos
cinzentos, tão fixamente que a jovem se sentiu incomodada e se levantou.
- Por favor sente-se. Ainda não acabei. Para este
escritório, preciso de alguém com muita prática, é um facto, mas tenho uma
proposta para lhe fazer.
Que proposta, poderia ele fazer-lhe, depois de levar todo
o tempo desde que ela entrara a mirá-la, daquele jeito estranho, e praticamente lhe dizer que no
escritório não tinha lugar para ela? Corou até à raiz do cabelo, e ia
protestar, mas ele não lhe deu tempo.
- Diz o seu currículo que é educadora de infância. É
verdade?
- Sim, -respondeu sem entender a pergunta
- E porque quer trabalhar num escritório, e não numa
escola ou creche?
- Porque até agora nunca trabalhei, e não é fácil
conseguir uma vaga para esses sítios a meio do ano e sem experiência. E preciso
trabalhar, - respondeu sem saber bem onde o homem queria chegar, ou que espécie
de proposta lhe iria fazer.
- Tenho uma filha de três anos. A minha mulher morreu há
pouco tempo. A menina está em casa entregue aos cuidados da avó. Porém a minha
irmã, vai ser mãe, e quer a nossa mãe junto dela. Fico sem ninguém para cuidar
da minha filha, e não quero nem posso nesta fase, pô-la numa creche. Preciso de alguém que cuide dela, e
lhe dê a atenção que ela precisa, ao mesmo tempo que a vá educando e motivando
para que tenha um crescimento físico e mental, saudável. E ninguém melhor para
isso que uma educadora de infância. Interessa-lhe?
- Claro que sim. Adoro crianças.
- E tem disponibilidade para começar amanhã?
- Sim.
- Muito bem. Antes de passarmos a falar do contrato
preciso saber mais uma coisa.
- Por vezes chego tarde a casa. Por isso o seu horário
não poderá ser um horário fixo. Por outro lado, quando saio em viagem, se a
minha mãe, não puder na altura ficar com a Matilde, teria disponibilidade para
dormir lá em casa?
- Toda a disponibilidade do mundo.
Ele olhou-a com curiosidade. Era muito jovem. E gente
jovem, gosta de sair divertir-se, namorar. Seria um risco confiar-lhe a sua filha?
Avançou com as condições do contrato que ela aceitou.
- Muito bem. Vou mandar redigir o contrato. Se puder
passar por cá um pouco antes da uma, assina o contrato e levo-a a minha casa
para que conheça a minha mãe e a Matilde. Creio que não lhe disse o meu nome.
César Ferreira, - disse levantando-se e entendendo-lhe a mão.
Apesar de saber que ele tinha o nome dela no currículo, retribuiu o cumprimento, repetindo o nome, antes de se retirar.
Apesar de saber que ele tinha o nome dela no currículo, retribuiu o cumprimento, repetindo o nome, antes de se retirar.
17 comentários:
A passar por cá para acompanhar a história e desejar um bom domingo!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
bom dia
o meu pressentimento de a dias atrás , parece que vai estar certo, e mais não digo.
até amanhã se Deus quiser.
JAFR
A ver vamos no que vai dar!!!bj
Que bom e ai vai dar alguma coisa legal,rs... beijos, chica
Começam a acontecer vossas boas :)
Acho que a esposa dele foi a mulher que morreu no acidente e que deixou uma filha de 3 anos. Sei que "adivinhar é proibido", mas pressenti que a Beatriz ia ser uma espécie de mãe para essa criança, só que pensava que o encontro com o pai fosse casual e não a procurar emprego. Estou a gostar.
Bom domingo.
Beatriz, jovem viúva, César, jovem e viúvo também. Vou continuar a acompanhar, para saber o que irá nos próximos capítulos acontecer entre Beatriz e César!
Tenha amiga Elvira uma boa tarde de domingo!
Eu não vou dar palpites, prefiro esperar para ver a história evoluir "normalmente".
Elvira, eu disse ao Gil que lhe dava 61,50 Euros para o seu projecto e ele respondeu-me que estava bem. Que faço agora?
Dinheiro para portes não há, pois não quero que me envie os CD's. Parece que fiquei num beco sem saída!
Hum!!! Esse trabalho promete. Cheirinho de romance no ar, hehe
Bjo, bjo
A acompanhar a história :)
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Ah: finalmente a vida parece começar a melhorar para a nossa heroína.
Bjn
Márcia
Tudo ótimo, e continuo acompanhando. beijinhos, Léah
Amor à vista
Kis :=}
Hum, que apetite!!!
Bjinho, amiga :)
Hum!
Gostei dos olhares, ai vem coisa boa.
Vou ler daqui adiante e só comentar na última leitura, pois estou por demais atrasada nas leituras, querida Elvira!
Beijinhos.
Parece que, além do emprego, Beatriz também vai encontrar um novo amor. Até me lembrei que do acidente resultou a morte da mãe de uma criança. Seria a mão do destino atuando? Se assim for, será que o fato não pertubará César?
Adorei acompanhar, pois sua narrativa é muito leve e gostosa de ler.
Ótimo final de semana!
Beijo.
Dizem que dois bicudos não se beijam, mas dois viúvos...
Abraços,
Furtado
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