Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta lápis de cor. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta lápis de cor. Mostrar todas as mensagens

14.11.18

ESTRANHO CONTRATO -PARTE XXIII




Pouco depois Ana acordou. Graça deu um beijo à sobrinha, e um presente que a criança abriu em alvoroço. Um livro de bonecos para pintar e uma caixa de lápis de cor.
Depois despediu-se. Ia fazer umas compras, voltaria à tardinha, quando as crianças viessem da escola, para lhes dar um beijo.
- Ainda vais hoje?
-Prometi ao Eduardo que ia. Até logo.
-Até logo.
Alegre, a criança experimentava os lápis, traçando sobre o caderno riscos de várias cores, Enquanto isso, Francisca pensava em Afonso. Como fora possível apaixonar-se daquele modo por um homem que ela tinha a certeza, nem sequer a via como mulher?
Devia estar feliz. Afonso cumpria escrupulosamente as condições do contrato. Ela comprava o que queria, fosse para a casa, para ela ou para as crianças, ele pagava as contas sem nunca a questionar. Tratava igualmente as quatro crianças sem distinções. E era gentil com ela, no pouco tempo que estavam juntos.
Mas na verdade não era feliz. Porquê? Porque naqueles  meses se apaixonara como uma idiota pelo marido. Apesar do que dissera à cunhada, quando estava sozinha com os seus pensamentos, sempre pensava nele como marido. E atrevia-se até a loucas fantasias, protagonizadas pelos dois. Quantas noites na solidão do seu quarto, sonhava que ele vinha, qual cavaleiro andante, salvá-la do desespero da solidão, a beijava, a acariciava, lhe pegava ao colo e a levava para a sua cama. E aí enlouquecia-a, fazendo-a vibrar como corda de viola. Então sim, seria uma mulher feliz. Mas não. Ele só pensava na falecida.
- Mãe. Toma. É para ti.
Ana estendia-lhe uma folha cheia de riscos coloridos. Abraçou e beijou a criança.
-Obrigado. É muito bonito. Vamos guardar tudo e lavar as mãos.  Está na hora do lanche. E depois, vamos ao parque, 
até à hora dos manos saírem da escola.
A criança bateu as palmas de contente e saiu a correr na 
sua frente.

reedição


13.11.16

ESTRANHO CONTRATO PARTE XXIII





Pouco depois Ana acordou. Graça deu um beijo à sobrinha, e um presente que a criança abriu em alvoroço. Um livro de bonecos para pintar e uma caixa de lápis de cor.
Depois despediu-se. Ia fazer umas compras, voltaria à tardinha, quando as crianças viessem da escola, para lhes dar um beijo.
- Ainda vais hoje?
-Prometi ao Eduardo que ia. Até logo.
-Até logo.
Alegre, a criança experimentava os lápis, traçando sobre o caderno riscos de várias cores, Enquanto isso, Francisca pensava em Afonso. Como fora possível apaixonar-se daquele modo por um homem que ela tinha a certeza, nem sequer a via como mulher?
Devia estar feliz. Afonso cumpria escrupulosamente as condições do contrato. Ela comprava o que queria, fosse para a casa, para ela ou para as crianças, ele pagava as contas sem nunca a questionar. Tratava igualmente as quatro crianças sem distinções. E era gentil com ela, no pouco tempo que estavam juntos.
Mas na verdade não era feliz. Porquê? Porque naqueles  meses se apaixonara como uma idiota pelo marido. Apesar do que dissera à cunhada, quando estava sozinha com os seus pensamentos, sempre pensava nele como marido. E atrevia-se até a loucas fantasias, protagonizadas pelos dois. Quantas noites na solidão do seu quarto, sonhava que ele vinha, qual cavaleiro andante, salvá-la do desespero da solidão, a beijava, a acariciava, lhe pegava ao colo e a levava para a sua cama. E aí enlouquecia-a, fazendo-a vibrar como corda de viola. Então sim, seria uma mulher feliz. Mas não. Ele só pensava na falecida.
- Mãe. Toma. É para ti.
Ana estendia-lhe uma folha cheia de riscos coloridos. Abraçou e beijou a criança.
-Obrigado. É muito bonito. Vamos guardar tudo e lavar as mãos.  Está na hora do lanche. E depois, vamos ao parque, até à hora dos manos saírem da escola.
A criança bateu as palmas de contente e saiu a correr na sua frente.