Quase nem jantara. Não conseguia pensar noutra coisa, que não na conversa dessa tarde. Há seis meses atrás quando saíra do hospital, era capaz de jurar, que não queria saber de homens nem de relacionamentos amorosos, nos próximos anos.
Três meses depois, conheceu César e a menina. E naqueles três meses as barreiras foram caindo. E não podia ser. É verdade, que a simpatia dele, a gentileza com que a tratava, a confiança que punha nela, foi calando fundo no seu coração.
Que já se surpreendera a pensar que pareciam uma família, e como seria bom se isso fosse realidade. Mas não sonhava que ele estivesse interessado nela. E francamente custava-lhe a crer, no contrário. Se era apaixonado pela mulher, e se o acidente fora pouco antes do Natal…
Não podia ser. O mais certo, era ter pensado, que dado o carinho que ela e a filha partilhavam, seria a pessoa certa para fazer o papel de mãe da menina.
Mas isso não chegava para um casamento feliz. E ela já tinha a sua quota de experiência, num casamento falhado.
Mas isso não chegava para um casamento feliz. E ela já tinha a sua quota de experiência, num casamento falhado.
Tão perdida estava nos seus pensamentos que se assustou com o toque do telemóvel. Era a mãe.
- Olá mãe. Aconteceu alguma coisa?
- Saudades, filha. Eu sei que estás a trabalhar há poucos meses, não terás férias este ano, mas não podias vir passar connosco um fim-de-semana?
- Não sei, mãe, talvez consiga ir uns dias em Agosto. Para a semana digo-te alguma coisa. Dá um beijo ao pai, por mim.
Desligou. Ainda tinha o aparelho na mão, quando tocou de novo. Nem queria acreditar. César? Nunca lhe ligara, sem ser quando estava com a menina. Não atendeu. Falariam na Segunda-feira. Tinha que ordenar os seus pensamentos, analisar sentimentos. E depois? Dependendo do que decidisse teria que lhe contar quem ela era.
Não podia, nem queria ter tal segredo a vida toda. Nunca seria feliz. Porque a vida havia de ser tão complicada? Porque tinha que arranjar trabalho exatamente naquela família? E porque é que ele havia de ser tão interessante? Talvez devesse despedir-se. Mas o pensamento de deixar Matilde, era insuportável. Era como se perdesse de novo o filho. Clara tinha razão. Ela bem que a avisara, que estava a transferir para Matilde, o amor que não pudera dar ao bebé.
Doía-lhe a cabeça de tanto pensar.
12 comentários:
Estou a seguir a história e a torcer por um final feliz
um abraço
Gábi
Que surpresa nos reserva o telefonema??
Boa semana
A passar por cá para acompanha a história e desejar uma ótima semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia, Elvira :)
Esta história está a deixar-me em pulgas eheheheh
Acompanhando com curiosidade...Muito legal! beijos, ótima semana! chica
Gostei deste capitulo.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Não é fácil. Não é mesmo nada fácil estar-se numa situação destas...
Saúde e um grande abraço, Elvira!
Devia atender o telefonema.
Mas então a história talvez fosse diferente... os romancistas fazem-nos esperar muitas vezes...
Continuo a gostar da história e da magnífica narrativa.
Boa semana, amiga Elvira.
Um beijo.
Vou ter que andar para trás algumas casas para alcançar o primeiro fio da meada. Gostei da atmosfera e da tensão da narrativa.
Um abraço, Sra. Elvira!
A história continua interessante!! :))
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Deambulam pensamentos ...
Beijo, e uma excelente semana.
Não atender a chamada do patrão pode ser grave! Vá que a menina está doente e precisa dela! Ela pensa demais!
Boa semana (com muita chuva)!
Ai, para que seria aquela chamada telefónica? Querem ver que o César quer andar para a frente?
Veremos.
Bjs
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