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14.9.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE XXVIII

 






Sonhava que estava casada com César e estavam de férias os três, num local paradisíaco, onde César a fizera sentir-se mulher, em toda a plenitude da sua paixão. Acordou sobressaltada com a certeza de que estava irremediavelmente apaixonada. 
Tentando esquecer passara a manhã, nas limpezas. Depois tomara banho e almoçara. Arrumara a cozinha, e preparava-se para ir passar a ferro, a roupa da semana, quando a campainha tocou. Perguntou quem era. A resposta deixou-a desconcertada. Olhou para si. Tinha vestido umas calças de ganga justas, e um top azul sem mangas. O cabelo comprido, apanhado no alto da cabeça, e os pés descalços. Adorava andar descalça, e em casa durante o tempo quente, andava sempre assim. Não estava propriamente vestida para receber visitas, mas não podia deixá-los à espera enquanto se arranjava. Abriu a porta e ficou surpresa. Não esperava encontrar César sozinho.
-Olá. Posso entrar?
- E a Matilde?
-Ficou em casa da tia com os primos e a avó. Tenho que ir buscá-la para me deixares entrar?
- Entra – disse desviando-se para ele passar, - pensei que vinham os dois.
- Não me atendeste o telefone ontem. Disse-te que tínhamos de falar, e parece que não me levaste a sério. E como precisamos fazê-lo, prefiro assim, tu e eu sem interrupções.
Não respondeu. Voltou-lhe as costas e entrou na sala. Foi até à janela. Não queria olhar para ele. Tinha a certeza que estaria mais corada que pimentão maduro. Disse:
-Não há o que falar. Tu e eu, não temos nada em comum, a não ser o facto de sermos os dois viúvos, e o amor que temos pela Matilde.
Aproximou-se dela, rodeou-lhe a cintura e fez com que se virasse. Os olhos cinzentos mergulharam nos dela.
-És capaz de repetir isso, olhando-me assim? É claro que não, - disse quando ela desviou o olhar. Sei que te sentes tão atraída por mim, como eu por ti.
- Atração, não é amor. Os desejos do corpo, não são sentimentos. E não se pode pensar numa vida em comum baseado nisso.
- É claro que não. Mas a atração e o desejo, fazem parte do amor que sinto por ti.
-Não acredito, que se esqueça um grande amor, em tão pouco tempo. Berta, disse que amavas muito a tua mulher.
-É verdade. Amava, no passado. Laura está morta e o passado, enterrado com ela. Resta uma terna recordação, que me vai acompanhar toda a vida. E uma filha que muito amo. Tu e eu estamos vivos.
Inclinou-se para a beijar. E estava quase a fazê-lo quando ela colocou a mão espalmada entre os dois e disse quase num sussurro.
- Não pode ser! Eu sou culpada da morte dela!
E sem se poder conter, escondeu o rosto entre as mãos e deu livre curso às lágrimas.
O homem não pareceu surpreendido. Esperou em silêncio que se acalmasse. Depois pegou-lhe na mão e puxou-a para o sofá.

Quero agradecer a todos os amigos que acompanham esta história embora alguns já  se mostrem cansados, pelo que  vou ver se me lembro de deixar as próximas  mais curtas. Todos sabem os problemas com que me debato por causa dos olhos. Por isso os altos e baixos nas minhas visitas aos vossos blogues.
A minha gratidão pela vossa compreensão.  Bem Hajam

9 comentários:

Emília Pinto disse...

Cansada da estória? Nem penses, Elvira! Estou a adora e o final, espero, vai ser feliz. Amanhã cá estarei para a surpresa. Um beijinho e boa noite
Emilia

redonda disse...

Parece-me que ele já sabia...
E não estou nada cansada da história, mais ou menos comprida, gosto de todas!
um abraço e uma boa noite

Pedro Coimbra disse...

Não canse os olhos.
Nós não estamos cansados coisa nenhuma.

Tintinaine disse...

Por mim está tudo bem, curtas ou compridas eu leio tudo. Assim como assim, não tenho mais nada que fazer! E espero que os olhos aguentem mais uns aninhos!

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Tenho acompanhado a história desde o princípio e só não tenho feito alguns comentários porque estou a recordar a mesma e não me lembro bem de alguns pormenores, mas nunca me cansei de uma história sua, antes pelo contrário, estou sempre à espera de outro episódio .

JR

chica disse...

Acompanho com atenção e gostando muito da história e desejo apenas que fiques bem boa dos olhos, sei bem o quanto isso atrapalha! beijos, chica

noname disse...

Eu, só posso falar por mim, e não estou nada cansada, não senhora.

A sua saúde é o mais importante e espero que não se prejudique em prol desta história ou de outras que venham.

Beijinho, e por favor, cuide-se

Caderrno de San disse...

Respire fundo e transpire novos capítulos. A sua narrativa é sedutora. Nos folhetins, antigamente, era um capítulo por dia, por semana, por mês. O importante, além do domínio das técnicas, (é inquestionável o seu domínio) é prender o leitor (e as algemas estão bem fechadas) e criar um suspense. Aguardamos os próximos, sem sacrifícios.
Um abraço,

Isabel disse...

minha querida Elvira
Lamento desaponta-la mas não estou a achar a sua narrativa nada comprida, pelo contrário bastante interessante e a acompanhar com muita ansiedade, já que está maravilhosa.
Espero que as visitas ao médico estejam a dar bons resultados e que em breve nem se lembre.
Um grande abraço de carinho