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7.9.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE XXV


Eram dezassete horas, quando chegaram ao apartamento de Beatriz. Matilde mostrava-se muito admirada, como se nunca tivesse passado pela sua cabeça, que a ama também tinha uma casa.

A jovem procurou no guarda fato, uma pequena mala, onde colocou algumas peças de roupa, o secador de cabelo e os artigos básicos de higiene. Depois, para satisfazer a curiosidade da menina mostrou-lhe a casa. Desculpou-se com o não se lembrar onde tinha a chave, para não lhe mostrar o quarto do bebé, que mantinha fechado desde que saíra do hospital. Não queria ouvir as perguntas da criança, nem ter de lhe dar explicações.

Eram quase vinte horas, quando César telefonou.
Quis saber se estava tudo bem, e ela respondeu que sim e disse que ia passar o telefone à menina.
Não ouvia o que o pai lhe dizia, mas ouvia a menina falar dela, e sem saber porquê sentiu-se incomodada.

Que se passava com ela? Porque é que ultimamente pensava tanto nele? Não podia estar a interessar-se por ele, conhecia-o há menos de três meses. Certo que foram meses em que se viram todos os dias. Mas quase não se falavam. Tudo o que ela sabia sobre ele, fora Berta que lhe contara. Por ela soubera que ele sofrera um grande desgosto com a morte da mulher. 

Deviam amar-se muito, por isso era normal que não procurasse outro relacionamento. Sorriu ao lembrar o que Clara lhe tinha dito numa conversa anterior “mulher, vocês estão no mesmo barco. Deviam remar juntos.” No mesmo barco estariam, mas não pelo mesmo motivo. Ele estaria por recordação a um grande amor, ela estava por desilusão. Nunca remariam para o mesmo lado.
- Bia, o pai quer falar contigo – disse a menina estendendo-lhe o telefone
- Estou…
Silêncio. Será que ele tinha desligado? Repetiu:
- Estou…
- Sim, tinha deixado de ouvir, julguei que a chamada tinha caído. Ligo amanhã antes de me ir encontrar com o cliente. E quero agradecer-te. Obrigado … Bia.

E desligou, deixando-a a olhar o telefone como se ele fosse um bicho raro. Bia? Porque é que a  chamara assim? Certo que a menina, a tratava por Bia desde a primeira semana. Mas ele? E agradecera-lhe. Que raio havia para agradecer? Ficar com a menina? Estava no contrato. Cuidar bem dela? Era a sua obrigação. Se ele soubesse, que ela estava implicada no acidente que o privara da mulher…

8 comentários:

noname disse...

Agora a coisa enredou-se :)

Bom descanso, Elvira


Pedro Coimbra disse...

Se ele soubesse.
Não sabe??

Tintinaine disse...

Calma aí que a coisa vai arranjar-se!
Bom dia!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está a ficar interessante.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

chica disse...

Realmente um segredo instigante esse...Se ele soubesse...
Bah!!! Vamos esperar! beijos, lindo dia! chica

Maria João Brito de Sousa disse...

É mais frequente do que muitos pensam, pessoas inocentes sentirem-se culpadas apenas por terem laços de sangue ou relacionamentos com os verdadeiros culpados...

Aguardemos.

Forte abraço, Elvira!

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Teresa Isabel Silva disse...

Passando para acompanhar!

Bjxxx
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