Seguidores

2.9.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE XXIII

Um mês depois, a rotina estava instalada naquela casa e nos hábitos de Beatriz e de Matilde.
Obtida a autorização para sair com a menina dos limites casa-jardim, e aproveitando os dias de imenso calor que se faziam sentir, naquele mês de Julho, a jovem preparava um lanche e todos os dias saíam de casa pouco depois das nove e regressavam perto do meio-dia.

Iam ao parque, ou à praia, ao jardim zoológico, onde a criança adorava ver os animais, e onde foram várias vezes, visitando o jardim por fases, pois o tempo diário de que dispunham, era manifestamente insuficiente para ver o zoo.
Matilde parecia outra menina, estava alegre, e muito mais descontraída que há dois meses atrás quando Beatriz a conheceu.

Com o pai da menina, não tinha voltado a conversar, viam-se todos os dias, mas pouco mais falavam do que uma banal saudação.
Decerto a filha lhe contaria o que faziam ou por onde andavam, mas a Beatriz ele não fazia perguntas, e ela agia com a menina exatamente como agiria se  fosse sua filha.

Naquela manhã César, disse-lhe que precisavam conversar, e encaminhou-se para o escritório. Ela seguiu-o deixando Matilde com a cozinheira.
- Sente-se Beatriz. Chamei-a porque estou com um problema. Preciso viajar, e a minha irmã nega-se a deixar a minha mãe vir tomar conta da Beatriz. Não sei se sabe, ela teve gémeos, e está muito nervosa, diz que não consegue tratar dos filhos, sozinha. Sei que lhe falei na possibilidade de ter que ficar algum dia com ela de noite, e me disse que não havia problema. Mas não é uma noite. Serão duas, ou talvez três. 
- Não tem problema, eu fico com ela. Se o senhor confia em mim, ao ponto de deixar a sua casa e a sua filha à minha guarda, eu garanto que cuidarei delas como se minhas fossem.

Ele voltou a olhá-la daquele modo indefinido que a deixava perplexa. Depois disse:
- Se eu te confio a minha casa e a minha filha, não achas esquisito o  nosso tratamento cerimonioso. Trata-me por César. – E reparando no ar renitente da jovem acrescentou, - por favor.
- Como queiras, - respondeu.
- Vou preparar a mala. Ainda vou ao escritório assinar uns documentos e parto de seguida. Depois de amanhã à tarde, estarei de volta se tudo correr bem.


8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Cada vez mais intrigado.
Se é uma vingança ele é mesmo frio.
Bfds

Tintinaine disse...

Foi dado o primeiro passo, o resto acontecerá com a maior normalidade. Isto penso eu, mas a autora pode ter outras ideias!
Bom fim de semana!!!

chica disse...

As coisas tomando um rumo para entendimentos futuros...Já vão conversar sem tantas cerimônias... beijos, lindo fds! chica

Isabel disse...

Ola minha querida Elvira
estou curiosa com o desenvolvimento da história....
ATé sempre

Maria João Brito de Sousa disse...

Desta forma, cimentar-se-ão mais ainda os laços entre a protagonista e a pequenina...

A ver vamos no que isto vai dar :)

Saúde e um forte abraço, Elvira!

Duarte disse...

Isso está bem, intriga e paixão, mas até onde? Aguardo.
Já falta menos para o inicio das minhas aulas e então seguir deleitand-.nos com as tuas criações literárias. Já te contarei!
Grande abraço de vida

Cidália Ferreira disse...

A coisa está a compor-se!:)
-
Soltam-se raios de sol pelas fendas da manhã

Beijos. Bom fim de semana.

noname disse...

Leitura em dia, e já à espera do próximo número :)

Beijinho, Elvira