Enquanto
esta decorria, Laura, recordava a cerimónia do seu próprio casamento e não pode
evitar ficar com o olhar turvo pelas lágrimas. Mordeu os lábios tentando evitar
que elas se soltassem e lhe descessem pelas faces. Fernando, o padrinho do
noivo, que desde o primeiro momento se manteve mais atento a ela, do que à
cerimónia em que estava a participar, estendeu-lhe um pequeno lenço,
imaculadamente branco, que ela aceitou e disfarçadamente levou aos olhos
tentando não borrar a maquilhagem.
Enquanto
isso, a cerimónia decorria, os noivos faziam as suas promessas, trocavam as
alianças e o padre declarava-os casados dizendo ao noivo que podia beijar a
noiva, enquanto todos os convidados se levantavam para aguardar a bênção final.
Terminada a cerimónia que Fernando quase não viu, preocupado com a mulher que estava a seu lado e com o evidente sofrimento dela, que lhe apertava o coração e lhe punha um nó na garganta, o padre cumprimentou o novo casal desejando-lhes uma vida muito feliz e retirou-se enquanto familiares e amigos se aproximavam do altar para lhes dar um abraço e desejar felicidades na nova vida.
Depois das fotos, o cortejo seguiu para o restaurante onde após o lauto almoço a festa prosseguiu animada. Depois da valsa dos noivos, Rita e Inácio, padrinhos da noiva, dirigiram-se para a pista. Apesar do seu avantajado ventre de sete meses Rita mostrava-se alegre e feliz, não só porque depois de um primeiro casamento infeliz, tinha encontrado em Inácio o seu atual marido, um homem bom, trabalhador e amoroso, mas também por aquele casamento que culminara uma longa etapa de sofrimento da sua amiga.
Enquanto
isso, Fernando observava Laura a chamar a atenção do seu filho Miguel, que com
os seus trinta e dois meses era um bebé cheio de energia. Queria dançar com ela, mas a
jovem parecia estar atenta apenas aos filhos, talvez para evitar socializar com
ele ou qualquer outro convidado masculino.
Naquele
momento, a música acabou, e Rita e o marido voltaram à mesa:
-Meu
Deus, devia ser proibido por lei alguém se casar quando as amigas se encontram
com um barrigão assim. Doem-me os rins quase não posso com as pernas, tenho os
pés inchadíssimos, - lamentou-se. E a Sofia coitada, que nem consegue
levantar-se. Está quase no fim do tempo ainda tem a criança no copo de água da
cunhada.
Virou-se
para Laura e Fernando e perguntou:
-Vocês
não vão dançar?
-Tenho
que estar atenta ao Miguel – respondeu ela.
-Não
seja por isso, nós olhamos por ele, não é verdade amor?
-
Claro. Aproveitem, que vir para um casamento e não dançar até devia ser
proibido, - respondeu Inácio
Fernando
levantou-se e estendeu a mão a Laura convidando-a para a pista de dança. Ela
levantou-se e seguiu-o um tanto acanhada.
Conhecia-o
desde criança, já que eram vizinhos e os separava apenas três anos, mas
principalmente porque ele e o seu irmão mais pareciam irmãos gémeos, do que
vizinhos, pois estavam sempre juntos, ora na casa de um, ora na casa de outro.
Os dois foram desde logo os seus companheiros de brincadeira, mal cresceu o
suficiente para que as suas pernas conseguissem acompanhá-los.
Continuaram
juntos pela infância e adolescência, frequentaram as mesmas escolas, apesar de
eles estarem três anos adiantados, e sempre se preocuparam em protege-la de
outros alunos mais velhos e das suas partidas.
Ela
não se lembrava de uma festa, ou de uma ida a uma discoteca em que os dois não
a acompanhassem. E isso durou até que ela entrou na Universidade, pois aí ela
conheceu Joaquim logo no primeiro ano e nunca mais se despegaram até ao
casamento.
10 comentários:
Tantas "desgraças" se seguiram a inocentes danças :))
A novela começa um tanto triste, mas acredito que com a continuação virão episódios mais alegres.
Bom dia!
Por vezes existe mesmo esse medo. Mas no amor algum cuidado precisa-se. Existem muitos amores que acabam em desamores. Acredito que seja uma Estória de amor muito interessante.
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Uma quarta-feira feliz … cumprimentos cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Lendo e relendo,- para ver se consigo acompanhar e destrinçar quem é quem - cá vou seguindo a nova novela, sem medo de amar e sempre acreditando na força do Amor.
Um abraço e muita saúde, Elvira.
Vamos ver o que isto dá :)
Bom dia, Elvira
Tive de recuar porque o primeiro capítulo calhou num dia em que tive várias consultas e não consegui passar pelo Sexta-Feira.
Muita força para mais um belo conto, querida amiga!
Saúde, Paz e um forte abraço!
Boa tarde Elvira,
Uma história que decerto vai ter bastante enredo, a avaliar pelos casais envolvidos.
Estou a gostar.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Muito bom e vamos acompanhando tua inspiração sempre maravilhosa! beijos, chica
Durante a cerimónia/copo de água dum casamento acontecem muitas coisas. O que é normal. Revivem-se momentos muito interessantes porque é quando se juntam os familiares e amigos. Espero que a Helena e o Gonçalo sejam felizes. :)
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Sussurros à lua...
Beijos e uma excelente semana
Um enredo que coloca já algumas questões no ar, com diálogos vivos, mas para entender melhor tenho de recuperar a leitura e ver o que aconteceu na primeira fase da história, por forma a estar um pouco dentro do que aconteceu anteriormente.
Abraço, saúde, espero que esteja bem, deixo os votos de bom início de semana
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