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Miguel
aproximou-se. Colocou-lhe um dedo debaixo do queixo, obrigando-a a olhá-lo.
O
desespero que viu no seu olhar, foi tão grande que ele sentiu uma vontade
imperiosa de cuidar e proteger a jovem. Era um sentimento estranho e
avassalador.
“Deve
ser, assim que um pai se sente, perante o sofrimento da sua filha” - pensou enquanto a olhava.
-
Não se preocupe, - disse tentando incutir nela uma tranquilidade que ele
mesmo não sentia. Logo ou amanhã lembrará.
Venha
comigo. A minha casa não é lá grande coisa, mas nela encontrará abrigo até que
se lembre de quem é e onde mora. Aqui sozinha não está bem. Este local é muito
belo, mas às vezes é traiçoeiro, - disse enquanto dava voltas à cabeça,
indeciso, sem saber se devia ou não contar à jovem, que meia hora antes, ele a
salvara de se esborrachar no fundo da falésia.
Por
fim decidiu que era melhor não dizer nada. Colocou a maleta sob o braço
esquerdo, pegou o cavalete com a mão esquerda e estendeu a mão direita à jovem.
-
Venha.
Como
um autómato a jovem deu-lhe a mãe
e começaram a caminhar em direcção à estrada, onde Miguel tinha o seu velho
carro.
Aí chegado,
abriu a porta do velho “carocha” e fez entrar a jovem. Depois guardou o
material de pintura e sem uma palavra, sentou-se ao volante e arrancou em
direcção à sua casa nos arredores da cidade.
Era uma
habitação antiga, à qual se tinha acesso por dois altos degraus em pedra,
ladeados por um pequeno corrimão de ferro, que já fora verde, mas que agora
apresentava largos pedaços ferrugentos.
- A casa é
muito antiga. Era de minha avó, foi aqui que nasceu meu pai. Este corrimão, foi
posto aqui,quase no fim da vida da avó Ermelinda, para a ajudar na subida, -
disse Miguel enquanto galgava os dois degraus com facilidade. Venha, não tenha
medo- disse abrindo a pesada porta de madeira
A jovem
seguiu-o e encontrou-se num pequeno patamar donde partiam três degraus de pedra
que davam acesso à sala. Embora a casa fosse um rés-do-chão, no exterior, no
interior estava quase ao nível do primeiro andar.
Subidos os
três degraus, encontraram-se numa sala, com uma grade de ferro, à volta do fosso da
escada.
18 comentários:
Como estava em branco, relativamente a este seu novo conto, desci dos patamares e cá estou, ansiosa por saber como se vai sentir a jovem, desmemoriada, na casa do Miguel. E, o mais importante, se e como recuperará a memória...E o mais que se seguirá.
Ter olhos castanhos, dourados e quentes, só podem pertencer a uma boa menina!
Um abraço, amiga Elvira.
Esta postura paternalista parece afastar a possibilidade de romance.
Será??
Vamos ver.
Bfds
Estou gostando e aguardando com curiosidade o desenrolar... bjs, chica ,lindo dia!
Porque, já chegaram a casa,
agora esperar pelo desfecho
que a jovem diga de sua graça
do Miguel será esse o desejo!
Tenha uma boa tarde de sexta-feira,
amiga Elvira, um abraço,
Eduardo,
ola...publiquei uma TAG que respondi e indiquei você, mas só se quiseres participar, Ok? O link é http://ornague.blogspot.com.br/2015/10/11-fatos-sobre-mim.html
Desejo-te um final de semana abençoado e cheio de PAZ.
Bjs
Vou lendo os teus contos em «fascículos» - que realidades duras e sérias nos contas...
Beijinhos
Que mais lhe irá acontecer... Vou seguido a descrição sem querer fazer projectos...adivinhar alguma novidade...
ai ai ai quem será esta bela e desmemoriada jovem? E o que irá acontecer aos dois?
Olá Elvira,
Será que este sentimento estranho e avassalador não se trata do despertar de um amor por parte de Miguel? Não me parece um sentimento apenas paternal.
Aguardemos.
Beijo e ótimo final de semana.
Li deliciado estes dois capítulos que tinha em atraso.
Cumps
Como outro comentador disse, a postura paternalista parece afastar a possibilidade de romance. Também pela maneira como fala da casa e família, parece-me que o Miguel não tem filhos. Se assim é, ele vai acostumar-se ou aprender a viver com esta nova situação, com esta jovem.
Bom domingo!
Agora Miguel leva-a para casa, e estou curiosíssima acerca dos diálogos que surgirão entre eles.
Belo ritmo narrativo, Elvira, sempre com muito suspense!
Um bom resto de domingo.
xx
Oi Elvira,
Pensei que estava muito atrasada nas postagens....
Esse como todos os outros prometem
Beijos no coração
minicontista
Oi Elvira, estou meio atrazada pelos afazeres, mas vim
correndo para ler, pois estou curiosa!
Abraços, e uma abençoada semana!
Mariangela
OI ELVIRA!
ESTOU GOSTANDO MUITO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
A presença feminina numa casa é sempre bem-vinda e, muitas vezes, necessária em todos os aspectos. Continuo gostando e aguardando.
Abraços,
Furtado.
Lendo, com curiosidade...
:)
Casas antigas sempre tem um valor sentimental, tendo em vista guardar histórias das famílias que ali viveram...
Socorro Melo
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