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5.6.07

BALADA PARA UM CAVADOR

Passava
ao nascer do sol
enxada ao ombro
rosto mui sério.

Ia pró campo
e
quantas vezes
tempos sem fim
ficava
a olhar
os pássaros a voar.

Curvava lento
as costas
cansadas.

E a terra gemia
a cada corte
da enxada.

Ao findar o dia
triste
acabrunhado
o cavador seguia
o olhar cansado.

A enxada ao ombro
breve estremecia
e o homem sonhava
voar alto um dia.
Como os passarinhos
voar mundo além
enfrentar o mundo
e gritar também.

Liberdade! Liberdade!

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais um belo poema.
Infelizmente, ainda existem muitos cavadores assim: só trabalho, sem esperança de uma vida melhor!

Anónimo disse...

Hoje já quase não há cavadores.As terras são lavradas, quando são. Também já quase não há lavradores. Dói na alma ver tanta terra inculta.Qualquer dia só comemos "plástico". Mas também com a "vida" que tinham não era de esperar outra coisa.