Saíram do salão onde a festa continuava a decorrer, em silêncio, mas logo que chegaram à rua, Laura disse:
-Obrigado
por me acompanhares. O meu carro está aqui, já podes voltar para a festa e
divertir-te. Passaste o tempo todo ao meu lado.
-Não
entendeste, Laura. Vou levar-vos a casa, embora o faça no teu carro. É noite e
tens três crianças contigo. A condução de noite é mais perigosa, qualquer
distração com as crianças pode ser fatal.
--Mas… como fazes para voltar? Tens aqui o teu
carro.
-Não
te preocupes, apanho um táxi, e venho buscá-lo.
Estendeu
a mão e depois de uma breve hesitação, Laura entregou-lhe a chave.
Ele
deu a volta ao carro, sentou-se ao volante, e abriu a porta do pendura quando
ela, depois de sentar o filho na cadeirinha, apertar o cinto de segurança, e
verificar se a filha e sobrinha, tinham apertado os cintos, fechou a porta
traseira. Depois pôs o motor a trabalhar e arrancou suavemente.
Apesar
da distância não ser muito grande, os dois adultos fizeram-na quase sempre em
silêncio. O pequeno Miguel, adormecera mal o carro se pusera em movimento e
Laura tinha o corpo um pouco virado a fim de observar a filha que ao contrário
do irmão se mantinha em animada brincadeira com a prima. Fernando concentrava a sua atenção na
estrada.
-
A Matilde e a Sara dão-se tão bem que parecem ter sido criadas juntas, - disse
ele ao entrar na rua onde Laura morava.
-
As crianças são assim. Fazem amizade rapidamente.
Ele
estacionou o carro em frente à porta e disse:
-Vai
abrir a porta. Eu tiro o Miguel da cadeirinha e levo-o.
Matilde
e Sara, saíram do carro e correram para a entrada rindo de qualquer coisa e
Laura seguiu-as para lhes abrir a porta.
Fernando
retirou o bebé adormecido, aconchegou-o ao peito com ternura,
fechou
a porta do veículo e seguiu para casa.
Lá
dentro, Laura estendeu os braços para receber o filho adormecido, mas ele disse
baixinho. Se me disseres onde é o quarto dele, levo-o para lá.
Em
resposta ela abriu uma porta, entrou e acendeu a luz, mostrando um quarto
infantil, com uma cama, uma cómoda, uma banqueta alta estofada e uma cadeira.
Laura retirou da comoda, uma fralda e disse baixinho apontando a banqueta.
-Deita-o
aqui, preciso mudar-lhe a fralda. Se aceitares um café, podes esperar na sala,
eu não demoro.
Ele
abanou a cabeça dizendo:
-Espero-te
aqui
8 comentários:
Gostei de ler este capitulo.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Passo a passo a coisa vai andando. Toda mãe gosta de quem trata com carinho o filho! Vamos acompanhando! Linda semana! beijos, chica
A história vai ganhando corpo, tal como as vidas que despontam...
Forte abraço, amiga!
Para já, só ele tenta uma aproximação diferente da que têm. Vamos ver onde isto os leva.
Boa tarde, Elvira
Adorei :)
-
Não adianta contrariar o coração...
Beijos, bom fim de semana.
Vou esperar que a novela avance, para já não entendo nada. Sem conhecer as personagens e o seu passado é difícil vaticinar o que irá acontecer. Deixemos a novelista desenrolar o novelo!
Boa tarde Elvira,
Esta história tem muitas personagens!
Tenho que me concentrar e arranjar um tempinho para me situar;())!
Beijinhos e saúde.
Ailime
Um momento familiar, belo como todos os momentos familiares e com um pormenor que achei uma pequena delicia pela naturalidade e pela verdade nele contida "as crianças são assim. fazem amizades rapidamente" Eu sei que parece simples mas são estes toques que transmitem realismo e que dão cor ao texto e ao conto que se quer oferecer.
Vou continuar, um abraço e espero que esteja bem
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