De Gaulle
A situação é grave, o continente europeu encontra-se na iminência de uma guerra total.
Churchill propõe uma União Franco-Britânica, que o governo francês rejeita.
Pétain torna-se presidente do governo francês, e pede o armistício. De seguida pede pela rádio, que os franceses deixem de lutar.
O general De Gaulle, em Londres, faz também pela rádio um apelo contrário, apelando ao patriotismo dos franceses e pedindo-lhes para continuarem a luta, tanto na metrópole como nas colónias.
Darlan, o almirante que comandava a Marinha de Guerra francesa, dá ordem para que toda a frota seja afundada, se os alemães tentarem a sua captura.
O Armistício franco-alemão é assinado em Rethondes. O 3º, 5º e 8º exército francês, num total de 400.000 homens rendem-se.
Em Campolide, o Manuel, vê o seu amigo Varandas ser mobilizado para os Açores, enquanto ele passa a ajudante de cozinheiro.
No mesmo dia é inaugurada em Belém a Exposição do Mundo Português.
O Armistício franco-italiano é assinado em Roma, e por algum tempo os combates cessam em todas as frentes. Como sol de inverno a paz durou pouco.
O governo britânico reconhece o general DE Gaulle como chefe dos Franceses Livres, e manda retirar o pessoal militar das ilhas britânicas do canal da Mancha.
Salazar e Franco assim um Protocolo Adicional ao Tratado de Amizade e Não Agressão, entre Portugal e Espanha, que vigorava desde Março de 1939.
O governo francês instala-se em Vichy, uma conhecida instância termal.
A marinha de guerra britânica ataca a frota francesa do mediterrâneo, em Mers-el-Kebir, perto do porto argelino de Orão, e apreende os navios franceses em portos britânicos.
Os governos de um e outro país cortam relações diplomáticas. A Roménia proclama a sua amizade às forças do eixo, enquanto ingleses e italianos travam a batalha naval de Cabo Spartivento.
Hitler faz mais um dos seus inflamados discursos em Berlim, no qual propõe à Grã-Bretanha um
“Último apelo à razão” e em resposta a Grã-Bretanha reconhece a criação do Governo Checoslovaco no exílio.
O governo de Vichy condena à morte De Gaulle, e este com a ajuda de Churchill, cria as Forças Francesas Livres.
No Verão, torna-se evidente que a Inglaterra não está disposta a ceder, pela tenaz resistência no Canal da Mancha. Franco, quase a entrar no conflito, ao lado de Hitler, retrai-se. E quando a 3 de Setembro a Grã-Bretanha bombardeia durante 2 horas Berlim, Franco fica ainda mais temeroso. “Se conseguem atingir o coração do Reich, o que não farão a Espanha?”
Tem-se como certo que Hitler irá atacar Gibraltar. Este é uma fortaleza no mediterrâneo, e conquistado pelos alemães seria um golpe fatal para os ingleses. Por outro lado também se sabia, que se os alemães atacassem Gibraltar, estes iriam ripostar. O cenário seria mais ou menos este. A Alemanha avança sobre Gibraltar, e os ingleses invadem as Canárias, e tomam os Açores e Cabo Verde.
Churchill estava preparado para chegar aos Açores, logo que os alemães pusessem um pé em Espanha em direcção a Gibraltar.
A tomada dos Açores, podia levar a que os alemães invadissem Portugal, para evitar outra invasão inglesa.
Para evitar que tal acontecesse, milhares de soldados portugueses, foram para os Açores, nesse e nos anos seguintes. Muitos dos filhos da escola do Manuel, foram para lá, e entre eles o seu grande amigo, Zé Varandas.
Começa a ofensiva Japonesa na Indochina, e o exército italiano, invade o Egipto. Londres é atacada pela aviação alemã, numa tentativa de enfraquecimento para uma invasão próxima.
As Forças Francesas livres, e Britânicas são derrotadas em Dakar.
Alemanha, Itália e Japão assinam o Pacto Tripartido.
A Alemanha invade a Roménia e a Itália invade a Grécia, onde são cercados por Regimentos gregos de Evzones, e deixam 5000 prisioneiros.
O presidente Roosevelt é reeleito nos EU da América.
Hitler e o seu Estado-maior começam a planear invadir a União Soviética.
As Comemorações do Duplo Centenário da Fundação e da Restauração são encerradas em Lisboa, com uma sessão solene na Assembleia Nacional.
Manuel recebe uma carta da Piedade, escrita pelo Sr. Américo, que mostra a aflição do seu coração de mãe, com as notícias dos soldados que vão para a “guerra” nos Açores.
UM BOM CARNAVAL PARA TODOS OS QUE GOSTAM DA FOLIA.
12 comentários:
O MANUEL É UMA FORMIGUINHA QUASE INSIGNIFICANTE NO MUNDO DE MOVIMENTAÇÕES POLÍTICAS.
TUDO CRESCE E SE MOVIMENTA NUMA VELOCIDADE ALUCINANTE MAS AINDA ASSIM COM UMA ADAPTAÇÃO NA VIDA SOCIAL DAS PESSOAS PAUSADA E LENTA.
QUANDO FALTA CULTURA O MUNDO NÃO CRESCE E NESTE TEMPO HAVIA AINDA UM MUNDO BASTANTE ESCURO.
Que grande pesquisa, Elvira, a dar um cenário de grande dimensão aos passos do Manuel, qual peão atirado quase por engano para o o enorme tabuleiro.
Beijo :)
O mundo fervia num caldeirão de ódios e de incertezas.... O coração de Piedade, certamente, despedaçava-se de medo pelo que pudesses estar acontecendo com seu filho, tão distante.
Um bom dia para você, Elvira
A Hostória é feita de histórias, sim.
Uma alegre Terça Feira Gorda lhe desejo
Elvira, basta fecharmos os olhos e parece que estamos assistindo a história diante de nós através de uma tela. Parabéns por conseguir nos fazer, pelo menos no meu caso, viver a história de uma maneira tão intensa. Um beijo no seu coração.
Olá, Elvira!
E o Manuel por cá continuou, no abrigo da cozinha, enquanto a guerra crescia e alastrava por essa Europa fora.Como curiosidade, o meu pai não teve a mesma sorte, e lá marchou ele para San Miguel, Açores - comigo ainda por nascer - e pelo que fui ouvindo pela vida fora não encontrou grandes razões de queixa.
Muitas pequenas histórias fazem uma grande, e nós Portugueses, ainda que ficando de fora, também fizemos parte dela.
E cá ficamos a aguardar, para saber o que o destino reserva ao nosso guia histórico.
Abraço amigo.
Vitor
Uma bonita homenagem a Manuel que viveu mum período muito conturbado...
Bom Carnaval, Elvira :)*
O desfile da História enquadrada pela vida do Manuel, continua numa época que já se esbateu na memória de muita gente.
Cumps
Boa tarde.
Documentário importante!
Um grande abraço.
Maria Auxiliadora (Amapola)
E foi este entendimento perfeito entre Salazar e Franco, que nos salvou das maiores atrocidades.
Sabe-se lá onde estaríamos nós, se tal tem acontecido?
Beijinho Elvira
UFFF!...Do que eu me livrei! Por isso é que eu só nasci em 1946.
História com pormenor.
O meu pai também esteve nos Açores de prevenção.
Apesar de ter participado na guerra do ex Ultramar Português, tenho sido um felizardo a passar pelos espaços dos pingos da chuva.
Agora estou apreensivo pelo que nos reservará o futuro.
Beijinho Elvira
jrom
Olá Elvira!
Uma ótima perspetiva onde se insere a história do nosso Manuel.
Tempos conturbados que se repetem...
Um grande e belo trabalho querida amiga.
Beijinhos
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