Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta garrafa de água. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta garrafa de água. Mostrar todas as mensagens

13.5.20

ISABEL PARTE I


                                      Foto minha 
Isabel saltou da cama, subiu a persiana e abriu a janela deixando que o ar frio e húmido lhe viesse acariciar o rosto.  Olhou o céu coberto de nuvens a ameaçar chuva.  Sentiu um arrepio. Fechou a janela e dirigiu-se à casa de banho. Era o seu último dia de férias no Algarve, e pensava ir para a praia como nos dias anteriores.  
Mas o dia estava desagradável. Nem parecia que se estava no final de Julho. Enquanto tomava o duche matinal, pensava no que faria nesse dia. Não tinha amigos naquela cidade, onde se encontrava pela primeira vez. Não lhe apetecia meter-se no carro e ir à descoberta dos arredores. Já o fizera noutras ocasiões. Fechou a água e envolveu-se na toalha. Era uma mulher muito bonita. Deveria rondar o metro e setenta, morena de grandes olhos escuros e boca bem desenhada. O cabelo negro, com um corte moderno deixava a descoberto a beleza do rosto. O corpo esguio e bem proporcionado, não passava nunca despercebido. Embora parecesse mais nova, já completara trinta e oito anos, e encontrava-se sozinha.  
Com movimentos suaves, espalhou sobre o  corpo o creme hidratante. Depois decidida vestiu o bikini, uns calções de ganga, e uma t-shirt branca. Calçou uns ténis meio velhos, mas muito confortáveis. Pegou numa toalha de praia e no protector solar e colocou-os sobre a mesa da cozinha.  Abriu o frigorífico e tirou uma garrafa de água, que juntou às restantes coisas. Foi ao quarto abriu de novo a janela e voltou a olhar o tempo. Mantinha-se na mesma ou mais fechado. Agora caía uma chuvinha miudinha, tão fina que mais parecia nevoeiro. Isabel voltou-se e fez a cama. Depois abriu a gaveta da cómoda e retirou um lenço azul, que enrolou à volta da cabeça, como se fosse um turbante.  Lançou um breve olhar ao espelho que encimava a cómoda, agarrou nos óculos escuros e retirou de um gancho atrás da porta, a bolsa que costumava levar para a praia. Dirigiu-se à cozinha e colocou todas as outras coisas dentro da bolsa. Juntou-lhe um pequeno porta-moedas e o estojo com os óculos escuros. Pegou nas  chaves e no telemóvel e saiu. Pisava forte com ar de pessoa decidida. Desceu a rua, passou por uma típica travessa estreitinha e com algumas escadas e desembocou no Largo do Infante. Olhou à volta. A Igreja de Santa Maria estava aberta, e Isabel resolveu entrar.  Não era hora de missa, ela já lá tinha estado no dia em que chegara e sabia que a missa era só à tarde. Mas ela sempre gostara de se recolher na igreja. Gostava daquele silêncio. Convidava ao recolhimento, e à oração.  E era assim que ela gostava de estar na casa do Senhor. 



Nota: Como alguns disseram ontem, o blogue não é uma obrigação, mas é a única ponte que tenho para estar convosco, numa altura, em que não vejo amigos nem irmãos nem outros familiares além do filho nora e netas. Daí o querer manter o blogue ativo.