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1.8.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE X

 



Dez dias se passaram, desde que Beatriz chegou à casa paterna. Com a mãe se abriu em confidências, e dela recebeu todo o consolo que só uma mãe consegue dar.
Passeou pela cidade, fortaleceu corpo e alma passeando pela praia, semideserta, recebendo a suave carícia do sol.

Recolheu-se em oração à Nossa Senhora da Piedade, de quem era devota. Não saiu uma única noite, preferindo, conversar com os pais, ler um livro, ou falar com Clara via telefone.
Naquela tarde, ela contou aos pais, que chegara a hora de voltar para a sua casa.

- Não sei porque hás de ir viver sozinha em Lisboa. Aqui estavas perto de nós, qualquer coisa que precisasses, sempre te podíamos ajudar.
- Eu sei mãe, e agradeço. Mas lá tenho a minha casa. E muito mais hipóteses de arranjar um emprego, do que aqui, que bem sabes, só há trabalho com fartura de verão. Na época baixa as pessoas também comem. E isto é na  restauração e turismo. Porque em escritórios, só entra alguém novo quando um empregado se reforma ou morre. Não te aflijas. Agora será diferente. Virei mais vezes.

- E quando vais?
- Não sei. Vou agora na camioneta das três, à estação, tentar comprar bilhetes para amanhã, ou para depois dependendo de haver ou não bilhetes. Depois, atravesso a ponte da marina, venho pela avenida e vou à igreja. Só volto na camioneta das sete.

Saiu e dirigiu-se à paragem. Não teve que esperar muito, até à chegada da camioneta que a levou à estação, onde adquiriu bilhete para o Alfa do dia seguinte. Tinha que apanhar o comboio regional às catorze e dezoito e sair em Tunes, onde apanharia então o Alfa com destino ao Porto, que chegaria a  Lisboa, às dezoito horas.

Guardou o bilhete, e seguiu a pé. Deu uma volta pela marina, atravessou a ponte levadiça, e seguiu pela Avenida dos Descobrimentos, junto à muralha do canal, admirando um ou outro veleiro, que nele navegava. Embora Fevereiro estivesse a começar, os dias estavam solarengos, a temperatura amena, e já se viam alguns turistas. Também já estavam algumas tendas brancas, na avenida. 

 De verão havia imensas que vendiam os mais diversos artigos, de chapéus a toalhas de praia, de roupas e malas, a bijuteria e óculos do sol. Comprou um colar, e por fim chegou à Praça do Infante.
Entrou na igreja, aquela hora deserta, e orou com fervor. Acendeu uma vela, pedindo paz para a alma do marido e persignando-se abandonou a Igreja.

Decidiu ir lanchar à Pastelaria Gombá. O bolo de café, especialidade da casa, era a sua perdição e desde que partira há três anos, nunca mais o saboreara.


7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Está para chegar alguém...
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Semana nova, mês novo e a novela a bombar!
Que a sorte nos acompanhe!!!

Maria João Brito de Sousa disse...

Tudo muito sereno, por enquanto...

Forte abraço, amiga!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um capítulo bonito a deixar em suspenso o que se seguirá!
Beijinhos e uma boa semana, com saúde.
Ailime

Cidália Ferreira disse...

A vida segue... Gostei!
-
Coisas de uma vida...

Beijo, e uma excelente semana.

chica disse...

Mais uma ótima leitura...Vamos acompanhando! beijos, chica