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15.6.22

MEDO DE AMAR - PARTE XIX


Preparavam-se para sair de casa quando um carro estacionou à porta Laura olhou os pais e inquiriu:

-Quem será? Não estava à espera de ninguém, e vocês?

- Nós também não. Ou pensas que combinávamos jantar fora se estivéssemos à espera de alguém? – respondeu a mãe com um ar de inocência muito convincente

Naquele momento a campainha tocou, e Sara apressou-se a ir abrir.

-É o tio Fernando, - gritou antes de se pendurar no pescoço dele para o beijar.

- Se vinhas ver os noivos, eles já foram – disse Laura aparecendo junto deles.

- Olá -respondeu ele sorrindo. Eles passaram por minha casa, e disseram-me que os teus pais se iam embora amanhã. Vinha despedir-me, mas vejo que vão sair.

- Vamos jantar fora, - apressou-se a dizer dona Teresa. Mas vem connosco, estás convidado, ou já jantaste?

- Na verdade, não.

- Então não se fala mais nisso.  Na verdade, podes levar a Laura contigo, nós levamos as crianças, escusamos de ir tão apertados.

- Mãe! – disse Laura envergonhada. Não seria melhor irem vocês os três, e eu jantava em casa com as crianças? Afinal o Fernando vinha despedir-se de vocês.

-Era só o que faltava. Tens o ano inteiro para jantar com as crianças. Hoje vamos jantar todos juntos, e acabou-se a conversa, - respondeu a mãe.

Vencida, mas não convencida, logo que entraram no carro Laura disse:

-Meu Deus, a minha mãe não faz mais do que empurrar-me para os teus braços. Sinto-me envergonhada

- Porquê?

-Parece que eu sou uma mercadoria que ninguém quer, encalhada na Loja.

- Nada disso. Toda a tua família como a minha sabem de há muito tempo, do meu amor, por ti.  A minha mãe, fartou-se de chorar quando casaste e vivia desgostosa por saber que não conseguia esquecer-te e ia morrer sem chegar a conhecer os netos.

-Mas, eu nunca soube dos teus sentimentos. Para mim eras um irmão, embora não fossemos do mesmo sangue o meu sentimento por ti era o mesmo que tinha pelo Gonçalo.

-Eu sei. Por isso mesmo não lutei por ti na época. Mas hoje é diferente. Estás viúva há mais de três anos, não me podes impedir de ter esperanças.

- Mas eu ainda não esqueci o Quim…

-Nem eu espero que o esqueças. Foi o teu primeiro amor e o pai dos teus filhos.

Mas Laura, eras uma jovem mimada que nada sabia da vida, quando o conheceste e casaste. Hoje és uma mulher que conhece as alegrias e tristezas que a vida acarreta. Sofreste a dor da perda, amadureceste. A jovem que casou com o Quim ficou lá no passado, tenho a certeza que a mulher que és hoje, será capaz de me amar como eu te amo se abrires o coração a uma nova oportunidade.

Laura estava espantada consigo própria. Como é que ela se permitia falar assim abertamente com ele. Será que Fernando tinha razão? Estaria ela a transformar-se numa nova mulher?  



Vejamos se hoje o técnico consegue acabar com a Internet "vai e vem" que tenho há mais de 10 dias

7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

O empurrão dos pais resultou.

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Um bonito capítulo muito bem escrito.
Vamos ver se Laura vai deixar que o seu coração se abra de novo ao amor.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Tintinaine disse...

Está de volta a novela! Já lhe sentia a falta!
Bom dia (por aqui chove)!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um excelente capitulo.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

chica disse...

A boa ideia da mãe deu certo e creio foi um belo empurrãozinho....Adorando ler! beijos, chica

Cidália Ferreira disse...

O conto continua interessante!:)
.
Coisas de uma Vida / Dia mundial do vento

Beijos. Um bom resto de dia