Preparavam-se para sair de casa quando um carro estacionou à porta Laura olhou os pais e inquiriu:
-Quem
será? Não estava à espera de ninguém, e vocês?
-
Nós também não. Ou pensas que combinávamos jantar fora se estivéssemos à espera
de alguém? – respondeu a mãe com um ar de inocência muito convincente
Naquele
momento a campainha tocou, e Sara apressou-se a ir abrir.
-É
o tio Fernando, - gritou antes de se pendurar no pescoço dele para o beijar.
-
Se vinhas ver os noivos, eles já foram – disse Laura aparecendo junto deles.
-
Olá -respondeu ele sorrindo. Eles passaram por minha casa, e disseram-me que os
teus pais se iam embora amanhã. Vinha despedir-me, mas vejo que vão sair.
-
Vamos jantar fora, - apressou-se a dizer dona Teresa. Mas vem connosco, estás
convidado, ou já jantaste?
-
Na verdade, não.
-
Então não se fala mais nisso. Na
verdade, podes levar a Laura contigo, nós levamos as crianças, escusamos de ir
tão apertados.
-
Mãe! – disse Laura envergonhada. Não seria melhor irem vocês os três, e eu
jantava em casa com as crianças? Afinal o Fernando vinha despedir-se de vocês.
-Era
só o que faltava. Tens o ano inteiro para jantar com as crianças. Hoje vamos
jantar todos juntos, e acabou-se a conversa, - respondeu a mãe.
Vencida,
mas não convencida, logo que entraram no carro Laura disse:
-Meu
Deus, a minha mãe não faz mais do que empurrar-me para os teus braços. Sinto-me
envergonhada
-
Porquê?
-Parece
que eu sou uma mercadoria que ninguém quer, encalhada na Loja.
-
Nada disso. Toda a tua família como a minha sabem de há muito tempo, do meu
amor, por ti. A minha mãe, fartou-se de
chorar quando casaste e vivia desgostosa por saber que não conseguia
esquecer-te e ia morrer sem chegar a conhecer os netos.
-Mas,
eu nunca soube dos teus sentimentos. Para mim eras um irmão, embora não
fossemos do mesmo sangue o meu sentimento por ti era o mesmo que tinha pelo
Gonçalo.
-Eu
sei. Por isso mesmo não lutei por ti na época. Mas hoje é diferente. Estás viúva
há mais de três anos, não me podes impedir de ter esperanças.
-
Mas eu ainda não esqueci o Quim…
-Nem
eu espero que o esqueças. Foi o teu primeiro amor e o pai dos teus filhos.
Mas
Laura, eras uma jovem mimada que nada sabia da vida, quando o conheceste e
casaste. Hoje és uma mulher que conhece as alegrias e tristezas que a vida acarreta.
Sofreste a dor da perda, amadureceste. A jovem que casou com o Quim ficou lá no
passado, tenho a certeza que a mulher que és hoje, será capaz de me amar como
eu te amo se abrires o coração a uma nova oportunidade.
Laura
estava espantada consigo própria. Como é que ela se permitia falar assim
abertamente com ele. Será que Fernando tinha razão? Estaria ela a
transformar-se numa nova mulher?
Vejamos se hoje o técnico consegue acabar com a Internet "vai e vem" que tenho há mais de 10 dias
7 comentários:
O empurrão dos pais resultou.
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia Elvira,
Um bonito capítulo muito bem escrito.
Vamos ver se Laura vai deixar que o seu coração se abra de novo ao amor.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Está de volta a novela! Já lhe sentia a falta!
Bom dia (por aqui chove)!
Mais um excelente capitulo.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A boa ideia da mãe deu certo e creio foi um belo empurrãozinho....Adorando ler! beijos, chica
O conto continua interessante!:)
.
Coisas de uma Vida / Dia mundial do vento
Beijos. Um bom resto de dia
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