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11.10.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XXX

 

Aquele domingo de Abril, amanheceu radioso. Helena, o filho e os pais, tinham chegado dois dias antes ao Porto, e hospedaram-se no hotel, onde se realizaria a festa de casamento para os mais de duzentos convidados, que chegaram na véspera.

Helena jamais tinha sonhado com uma festa assim, mas Fernando não esquecia que lhe devia a vida, e quis que ela tivesse um casamento de princesa.
 
Graças à armadilha montada pelo inspetor Morais, e sua equipa, conseguiram irritar Joaquim Salgueiro, que fez exatamente aquilo que eles esperavam. Tentou matar Fernando, o que não conseguiu, graças à pronta intervenção da agente que o acompanhava. Perseguido na fuga, e vendo-se encurralado, acabou disparando contra si próprio, a arma com que tentara alvejar o pianista. Com este desfecho, a polícia convocou a imprensa e contou toda a história.

 Os restantes membros da Orquestra, seus colegas, que se preparavam para regressar a Portugal, terminada que fora a sua digressão, foram então informados pela polícia americana do que se passara. 

Enquanto isso, ele regressara a Lisboa, para a sua doutora. Recuperara os seus documentos, apreendidos numa busca a casa do malogrado facínora, mas não a memória. Isso aconteceria, quinze dias mais tarde, quando numa academia de música, a que Helena o levou, por sugestão do psiquiatra, se sentou ao piano e deu livre curso à sua paixão.

 A Sinfonia nº 40 em sol menor de Mozart, com que devia estrear-se como solista nos Estados Unidos, penetrou nas profundezas da sua mente, e trouxe todo o passado para a atualidade. A magia da sua interpretação, fez com que as pessoas que se encontravam na academia, se fossem dirigindo para a sala, e aplaudissem entusiasmadas no final.

 Recuperada a memória, Fernando só tinha um desejo. Casar e regressar à sua casa na Póvoa, e à orquestra no Porto. Mas Helena, tinha que se despedir da clínica, e tentar a transferência do Hospital de Santa Maria para um hospital no Porto.

 E agora, tudo resolvido, envergando um belíssimo vestido branco, devidamente penteada e maquilhada pelos profissionais do hotel, preparava-se para sair em direção à limusina que a levaria à Igreja da Lapa, onde o noivo a esperava cheio de ansiedade.
Mais tarde, pelo braço do pai avançou pela nave da igreja, confiante e feliz, sem desfitar o noivo, lendo nos seus olhos, as mais belas promessas de amor.

Quando a emocionante cerimónia chegou ao fim, e o padre lhe disse que podia beijar a noiva, Fernando beijou-a com paixão murmurando-lhe depois ao ouvido:
-Amo-te, doutora. Como nunca amei nada, nem ninguém.
Ela respondeu no mesmo tom.
- Amo-te tanto, que nem sei como consigo respirar.

Seguiram-se as felicitações. Primeiro, o próprio sacerdote, depois, o Inspetor Morais e a agente que durante uns dias fora “noiva” de Fernando, e que o noivo fizera questão de ter por padrinhos, Marta e o marido que foram padrinhos de Helena, os pais da noiva, e depois os restantes  familiares e amigos. Por fim os noivos encaminharam-se para a saída, da Igreja,  com Fernando carregando ao colo o pequeno Diogo, radiante por já ter um pai, como os outros meninos.


Fim

16 comentários:

chica disse...

Que lindo final feliz! Tão bom quando com tantos percalços mais um final assim ocorre! Adorei! linda semana! bjs, chica

noname disse...

E pronto, mais uma linda história. Venha a próxima :)

Beijinhos, Elvira

Pedro Coimbra disse...

Tudo está bem quando acaba bem.
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Como já tinha lido a historia , mas não me recordava de muitos pormenores , acompanhei sempre todos os capítulos , pois sabia que ia ter um final feliz como quase todos os contos da nossa querida autora .

JR

Tintinaine disse...

Palmas para um final que aconteceu aqui mesmo ao meu lado, na igreja da Lapa!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo final.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Maria João Brito de Sousa disse...

Vi que aqui terminou a sua SINFONIA DA MEMÓRIA, amiga.

Espero vir a poder lê-la!

Boa semana e um forte abraço!

Manuel Veiga disse...

uma história tão bem escrita
que parece "ficção"

beijo

Fá menor disse...

O belíssimo final ansiado!
Parabéns pelo seu dom, amiga Elvira!
E muita força, sempre! E recuperação de saúde.
Beijinhos e boa semana

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso final. Mais uma belíssima estória!!

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Mãos que acolhem no regaço
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Votos de uma excelente semana. Beijos

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um final lindo e muito feliz!
Gostei muito desta história que, brilhantemente, mais uma vez concebeu e escreveu!
Está de Parabéns!
Beijinhos e boa semana.
Ailime

Janita disse...

Um final esperado e muito desejado, mas que não deixou de nos emocionar. Muito bonita e bem engendrada esta história.

Boa noite, Elvira.

teresadias disse...

Um final feliz, que me emocionou e encantou.
Obrigada Elvira, pela partilha desta história maravilhosa e... muitíssimo bem escrita.
Beijo.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Eis que mais uma bela história/estória de amor chega ao seu final. Parabéns amiga Elvira! Que venham as próximas.

Abraços,

Furtado

lourdes disse...

Finalmente vim hoje ler o "resto" (que era quase metade) do conto. Apesar de já o ter lido, já muita coisa tinha passado por esta cabeça e não me lembrava de muita coisa.
Parabéns. Bjs.