Aquele domingo de Abril, amanheceu radioso. Helena, o filho e os pais, tinham chegado dois dias antes ao Porto, e hospedaram-se no hotel, onde se realizaria a festa de casamento para os mais de duzentos convidados, que chegaram na véspera.
Helena jamais tinha sonhado com uma festa assim, mas Fernando não esquecia que lhe devia a vida, e quis que ela tivesse um casamento de princesa.
Graças à armadilha montada pelo inspetor Morais, e sua equipa, conseguiram irritar Joaquim Salgueiro, que fez exatamente aquilo que eles esperavam. Tentou matar Fernando, o que não conseguiu, graças à pronta intervenção da agente que o acompanhava. Perseguido na fuga, e vendo-se encurralado, acabou disparando contra si próprio, a arma com que tentara alvejar o pianista. Com este desfecho, a polícia convocou a imprensa e contou toda a história.
Os restantes membros da Orquestra, seus colegas, que se preparavam para regressar a Portugal, terminada que fora a sua digressão, foram então informados pela polícia americana do que se passara.
Enquanto isso, ele regressara a Lisboa, para a sua doutora. Recuperara os seus documentos, apreendidos numa busca a casa do malogrado facínora, mas não a memória. Isso aconteceria, quinze dias mais tarde, quando numa academia de música, a que Helena o levou, por sugestão do psiquiatra, se sentou ao piano e deu livre curso à sua paixão.
A Sinfonia nº 40 em sol menor de Mozart, com que devia estrear-se como solista nos Estados Unidos, penetrou nas profundezas da sua mente, e trouxe todo o passado para a atualidade. A magia da sua interpretação, fez com que as pessoas que se encontravam na academia, se fossem dirigindo para a sala, e aplaudissem entusiasmadas no final.
Recuperada a memória, Fernando só tinha um desejo. Casar e regressar à sua casa na Póvoa, e à orquestra no Porto. Mas Helena, tinha que se despedir da clínica, e tentar a transferência do Hospital de Santa Maria para um hospital no Porto.
E agora, tudo resolvido, envergando um belíssimo vestido branco, devidamente penteada e maquilhada pelos profissionais do hotel, preparava-se para sair em direção à limusina que a levaria à Igreja da Lapa, onde o noivo a esperava cheio de ansiedade.
Mais tarde, pelo braço do pai avançou pela nave da igreja, confiante e feliz, sem desfitar o noivo, lendo nos seus olhos, as mais belas promessas de amor.
Quando a emocionante cerimónia chegou ao fim, e o padre lhe disse que podia beijar a noiva, Fernando beijou-a com paixão murmurando-lhe depois ao ouvido:
-Amo-te, doutora. Como nunca amei nada, nem ninguém.
Ela respondeu no mesmo tom.
- Amo-te tanto, que nem sei como consigo respirar.
Seguiram-se as felicitações. Primeiro, o próprio sacerdote, depois, o Inspetor Morais e a agente que durante uns dias fora “noiva” de Fernando, e que o noivo fizera questão de ter por padrinhos, Marta e o marido que foram padrinhos de Helena, os pais da noiva, e depois os restantes familiares e amigos. Por fim os noivos encaminharam-se para a saída, da Igreja, com Fernando carregando ao colo o pequeno Diogo, radiante por já ter um pai, como os outros meninos.
Fim
16 comentários:
Que lindo final feliz! Tão bom quando com tantos percalços mais um final assim ocorre! Adorei! linda semana! bjs, chica
E pronto, mais uma linda história. Venha a próxima :)
Beijinhos, Elvira
Tudo está bem quando acaba bem.
Boa semana
A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia
Como já tinha lido a historia , mas não me recordava de muitos pormenores , acompanhei sempre todos os capítulos , pois sabia que ia ter um final feliz como quase todos os contos da nossa querida autora .
JR
Palmas para um final que aconteceu aqui mesmo ao meu lado, na igreja da Lapa!
Um belo final.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Vi que aqui terminou a sua SINFONIA DA MEMÓRIA, amiga.
Espero vir a poder lê-la!
Boa semana e um forte abraço!
uma história tão bem escrita
que parece "ficção"
beijo
O belíssimo final ansiado!
Parabéns pelo seu dom, amiga Elvira!
E muita força, sempre! E recuperação de saúde.
Beijinhos e boa semana
Maravilhoso final. Mais uma belíssima estória!!
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Mãos que acolhem no regaço
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Votos de uma excelente semana. Beijos
Boa tarde Elvira,
Um final lindo e muito feliz!
Gostei muito desta história que, brilhantemente, mais uma vez concebeu e escreveu!
Está de Parabéns!
Beijinhos e boa semana.
Ailime
Um final esperado e muito desejado, mas que não deixou de nos emocionar. Muito bonita e bem engendrada esta história.
Boa noite, Elvira.
Um final feliz, que me emocionou e encantou.
Obrigada Elvira, pela partilha desta história maravilhosa e... muitíssimo bem escrita.
Beijo.
Eis que mais uma bela história/estória de amor chega ao seu final. Parabéns amiga Elvira! Que venham as próximas.
Abraços,
Furtado
Finalmente vim hoje ler o "resto" (que era quase metade) do conto. Apesar de já o ter lido, já muita coisa tinha passado por esta cabeça e não me lembrava de muita coisa.
Parabéns. Bjs.
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