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20.9.16

VIDAS CRUZADAS

 A história que hoje aqui se inicia, decorre no início da década de sessenta. Muitas das coisas que vos relato, seriam impensáveis hoje em dia. Na verdade, penso que nunca em século algum, a história da humanidade evoluiu tanto, como nos últimos sessenta anos.

                                  
                                                 I
Naquele dia Pedro saíra mais cedo do emprego. Era um homem jovem, completara vinte e oito anos no mês anterior. Alto, moreno, de grandes olhos castanhos, e cabelo escuro sem chegar a ser preto, tinha uma boca grande, de lábios carnudos, que ao sorrir mostravam uma fileira de dentes perfeitos e acentuavam a covinha do queixo. Um daqueles homens que fazem suspirar as mulheres, e as põem a sonhar. Ele, no entanto, parecia nunca ter-se visto ao espelho, já que não mostrava dar-se conta do belo homem que era. Saía de casa para o trabalho e deste para casa, onde vivia com a sua velha mãe, que adorava. Na verdade, quando ele nascera, já há muito a mãe tinha perdido as esperanças de vir a ter algum dia um filho, pois beirava já os quarenta e três anos. Fora até aconselhada por algumas vizinhas a não deixar ir adiante uma gravidez tão tardia. Podia ser perigoso. Ela porém sempre respondia, que segundo a Bíblia, Sara era muito mais velha quando ficou grávida, e que a Deus nada era impossível. E a verdade é que a gestação e o parto decorreram sem problemas.
Seis anos depois dessa enorme alegria, quis Deus chamar o seu companheiro de toda a vida, o seu grande amor, e Alice viu-se sozinha com o filho para criar.
A vida era difícil mas o falecido, que fora militar,  deixou uma boa quantia, fruto de  um seguro de vida que ela nem sabia que ele tinha. Depois, sempre fora uma mulher poupada, tinha amealhado ao longo dos anos algumas economias, e assim Pedro recebeu uma boa educação, e se não foi para a Universidade foi porque não se interessou por isso e preferiu empregar-se logo que fez o quinto ano na Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, no Barreiro, cidade onde vivia.
O jovem adorava a mãe, que ele sabia ter feito todos os possíveis para lhe suprimir a falta do pai, de quem nem se recordava muito bem.
 Quando fora às sortes, entregou os papéis como amparo de mãe, e assim vira-se livre de uma mais que provável ida para o Ultramar. Era um homem feliz, nunca pedira nada demais à vida. Ultimamente porém, algo de estranho se passava com ele.


Obrigada a todos. pela força.

21 comentários:

chica disse...

Pelo início, já podemos ver que muiiiiiiito virá! Aguardar!! bjs, chica

Os olhares da Gracinha! disse...

Uma história que promete!
Gosto muito do seu jeito de escrever... Bj

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Uma história com um bom começo.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, a vida nunca é a mesma, varias circunstancias altera para melhor ou pior a vida, esta não estável, o inesperado surge, vamos ver o que fez mudar o Pedro, possivelmente um amor que entrou com a velocidade de uma flecha.Resto de boa semana,
AG

Marina Filgueira disse...

¡Hola Elvira!!!

Creo que va a ser una interesante historia, a juzgar por el comienzo.
En aquellos tiempos los cuarenta años, la mujer ya era "vieja "y al quedar viuda peor todavía, yo recuerdo a mi pobre madre viejita y aún no tenía cuarenta años; pues tenia yo dos año cuando murió mi padre y con aquellas vestidura de la época toda enlutada el pañuelo a la cabeza... Yo fui creciendo y viendo a mi madre viejecita siempre.

Ha sido un placer pasar por tu casa y leerte.
Te dejo mi inmensa estima y gratitud.

Se muy -muy feliz.

Perdona, la fecha de mi entrada es la hoy 20 de septiembre. No 30.


Marina Filgueira disse...

Un abrazo grande, Elvira.

Mariazita disse...

Amiga, só agora fui ver o post anterior e tomei conhecimento do que se passa com o seu cunhado.
Daqui envio um abraço solidário. Sei bem o que representa uma "bomba" dessas que cai de repente na família.
Passei pelo mesmo há quatro anos... e sei como é angustiante.
Fico orando para que ele possa recuperar, e as notícias não sejam tão más como se receia...

Recordo-me bem deste seu conto, de que gostei muito, e que gostarei de reler.Lembro-me perfeitamente do que se passa com o Pedro, mas não vou ser indiscreta...

Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS


Tintinaine disse...

Por cá passei também para não falhar a estreia. Força nessa história!

Anete disse...

Elvira, já gostando do novo conto...
Um abraćo e muita paz...
Boa noite...

Portuguesinha disse...

Concordo com o início, Elvira.
Penso o mesmo. Nunca antes se evoluiu tão depressa e tanto nas pessoas mudou.

Odete Ferreira disse...

Isto promete!
Bjo, amiga :)

Unknown disse...

Obrigada pela tua visita no meu blogue,eu,no que diz respeito ao telemóvel,utilizo-o apenas para fazer chamadas e mandar mensagens,foi para isso que ele foi inventado,quanto à máquina fotográfica,utilizo-a bastante,adoro fotografias e acho,que,com a máquina fotográfica,ficam muito mais perfeitas!! Obrigada pela tua visita no meu blogue,desejo-te uma boa semana,tudo de bom para ti,fica bem querida!!

Smareis disse...

Olá Elvira!
Esse contos vai ser muito bom, pela característica do Pedro eu já percebi que vem coisa boa por ai. Mistérios!
Estarei aqui pra o próximo capitulo.
Beijo e boa semana Elvira.

Pedro Coimbra disse...

Os Pedro, colheita dos sessentas, são extraordinários :))

Bell disse...

Quero acompanhar!!
bjokas =)

Berço do Mundo disse...

A expressão "ir às sortes" deve ser mesmo da época não? Pelo contexto, será a apresentação para o serviço militar, suponho?
A acompanhar.
Beijinho
Ruthia d'O Berço do Mundo

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Já estou gostando. vou vir ler todos os dias
Obrigada por lembrar de mim
Beijos
Lua Aingular

Elisa disse...

A começar a acompanhar! Obrigada Elvira por estes momentos.
Beijinho
elisaumarapariganormal.blogspot.pt

aluap disse...

Vamos ver se o Pedro vai mudar, porque a meu ver as coisas mudam, mas as pessoas nem tanto. Nos últimos 60 anos os processos e modo de vida foram sendo substituídos por outros mais práticos, mas as pessoas são as mesmas, embora o modo de agir seja diferente, antes, lutava-se pela sobrevivência, hoje luta-se pelo bem-estar.
Vou ler os outros post's.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Elvira! Pelo que li nesta primeira parte, parece ser mais uma das tuas belas histórias/estórias.

Obrigado pelas visitas e amáveis comentários deixados no nosso espaço.

Abraços,

Furtado

Anónimo disse...

Olá e parabéns:)

Gostei e promete.

Adoro a expressão ir às sortes. Eu fui duas vezes e safei-me.

Acho que a malta da minha só foi à inspecção, às sortes :)

Tudo de bom
CC