Depois
daquela tarde era frequente encontrar os dois jovens juntos. Primeiro como dois
amigos, depois como namorados, passeavam-se pela beira do rio, olhos nos olhos,
dedos entrelaçados, sempre na companhia do pequeno Pedro.
Naquela tarde recebeu um telegrama da mãe, dizendo que como a sua irmã tivera de regressar a casa, ela resolvera ir também, e estava agora na casa da tia Rosa em Santarém.
Pedro sentia-se perfeitamente. Nunca mais se sentira cansado, tinha perdido a palidez com que chegara, dormia bem e até engordara um pouco. Recordando a sua doença, e o que o médico lhe dissera, ele não se atrevia a fazer promessas a Rita. Às vezes lembrava-se de ter ouvido a mãe falar nas "melhoras da morte". Melhoras que muitos doentes terminais experimentam pouco antes da morte. E perguntava-se se era isso que lhe estava a acontecer. Os dias sucediam-se, e nada de novo acontecia. Uma tarde Rita disse-lhe:
- Estamos a acabar as férias. A mãe acabou a segunda série de tratamentos. Só pode fazer mais para o ano.
Naquele momento decidiu regressar. Precisava ir ao médico. Tinham-se passado quase três meses, e a verdade é que se sentia melhor que nunca, mas não se atrevia a contar a Rita o que se passava, nem se permitia fazer projectos para o futuro. Ela estranhou o seu silêncio. E quando nessa tarde compareceu no jardim não encontrou a jovem. Apenas a D. Célia e o pequeno. A senhora olhou-o com reprovação, quando a cumprimentou, e o pequeno soltou a língua.
- Zangaste-te com a minha irmã?
– Não. Porquê?
– Porque ela não quis almoçar e foi para o quarto chorar...
Sentiu-se um canalha, por ter feito chorar a jovem. Mas consolava-o o facto de que se ela soubesse a verdade ia sofrer muito mais. Despediu-se da senhora, fez uma festa na cabeça do pequeno e regressou a casa da tia. Aí chegado, foi directo ao quarto, abriu o guarda-fatos e colocando a mala em cima da cama, começou a meter nela as roupas de qualquer maneira.
Logo de seguida batiam à porta do quarto.
- Entre.
A figura da tia perfilou-se no umbral, seguida da fiel empregada.
- Vais-te embora filho? Aconteceu alguma coisa grave com a tua mãe?
– Não tia. Graças a Deus não. Foi do emprego. Dizem que se não estiver lá amanhã, escuso de ir mais. Já estou ausente há muito tempo, as férias acabaram, não tenho baixa nem atestado médico.
- Bom, se é isso tudo bem. Mas podias ter dito quando entraste. Fiquei assustada. E sair assim de corrida, vais chegar de noite...
– Talvez não, tia. Os dias são grandes e escurece tarde, não se preocupe.
- Então vamos mulher, vamos preparar um farnel para a viagem.
E dizendo isto empurrava a empregada na sua frente.
- Não se preocupe tia, eu como alguma coisa pelo caminho.
- Era o que mais faltava! - Zangou-se ela – Da minha casa, nunca saiu ninguém sem farnel.
Quando Pedro saiu com as malas para o carro, já as duas mulheres tinham preparado uma cesta, onde não faltava a broa, o presunto, um belo salpicão, várias frutas, e uma garrafa de água.
Na verdade a tia tinha-se cansado durante todo o tempo que ele estivera em sua casa, para que bebesse vinho, mas Pedro sempre fora abstémio.
Abraçou as duas mulheres e saiu. Tinha pressa de viajar. Não queria correr o risco de encontrar Rita, não queria que ela o visse partir.
BOM FIM DE SEMANA. E PARA AS AMIGAS DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO UM FELIZ DIA DAS MÃES.
Naquela tarde recebeu um telegrama da mãe, dizendo que como a sua irmã tivera de regressar a casa, ela resolvera ir também, e estava agora na casa da tia Rosa em Santarém.
Pedro sentia-se perfeitamente. Nunca mais se sentira cansado, tinha perdido a palidez com que chegara, dormia bem e até engordara um pouco. Recordando a sua doença, e o que o médico lhe dissera, ele não se atrevia a fazer promessas a Rita. Às vezes lembrava-se de ter ouvido a mãe falar nas "melhoras da morte". Melhoras que muitos doentes terminais experimentam pouco antes da morte. E perguntava-se se era isso que lhe estava a acontecer. Os dias sucediam-se, e nada de novo acontecia. Uma tarde Rita disse-lhe:
- Estamos a acabar as férias. A mãe acabou a segunda série de tratamentos. Só pode fazer mais para o ano.
Naquele momento decidiu regressar. Precisava ir ao médico. Tinham-se passado quase três meses, e a verdade é que se sentia melhor que nunca, mas não se atrevia a contar a Rita o que se passava, nem se permitia fazer projectos para o futuro. Ela estranhou o seu silêncio. E quando nessa tarde compareceu no jardim não encontrou a jovem. Apenas a D. Célia e o pequeno. A senhora olhou-o com reprovação, quando a cumprimentou, e o pequeno soltou a língua.
- Zangaste-te com a minha irmã?
– Não. Porquê?
– Porque ela não quis almoçar e foi para o quarto chorar...
Sentiu-se um canalha, por ter feito chorar a jovem. Mas consolava-o o facto de que se ela soubesse a verdade ia sofrer muito mais. Despediu-se da senhora, fez uma festa na cabeça do pequeno e regressou a casa da tia. Aí chegado, foi directo ao quarto, abriu o guarda-fatos e colocando a mala em cima da cama, começou a meter nela as roupas de qualquer maneira.
Logo de seguida batiam à porta do quarto.
- Entre.
A figura da tia perfilou-se no umbral, seguida da fiel empregada.
- Vais-te embora filho? Aconteceu alguma coisa grave com a tua mãe?
– Não tia. Graças a Deus não. Foi do emprego. Dizem que se não estiver lá amanhã, escuso de ir mais. Já estou ausente há muito tempo, as férias acabaram, não tenho baixa nem atestado médico.
- Bom, se é isso tudo bem. Mas podias ter dito quando entraste. Fiquei assustada. E sair assim de corrida, vais chegar de noite...
– Talvez não, tia. Os dias são grandes e escurece tarde, não se preocupe.
- Então vamos mulher, vamos preparar um farnel para a viagem.
E dizendo isto empurrava a empregada na sua frente.
- Não se preocupe tia, eu como alguma coisa pelo caminho.
- Era o que mais faltava! - Zangou-se ela – Da minha casa, nunca saiu ninguém sem farnel.
Quando Pedro saiu com as malas para o carro, já as duas mulheres tinham preparado uma cesta, onde não faltava a broa, o presunto, um belo salpicão, várias frutas, e uma garrafa de água.
Na verdade a tia tinha-se cansado durante todo o tempo que ele estivera em sua casa, para que bebesse vinho, mas Pedro sempre fora abstémio.
Abraçou as duas mulheres e saiu. Tinha pressa de viajar. Não queria correr o risco de encontrar Rita, não queria que ela o visse partir.
BOM FIM DE SEMANA. E PARA AS AMIGAS DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO UM FELIZ DIA DAS MÃES.
15 comentários:
Bom dia Elvira
Gosto de ler as suas escritas com tantas personagens vivas, encantadoras e que nos levam a sentir os seus dramas.
Desejo que os problemas estejam já resolvidos e que consiga pôr a escrita em ordem.
Bom fim de semana .
Continuo a "devorar" a história do Pedro.Sabe prende quem a segue...
Beijo.
isa.
Oi Elvirinha minha amiga!
Essa história realmente é muito boa! éna que vc resolveu colocá-la em doses homeopáticas, hahahahahaha.
Um feliz dia das mães pra vc minha amiga! Deus abençoe a sua familia!
Vamos ver então o que acontece...
Boa semana e um abraço, amiga
OLÁ AMIGA!
Tenho uma surpresa para si, no meu BLOG!
O meu abraço
E a história vai deixando-nos à espera do desenrolar dela, sem que se possa imaginar o que virá no próximo capítulo...Romancista competente é assim, vai prendendo os ansiosos leitores.
Mas, eu enho paciência, continua acompanhando...
Até o próximo, Elvira!
Beijos,
da Lúcia
Olá, Elvira!
Muita bem tecida está esta teia em que o Pedro se encontra envolvido; em que a esperança vai espreitando, e nós por aqui à espera de saber o que o destino lhe reserva.
Que venha o próximo capítulo!
Abraço amigo, saudinha, e boa semana.
Vitor
às vezes a felicidade cura certas doenças.Estou curiosa, mas esperançada de que o Pedro fique bom.
Só me resta esperar até ao próximo capítulo. Beijinhos, Elvira e fique bem!
Emília
Olá, estimada Elvira!
Ora já amigos e também namorados, e o Pedro sente-se que "nem peixe na água", É o amor, é o amor.
Vemos ler e saber depois, o porquê do seu repentino regresso.
Resto de boa semana.
Beijos comm estima e apreço.
Nem sei como isto aconteceu... mas só agora me apercebi que tinha uns quantos episódios atrasados...
Não sei como é, mas o tempo parece que se escoa por entre os dedos.
Mas pronto, já pus a escrita em dia.
Tenho fé que todos os mal entendidos se aclarem, e a felicidade acabe por reinar.
Minha amiga, nunca é tarde para realizar um sonho. Se de facto tem assim tanta vontade de visitar Lourdes, não desista de lá ir. Calculo que a saúde do seu marido possa levantar algum problema... mas... quem sabe o que pode acontecer?
Um abraço e boa semana, com saúde.
Boa noite amiga Elvira, a historia de Vidas Cruzadas continua, só espero que tenho tido um fim feliz.
Obrigado pelas suas visitas, uma boa noite e um abraço para você.
Eduardo.
Essa história está cada vez mais interessante, vou ficar esperando a continuação...
Bjs
Fui ler para trás para não perder o fio à meada...Não sei se ocultar a verdade seja um gesto de amor, assim vão acabar por sofrer os dois...Como tudo acabará? Fico à espera do final.
beijo e bom fim de semana.~Graça
Maravilhado e intrigado. Sim, vais fazendo com que ao romance alcance certa dimensão. Gosto
Tenho obras cá em casa e levo atraso na leitura, mas hoje estou a saciar-me.
Um grande abraço
Vidas que se cruzam em episódios sempre interessantes... Bj
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