Lentamente, Anabela levantou a parte superior do corpo, rodou as pernas e sentou-se na cama. Tinha-se deitado um pouco e o corpo cansado pelas muitas noites sem dormir, acabara por cair no sono. A persiana um pouco levantada, deixava passar a luz de uma magnífica lua cheia.
Até ela, chegavam as vozes de alguns jovens que percorriam a rua em direção à baixa, onde se concentravam os bares e restaurantes e onde a animação parecia constante. Sentiu fome e olhou o relógio. Vinte e três horas e vinte e sete minutos. Não admirava que sentisse fome. Tomara o pequeno-almoço, duas torradas e um café às dez da manhã. No resto do dia apenas bebera água, o calor apertava e ela não sentira fome.
Foi até à janela e levantou o resto da
persiana deixando o quarto apenas iluminado pela luz brilhante da lua. O
apartamento ficava num terceiro andar em frente do parque da cidade, pelo que
não corria o risco de assalto, fosse por ladrões, ou por mirones.
Precisava preparar alguma coisa para comer, pois embora não
lhe apetecesse, o estômago doía-lhe em protesto por um dia todo de jejum.
Lançou um olhar à máquina de roupa e deu-se conta que
estava desligada, portanto a roupa já estava lavada.
Pôs água a ferver para fazer um chá, pegou numa carcaça,
abriu-a e barrou-a com manteiga, juntou-lhe uma fatia de presunto e colocou-a
num prato em cima da mesa. Preparou um chá de frutos e sentou-se à mesa.
Depois de comer, lavou a chávena e o prato, limpou-os e
arrumou-os no armário.
Depois pegou num alguidar, abriu a máquina tirou a roupa,
que sacudiu e pendurou no pequeno estendal, na varanda da cozinha.
De seguida apagou a luz e dirigiu-se à casa de banho a fim
de lavar os dentes.
Pela primeira vez
naquele dia olhou-se ao espelho. E não gostou do que viu. Estava pálida, tinha
os olhos vermelhos e inchados do tempo que chorara antes de adormecer. Além
disso, emagrecera e o seu rosto estava mais afilado, destacando de uma maneira
não muito graciosa as bonitas maçãs do rosto de que outrora tanto se orgulhara.
A boca tinha um ricto amargo, que lhe endurecia mais o rosto. Até o cabelo
caído e emaranhado do sono, parecia sem brilho, apesar de ter sido lavado há
poucas horas.
Lavou os dentes, escovou o cabelo e voltando ao quarto,
acendeu a luz pegou no livro que tinha em cima da mesa-de-cabeceira e sentou-se
no cadeirão.
Volvidos alguns minutos sem conseguir concentrar-se na
leitura fechou o livro apagou a luz e deitou-se.
Notas:
A quem perguntou, esta é uma história nova, que ainda está no forno, ou seja, em construção.
Desculpem amigos, mas hoje (3/1) foi um problema para publicar comentários e em muitos blogs, não consegui mesmo comentar, apesar de tentar várias vezes, sempre me aparecia a mensagem de que ocorrera um erro.