Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta código. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta código. Mostrar todas as mensagens

27.4.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE XXXIII


Paula levou o irmão à escola, cumprimentou o professor e aguardou que o autocarro partisse. De seguida foi a casa, buscar o seu vestido para a festa dessa tarde. Depois seguiu para Sintra. Embora a festa fosse às dezasseis horas, os convidados deveriam começar a chegar uma hora antes, e ela tinha que verificar se não se esquecera de nada. Também colocar as flores que tinha encomendado para adornar todo o espaço. Na véspera, ela e Margarida tinham deixado tudo pronto. Exceto os arranjos florais que só seriam colocados no sítio, umas horas antes da cerimónia a fim de se manterem viçosos.
Introduziu o código que lhe permitia a entrada e estacionou junto à garagem. Saiu do veículo e dirigiu-se à casa. Preparava-se para tocar quando a porta se abriu, e encontrou-se na presença do anfitrião.
-Bom dia, -saudou.
- Bom dia, Paula. Vieste cedo, - disse afastando-se para lhe dar entrada. Não lhe tocou com qualquer cumprimento que não fosse oral.
- Preciso colocar as flores para adornar o espaço e dar uma última olhada para ver se não me esqueci de nada. A propósito, sabes se a florista, já veio trazer as flores?
-Uma carrada delas. Estão na tenda nas traseiras. Já te ajudo a levá-las mas antes quero apresentar-te a minha mãe.
Colocou-lhe a mão no ombro e empurrou-a suavemente para a sala.
A senhora que se encontrava na sala a ler, levantou a cabeça encanecida, e olhou com certa surpresa, ao ver o filho entrar com uma jovem desconhecida. Pôs-se de pé, e a jovem pode observar que era de baixa estatura e magra. O seu rosto, de tez morena, mostrava-se bastante enrugado para a idade que Paula calculava tivesse a mãe do empresário. Notou que a única semelhança com o filho eram os olhos negros. Enquanto a mãe tinha um ar frágil que inspirava simpatia, o filho era a antítese. Alto, forte, tão seguro de si, que roçava a arrogância.
- Mãe; venho apresentar-te uma amiga, Paula Maldonado. É a responsável pela organização da festa de hoje. Paula, esta é a minha mãe, Teresa Ferreira.
Paula adiantou-se para cumprimentar a senhora, e esta abriu os braços para acolhê-la. Abraçou-a com carinho, dizendo:
- É um prazer conhecê-la. Fez um trabalho magnífico. A minha Gabi nunca mais vai esquecer este dia.
-Obrigada. A senhora é muito gentil. Agora se me dá licença, tenho um monte de flores para colocar nas jarras,- disse tentando esconder a emoção, que a calorosa acolhida da senhora despertara nela.
Dirigiu-se à tenda, para tratar das flores. Tinha pedido à florista a elaboração dos ramos, e a quantidade de flores por ramo, e se estivesse tudo certo, era só colocar um ramo em cada recipiente, que já tinha deixado nos lugares onde iam ficar.  Examinou os ramos e sorriu satisfeita. Pegou em alguns de braçada, e voltou-se para deparar com António que chegava naquele momento.
-São para levar para o local de cerimónia?
- Só os ramos, e os três arranjos brancos. Os restantes são para as mesas aqui.
-Está bem. Já tos levo.
Ela afastou-se dando volta à casa, para se dirigir ao jardim, onde estava montado o altar. Aí chegada, foi metendo os ramos nos jarrões colocados no caminho junto às cadeiras dos convidados.
Minutos depois, chegou o empresário com os restantes ramos.
-De que te ris, -perguntou poisando os ramos na beira do lago.
-Parecias uma jarra, com pernas, -respondeu sorrindo ao mesmo tempo que recolhia os ramos e os colocava nas restantes jarras. Levou depois os três pequenos arranjos para a mesa que serviria de altar, virou-se, analisou o local e deu-se por satisfeita.
- Bom, aqui está tudo em ordem, falta o outro lado. Estás muito pensativo, - disse ao chegar perto do anfitrião que continuava perto do lago.
-Entregaste o envelope? - perguntou ele.
-Sim claro. Logo de manhã.


Porque amanhã é domingo, e na Segunda, o Sexta faz anos, esta história continua no dia 30,