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1.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE IX




Sentaram-se numa mesa junto à janela. O rosto de Anete estava sereno, o de Salvador crispado. Um empregado aproximou-se, e ambos pediram um café e uma garrafa de água. Depois que ele se afastou, Anete abriu a mala e dela extraiu a carteira e o telemóvel, que colocou em cima da mesa. O empregado aproximou-se com os cafés, e ela esperou que se afastasse para retirar da carteira, a sua carta de condução e o cartão de cidadão.  
- Aqui tem os meus documentos. Como lhe disse, sou Anete Sampaio, filha de Francisco Sampaio e Emília Sampaio. Pode confirmar. No telemóvel tenho fotos dos meus pais e dos meus dois irmãos, cunhada e sobrinhos, se ainda tiver dúvidas, posso mostrar-lhas.
Falou sem afastar os olhos do homem que mirava os documentos com um ar de total incredulidade.
- Desculpe a minha crueldade, - disse devolvendo os documentos. Ainda estou espantado. Nunca vi duas pessoas tão iguais
- Desculpas aceites senhor…
- Salvador Rodrigues, - disse estendendo-lhe a mão com um meio sorriso.
Ela apertou-lhe a mão, e sentiu um estranho formigueiro, percorrendo-lhe o corpo. Sorriu tentando disfarçar.
- Posso saber porque desconfiou da sua cunhada?
- Há umas duas semanas, o trânsito estava muito congestionado, quando conduzia por esta rua. Então, vi-a no passeio. Ia com um homem alto, que a enlaçava pelos ombros, e entraram ali no número setenta e sete. Para mim era a minha cunhada e aquilo só podia dizer que tinha um amante. Lutei muito comigo mesmo, indeciso entre contar ou não ao meu irmão o que se passava, mas pensando nos meus sobrinhos, decidi enfrentar Ana Clara e fazê-la reconsiderar. Fica claro agora, que seria a Anete, mas ainda me custa a crer que existam duas pessoas tão iguais.
- Há duas semanas eu recebi a visita do meu irmão Luís. Havia pouco tempo que tinha chegado à cidade, e ele veio ver como eu estava, e se precisava de alguma coisa.
- Não era parecido consigo…
- Realmente não - disse sorrindo. Eu sou a única morena na família. Segundo a mãe, sou parecida com a avó paterna, que também era morena. Infelizmente a avó já morreu. Que idade tem a sua cunhada?
- Fez vinte e oito a dezasseis de Maio.
-Não pode ser. Eu fiz vinte e oito anos, nesse dia. E onde nasceu a sua cunhada?
- Pois creio que em Leiria, mas não tenho a certeza. Ana Clara foi adotada.
- Eu e os meus irmãos, nascemos em Leiria, mas meus pais foram viver para Coimbra pouco tempo depois do meu nascimento. Sabe de uma coisa, gostaria muito de conhecer a sua cunhada. Não tem nenhuma fotografia dela?
- Não - disse com brusquidão. Só do meu irmão e sobrinhos.
Olhou o relógio.
- Quase uma hora. Aceita almoçar comigo? Seria uma boa maneira de me mostrar que não está zangada pela maneira como a tratei.
- Não posso. Tenho que estar em casa, dentro de vinte minutos. Ainda estou a mobilar o apartamento e ficaram de me entregar uns eletrodomésticos à uma.
- E se vier buscá-la para jantar? Também vai arranjar desculpa?
- Aceito o jantar – disse pondo-se de pé. 
-Às oito? - Ele levantara-se, e aprestava-se a segui-la.
- Estarei pronta.
Voltou-lhe as costas e saiu.


LEMBRO AOS MEUS AMIGOS PORTUGUESES QUE HOJE É DIA DE ELEIÇÕES. VOTAR É UM DEVER DE CIDADANIA, E É TAMBÉM UM DIREITO PELO QUAL OS NOSSOS ANTEPASSADOS DERRAMARAM O SEU SANGUE. HONREMOS A SUA MEMÓRIA COM A NOSSA PRESENÇA NAS URNAS.
  

24.3.17

UM DIA DIFERENTE

 Ontem foi um dia diferente. Porquê? Porque fomos a Leiria, em visita de estudo, complementar do livro de Eça de Queiroz, O Crime do Padre Amaro Chegamos à cidade debaixo de chuva intensa.
 Acolhemo-nos debaixo destes toldos de um estabelecimento do largo, para uma primeira explicação. Aqui, fui surpreendida pela  blogger Graça Sampaio  do  picosderoseirabrava, que se deu ao trabalho 
de vir ter connosco com toda aquela chuva, para que pudéssemos conhecermo-nos e trocar um abraço que não o virtual que eu sempre vou espalhando pelos blogues amigos. Não foi um, foram dois abraços molhados e emocionados, quase sem falar para não interromper a senhora que nos dava uma pequena introdução sobre o que íamos ver. 
 E continuamos ainda sob a chuva... Nas paredes algumas pinturas. Quadros de cenas, descritas por Eça no livro.
 Neste azulejo se informa, que Leiria foi a primeira cidade em toda a península a ter escrita impressa.

Aqui a torre do Sineiro, local dos encontros secretos 
 Aqui, Amelinha numa ida à praia de que se fala no livro. 

 Aqui a pensão de S. Joaneira
 A  Sé. E o grupo ouvindo atento as explicações.
Aqui a botica descrita no livro. Hoje fechada.
Antes de iniciar a subida para a torre sineira um pintura do padre Amaro e da Amelinha.