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31.8.22

OS CAMINHOS DO DESTINO -PARTE XXII

 

Saía do duche quando o telemóvel tocou. Enrolou o corpo num toalhão, colocou uma toalha à volta da cabeça, em forma de turbante e preparava-se para ir atender quando o aparelho deixou de tocar.
Passou um creme hidratante no corpo e vestiu um pijama, composto de calção e top. Depois ligou o secador, e dedicou-se a secar o cabelo. Tinha cabelo comprido, forte e negro, que ultimamente, por causa do emprego, e também porque estava muito calor, usava sempre entrançado.

Tendo terminado, pegou no telemóvel para ver quem lhe ligara. Clara. Tinha ficado de lhe ligar na véspera e como saíra mais tarde, esquecera. Fez a ligação. Atendeu ao primeiro toque.
-Olá. Já ia ligar-te de novo.
-Desculpa não ter atendido. Estava no banho.
- Ficaste de ligar ontem e não o fizeste. E agora não atendeste. Já estava a ficar preocupada. Está tudo bem?
- Está. Ontem saí já depois das nove, o patrão saiu mais tarde para acabar um trabalho.
-O patrão faz serão e tu é que sais mais tarde? – Ironizou a amiga.
- Não sejas tonta. Sabes bem que só saio quando ele chega. Não posso deixar a menina sozinha.
- Estou preocupada contigo. Estás a apegar-te demasiado a essa criança. Eu sei, que devido aos acontecimentos anteriores, era previsível, mas receio que vás sofrer muito quando se separarem. Já pensaste que de um momento para o outro, ele pode decidir pô-la numa creche?
- Não me parece que o faça tão cedo.
- Mais uma razão. Quanto mais tempo, estiveres com ela, mais te vai custar depois. Os homens não ficam muito tempo sozinhos, especialmente quando têm filhos. Ele já demonstrou interesse por ti?
- Claro que não. Estás doida?
- Não sei porquê. És jovem, bonita, educada. E se ele não se apaixonar por ti, apaixonar-se-á por outra qualquer.  Quando menos esperares aparece com uma namorada. E achas que alguma vai aceitar uma mulher como tu perto do homem que ela quer? Arranja logo maneira de pôr a menina na creche e correr contigo.
-Não façamos conjeturas sobre o futuro; como diz meu pai, o que for há de soar.
- Tenho medo por ti amiga. Já sofreste o suficiente com tudo o que te aconteceu. Mas deixemos isso. Conto contigo no sábado. Vamos até à Caparica. Há quase um mês que não te vemos.
- Sábado?
- Sim. E nem penses arranjar desculpa, ou vou aí buscar-te.
-Está bem. Mas basta ires buscar-me a Cacilhas. Mando-te uma mensagem quando estiver no barco.

7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Conspiração de mulheres??
FUJAM!!! :)))

Tintinaine disse...

Uma guerra de sentimentos que podem levar a história em qualquer direcção. Veremos o que a autora nos reserva.

chica disse...

Preocupação até relevante da amiga, mas veremos.... Lindo! beijos, chica

Cidália Ferreira disse...

Gostei do episódio!!
-
De repente, existem nós que se soltam...

Beijos. Boa tarde!

Maria João Brito de Sousa disse...

Secundo as palavras da protagonista: o que for, há-de soar!

Forte abraço, Elvira!

Paula Saraiva disse...

Muito interessante!

Teresa Isabel Silva disse...

Acho que perdi alguns episódios... Vou ter que voltar para acompanhar o que perdi!

Bjxxx
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