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12.8.22

OS CAMINHOS DO DESTINO - PARTE XV

 




Cerca das dezasseis telefonou a Clara.
- Então? – perguntou a amiga, quando atendeu
- Então o quê, mulher desconfiada, - riu Beatriz
- Vá lá conta-me tudo. Ou queres matar-me de curiosidade?
- Já tenho emprego, começo amanhã, vou ser assim uma espécie de ama e educadora de uma menina linda, numa casa que me pareceu bem bonita. Hoje almocei lá, conheci a avó paterna da menina, e a cozinheira da casa.
- Sim. E o pai da criança?
- O que é que tem o pai dela?
- Pode não ter nada, ou ter tudo. De manhã disseste que era viúvo. É assim, estilo ator de cinema, ou tipo trolha?
Beatriz soltou uma gargalhada.
- Tu és impossível. Sabes que não reparei bem nele? É alto, moreno, corpo atlético. Cabelos pretos e olhos cinzentos.
- E não reparaste nele? Então não me contes nada, quando reparares, não se dê o caso de me dar alguma coisinha má, -disse rindo.
A jovem não susteve outra gargalhada.
- Duas gargalhadas dessas em tão pouco tempo. Pareces mesmo muito feliz. Há muito tempo que não te ouvia rir.
-É claro que estou. Adoro crianças, e aquela é linda. O salário é muito bom. E saio desta inatividade cheia de más recordações.
-Certo. E folgas?
- Sábados e Domingos. A não ser que o patrão esteja em viagem.
Nesse caso ficarei com a menina.
- E viaja muito?
- Como queres que saiba? Só sei que essa cláusula está no contrato. Antes de desligar, devo dizer-te que as tuas desconfianças me fizeram recear e desconfiar quando o automóvel rodou para a periferia da cidade. E afinal , não havia razão para isso.
- Ainda bem amiga. Mas era meu dever alertar-te. Mais vale prevenir…
- Bom, tenho que desligar, preciso ir fazer umas compras. Beijo
- Vai dando notícias. Beijo.
Desligou, pôs o telemóvel na bolsa, abriu uma gaveta da cozinha de onde retirou um saco de plástico cuidadosamente dobrado que meteu na bolsa, verificou o dinheiro que tinha na carteira, vestiu o casaco e dirigiu-se ao supermercado. Precisava abastecer-se de algumas coisas, pois não sabia quantos dias iria jantar em casa.
Voltou para casa, arrumou as compras e ligou à mãe para lhe contar as últimas novidades. 
Findo o telefonema, aqueceu no micro-ondas um resto de comida da véspera e jantou.


7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

A aprovação da criança é meio caminho andado
Bfds

Tintinaine disse...

A vida a entrar nos eixos! É assim que o mundo funciona!
Boa sexta!!!

Maria João Brito de Sousa disse...

Os ventos sopram a favor da protagonista :)

Aguardemos o que virá a seguir.

Forte abraço!

chica disse...

Que boas as brincadeiras e risadas... Muito legal de ler! beijos, chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei deste capitulo.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Paula Saraiva disse...

Belo capítulo. Beijinhos

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um belo capítulo que auspicia um futuro risonho.
Beijinhos e boas melhoras.
Ailime