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7.12.21

POESIA ÀS TERÇAS - NATAL AFRICANO - CABRAL DO NASCIMENTO


 

Natal Africano

Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convendonal,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.

Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.

Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.

Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.

Cabral do Nascimento, in 'Cancioneiro'


11 comentários:

Janita disse...

Não conhecia o poeta e gostei muito do poema.
Neste Natal se retrata como se vive o nascimento do Menino no Continente africano.
Onde houver crianças há Natal. Mesmo sem neve, sem frio e sem luzes a piscar.

Boa noite e muita saúde, Elvira.

ematejoca disse...

O poeta que eu conheço com esse nome nasceu no Funchal e não em África.
Será que mesmo não nascendo em África, escreve sobre o natal africano?!
De qualquer jeito, tem qualidade poética.

Tintinaine disse...

Muy bonito, si señor!

chica disse...

Que lindo! Apesar de nada do convencional, é lá Natal também! Adorei! beijos, chica

Fatyly disse...

Não conhecia o poema deste poeta excelente e meu conterrâneo:) Gostei muito.
Beijocas e um bom dia

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz, querida amiga Elvira!
Um poema muito bonito e com uma mensagem atual em vista aos acontecimentos...
Apesar de... Será Natal...
Tenha dias pré Natal abençoados!
Beijinhos carinhosos e fraternos

Cidália Ferreira disse...

Gostei muito desta partilha!! :))

Beijo e um excelente Dia!

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Tão belo este poema de Natal.
Não conhecia e gostei imenso.
Onde há crianças a sorrir existe sempre Natal.
Um beijinho e bom feriado.
Ailime

Paula Saraiva disse...

Gostei bastante Beijinhos
e uma boa noite.


http://duasirmasmaduras.blogspot.com/

Felipa Monteverde disse...

Um belíssimo poema de Natal!

Tais Luso de Carvalho disse...

Que lindo poema, Elvira,
é Natal, mas que Natal triste apesar das crianças por toda a parte.
"Nem luz, nem cores, nem lembranças"
Gostei muito desse poema de Cabral do Nascimento que não conhecia!
Obrigada, querida amiga.
Um beijo.