Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta salão de festas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta salão de festas. Mostrar todas as mensagens

8.4.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE XIX





Paula circulava pelo salão onde se realizava a festa, certificando-se que a mesma estava a ter o sucesso que ela imaginara. Conversara uns minutos com os anfitriões, cumprimentara alguns convidados, a quem conhecia, de outras festas, falara com as duas jornalistas presentes, verificara todos os pormenores e satisfeita consigo mesma, preparava-se para se despedir do casal Ferraz e recolher a casa. Ela nunca ficava muito tempo nas festas, a menos que os anfitriões lho pedissem expressamente. Preparar um evento com aquela dimensão, dava muito trabalho, mas também uma grande satisfação pessoal, e até um certo orgulho cada vez que a felicitavam.  
Conversava com a repórter de uma conhecida revista cor-de-rosa, quando notou que a mesma se agitava, na direção da entrada do salão.
- Desculpa-me querida, mas tenho que ir. Acaba de entrar o António Ferreira, vou tentar arrancar-lhe uma entrevista.
Afastou-se com o fotógrafo, e então ela voltou-se lentamente e viu-o. Impecavelmente vestido à época, com um fato preto, sorriu para os repórteres, enquanto relançava o olhar pelo salão. Os seus olhos encontraram-se e o sorriso masculino acentuou-se um pouco, mas foi o único sinal de que a tinha visto. Depois encaminhou-se a passos largos até ao sítio onde se encontrava o casal anfitrião da festa a quem cumprimentou e com quem se entreteve a conversar. Voltando-lhe as costas, ela dirigiu-se ao salão onde ia ser servida a ceia, verificou a mesa conversou com os empregados que se encontravam à espera de que chegasse a hora em que os convidados entrariam para ser servidos, e depois de se certificar de que tudo estava como desejava, saiu. Estava na hora de se despedir dos donos da festa e de regressar a casa. No dia seguinte teria que iniciar os preparativos para a festa que o empresário desejava oferecer à irmã. Estava muito cansada, precisava com urgência de uma cama e de umas boas horas de sono.
Um quarto de hora depois, já se havia despedido do casal, e saía do salão, para regressar a casa, quando alguém lhe pegou no braço.
- Parabéns, a festa está um sucesso.
- Obrigada. Espero que te divirtas.
- Sem ti? Duvido. Penso que se entrar lá dentro agora, ela só terá metade do brilho. Porque te vais embora já?
- Nunca fico nas festas mais do que o tempo estritamente necessário para me assegurar que vai correr tudo bem.
-Nem mesmo se eu to pedisse?
-A troco de quê? A festa nem é tua. Além do mais amanhã tenho que começar a organizar uma outra festa, muito importante para nós dois.
- Levo-te a casa. Estás cansada.
-Seria uma indelicadeza para com os anfitriões.
-Tenho a certeza de que posso ir e voltar sem darem pela minha falta.
-Estão aí dois repórteres que terão muito com que se entreter se vêm o todo-poderoso António Ferreira a conversar comigo. Até amanhã, - disse saindo apressada, quando viu a jornalista encaminhar-se para eles, mas ainda  a ouviu perguntar:
-Já conhecia a Paula Maldonado?
Entrou no carro, ligou o motor, e saiu do estacionamento sem ouvir a resposta do empresário.