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26.7.19

LONGA TRAVESSIA - PARTE VIII




Todos os dias, Teresa, saía de casa de manhã, com o filho e dirigia-se a casa de Luísa. Aí, deixava Martim com o padrinho, Tiago, o marido de Luísa, e o filho deles, André.
Tiago trabalhava por conta própria, tinha flexibilidade de horário, pelo que se encarregava de levar os meninos à escola e ir buscá-los à tarde.
Teresa deixava o carro junto à casa da amiga e ia com ela, para o emprego. Por vezes trocavam, era ela quem levava o carro e a amiga.  O regresso era feito também em conjunto. Assim naquele dia, quando Teresa, desceu ao estacionamento já a amiga estava no carro à sua espera.
- Então? O que te pareceu? - Perguntou Luísa, iniciando a marcha, mal a amiga entrou no veículo,
-É o Rui. – Respondeu quase sem voz
- O Rui?- Perguntou com estranheza. Que Rui? Perguntava-te o que te pareceu o novo dono da empresa, Mário Silveira.
- Sim. Antigamente chamava-se Rui.
A amiga travou a fundo, fazendo com que o carro se imobilizasse, com um longo lamento dos pneus. Olhou para ela e só naquele momento reparou na palidez da jovem, e no tremer das suas mãos.
- Queres dizer que é… o pai do Martim?
Assentiu com a cabeça
- Caramba Tê, não tinhas dito que era milionário.
- Não era. Ou se o era, eu não sabia. Bem na verdade, eu nunca soube nada dele. Apenas que trabalhava num Banco e que fazia traduções para uma editora. Nada mais. Tinha pouco mais de vinte anos, era uma miúda loucamente apaixonada, e isso era tudo o que me importava.
- E agora?
-Agora é melhor que ponhas o carro a trabalhar. Se nos atrasamos as crianças ficam impacientes.
- Tens razão, - disse obedecendo. E acrescentou:
- Vais contar-lhe do Martim?
- Não. Nunca. Não quero que saiba. É meu filho.
Fez-se silêncio. Depois…
- Achas que te reconheceu?
- Para meu sossego e do Martim, gostaria de dizer que não. Mas tenho a certeza de que me reconheceu. Outra coisa, Luísa, por favor, não contes nada ao Tiago.
- Claro que não. Fica descansada.
Tinha acabado de estacionar. Tiago já estava à porta com as crianças. Martim despediu-se com um até amanhã, e correu para a mãe, que se baixou para o abraçar.
 Depois, despediu-se dos amigos, entrou no carro, e seguiram para casa.
Como sempre Martim não se calava, contando as peripécias do dia escolar. Porém Teresa tinha a mente ocupada com outras coisas