Numa pequena vila costeira, vivia um velho pescador com a sua neta, Margarida, que ele tomou a seu cargo, quando os pais da menina então com oito anos morreram num acidente.
A menina adorava o avô que lhe falava de reis e sereias que habitavam o fundo do mar. Margarida, a quem o avô, tratava carinhosamente por Princesa, foi crescendo, simples, alegre e linda, como a flor que lhe dera o nome tornando-se uma bela mulher com a sua pele branca como a neve, os lindos olhos azuis como pedaços de céu, e o cabelo tão loiro, que mais pareciam fios de oiro que o vento agitava.
Todos os homens que a viam, quer fossem pescadores, ou turistas endinheirados, que vinham de férias para o moderno hotel junto à praia, todos por ela se apaixonavam. Dizem até, que quando em noites de luar, Margarida passeava descalça pela orla da praia, Neptuno, o deus do mar, saía das águas encantado, só para a ver passar.
Mas, dizem que não há bela sem senão e a linda jovem tinha um e grande. Influenciada pelas belas histórias que o avô lhe fora contando ao longo dos anos, Margarida vivia num mundo de magia e sonhos, onde a realidade da vida, não tinha lugar.
O velho pescador estava desolado. Estava velho, cansado e sentia que o seu fim se aproximava a passos largos. Queria que ela arranjasse um bom homem e se casasse, mas a jovem vivia com a cabeça na lua e ele temia que ela não conseguisse sobreviver sozinha, depois da sua partida.
Um tarde porém - continuou o narrador que ia narrando esta história às crianças da pré, na minha escola – um lindo iate ancorou perto da praia, e à noite, um grupo de jovens veio nadando, até ao areal.
Era uma linda noite de luar e como de costume, Margarida caminhava descalça, pela orla das ondas, quando um dos jovens a viu, separou-se dos demais e caminhou ao seu encontro. Então, vindo do mar, um sussurro, suave como uma brisa de verão, chegou aos ouvidos da jovem.
-Margarida, hoje, cumpre-se o teu destino. O jovem que se aproxima é a tua alma gémea. Não temas. Sorri, porque em breve vais partir e ser muito feliz. Adeus, meu amor.
12 comentários:
Linda historia espero q que Margarita sea feliz.
Margarida é a minha irmã, Isabel Margarida.
Bfds
Que maravilha de conto e gostei imenso. Acho que dedicas a alguém talvez à tua neta, não?
Beijos e um bom dia
Um fim inesperado! Que terá acontecido, na prática, à jovem beleza? O verbo partir, utilizado pela autora, não pressagia nada de bom, mas isto não é uma história tipo Twilight zone!
Talvez partir para uma nova vida mais realista, menos sonhadora, afinal aquilo que o avô desejava.
Bom dia
Assim fossem os sonhos se tornarem realidade.
JR
Que lindo conto,Elvira! Gostei de ler! beijos, chica
Fico muito feliz por reencontrá-la por aqui trazendo pela mão esta Margarida.
Agora sou eu que ando a tentar reencontrar-me no meio de um labirinto de mazelas e respectivos medicamentos... O cansaço é enorme e, as mais das vezes, ainda mais forte do que a minha Musa.
Um grande abraço, Elvira!
Uma história de encantar, com um fim misterioso.
Bom final de semana.
Beijinhos
:)
Que bom, ler os teus contos, de novo, Elvira! Desejo que esta Margarida tenha encontrado o seu cam8nho e aproveito o nome para desejar à tua Margarida toda a sorte do mundo e que a vida a abençoe, sempre, com boa saúde. Beijinhos, querida Amiga!
Emilia
Afinal, sonhar de olhos abertos sempre traz os seus frutos.
Pelo menos, assim o entendi.
Esteja a pera na pereira e não apodreça, lá virá quem a mereça!
Um abraço, Elvira.
Bom fim de semana
Afinal, sonhar de olhos abertos sempre traz os seus frutos.
Pelo menos, assim o entendi.
Esteja a pera na pereira e não apodreça, lá virá quem a mereça!
Um abraço, Elvira.
Bom fim de semana
Como sempre, beleza na tua narração: linda!
Nunca se sabe, o amanhã é uma incógnita.
Forte abraço de vida nosso e da turma.
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