Não Digo do Natal
Não digo do Natal – digo da nata
do tempo que se coalha com o frio
e nos fica branquíssima e exacta
nas mãos que não sabem de que cio
nasceu esta semente; mas que invade
esses tempos relíquidos e pardos
e faz assim que o coração se agrade
de terrenos de pedras e de cardos
por dezembros cobertos. Só então
é que descobre dias de brancura
esta nova pupila, outra visão,
e as cores da terra são feroz loucura
moídas numa só, e feitas pão
com que a vida resiste, e anda, e dura.
Pedro Tamen, em Antologia Poética
Biografia AQUI
7 comentários:
O poema de Pedro Tamen tem qualidade poética.
Ótima escolha.
Muito bom e gostei muito.
Beijos e um bom dia
Coisas que a nata
inspira
e
a semente
germina
Há poetas assim
(adoro o teu presépio)
Belíssimo, este NÃO DIGO DO NATAL, do Pedro Tamén. Obrigada, Elvira :)
Abraço grande!
Embora não conhecendo a poesia de Pedro Tamen, este poema mexeu comigo, pela crueza e realidade nele contido.
Adorei a foto escolhida, fez-me lembrar outros natais, mais puros.
Um beijinho Elvira.
Despeço-me até 2022, com o desejo que ele seja mais brando e positivo para a minha amiga.
Não conheço o Poeta, mas adorei!
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MEMÓRIAS ... 🍀
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Abraço, e continuação de boas festas!
Gostei bastante.
Beijinhos
Boas festas
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