Seguidores

1.10.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XXVI

 

Três dias depois, Helena recebeu uma chamada do inspetor, dizendo que estava a caminho da sua casa. Ela quis saber se tinham descoberto alguma coisa, mas ele não respondeu e desligou o telefone deixando-a preocupada. Que teria acontecido. Entrou na sala, onde Fernando brincava com Diogo e disse:
- Diogo, vai brincar um pouquinho para o teu quarto. A mamã precisa falar com o tio Fernando.

A criança afastou-se e ela informou:
-O inspetor Morais, telefonou. Deve estar a chegar. Não me deu qualquer informação, sobre o que se passa.
Ele levantou-se nervoso, exatamente no momento em que a campainha da porta se fazia ouvir. 

Helena apressou-se a ir abrir a porta e a introduzir o investigador na sala.
- Boa tarde.
-Boa tarde, inspetor. Descobriram alguma coisa?
- Algumas, senhor Fernando. Sabe quem é este homem? – perguntou por sua vez o inspetor  tirando uma fotografia do bolso e mostrando-lha.
- Não. Mas eu já vi este homem. Lembras-te do sonho que te contei ontem?- respondeu ele voltando-se para Helena. Este foi o homem que me afastou, e não me deixou ver quem estava na urna.

- Que sonho foi esse? – perguntou o policial.
- Conta-lhe tudo. Eu vou só ver como está o Diogo, e já volto.

Quando voltou, Fernando acabara de contar todo o sonho.
- Muito interessante. Então agora oiçam o que nós descobrimos. Há três meses morreu na Póvoa, o senhor António Loureiro, um homem muito rico. Era viúvo e não tinha família a não ser um sobrinho neto, de nome Fernando Monte Real, um jovem pianista, muito estimado por quem o conhece. E um afilhado, chamado Joaquim Salgueiro. 
O falecido, deixou toda a sua fortuna ao sobrinho-neto, com a ressalva de que se o herdeiro morresse sem descendência, toda a sua fortuna passaria para o afilhado Joaquim.  O advogado disse-nos que o tinha convocado e que o senhor não apareceu, apesar de provavelmente ter sido por causa dessa convocação, que o senhor não viajou para a América com os restantes membros da orquestra.

Ora bem, já sabemos que o Joaquim não é flor que se cheire. Tem histórico de violência e os vizinhos não quiseram falar por medo de represálias. Pensamos que de algum modo ele soube do testamento e planeou  acabar consigo antes do senhor se encontrar com o advogado e receber a herança.

Embora, o Fernando não se recorde, no mesmo dia do funeral do seu tio-avô, com ajuda ou sozinho, deve tê-lo surpreendido. Agrediu-o selvaticamente, provavelmente mascarado, e julgando-o morto, abandonou-o a muitos quilómetros  de casa, não sem antes lhe roubar os documentos. Com eles terá viajado depois para os Estados Unidos, fez o registo no hotel em seu nome e de seguida terá voltado para Portugal já com a sua própria documentação. Como uma pessoa desaparecida não é considerada morta e a fortuna não poderia passar para ele, pensamos que algum tempo depois, de o Fernando ser dado com desaparecido na América, e acreditando que o meu amigo já estaria enterrado, ele voltaria a viajar para lá e faria com que os seus documentos fossem encontrados junto de algum indigente morto. Então as autoridades comunicariam connosco e ele poderia reclamar a herança como sua.

 Já estamos a examinar os registos dos voos provenientes da América naqueles dias, já que não há qualquer registo da saída dele para lá.
Todavia isto é a nossa conclusão mas sem provas nada podemos fazer e por isso pensámos preparar-lhe uma armadilha para o apanhar. Porém precisamos da sua ajuda.

11 comentários:

Emília Pinto disse...

Vamos lá ver como será essa " ratoeira , mas a história está a ser interessante.. um beijinho, Elvira e um bom fim de semana. SAÚDE para todos
Emilia

noname disse...

Que maravilha de trama, tem esta história.

Boa noite, Elvira

Tintinaine disse...

Se esse polícia apanhar o malandro, vamos encarregá-lo de ir atrás do nosso banqueiro fugitivo, o Rendeiro!
Bom fim de semana e cuidado que amanhã volta a chuva!

Maria João Brito de Sousa disse...

Resisto a ler este capítulo... por agora.

Ontem abusei e, ao final da tarde, quase não via... nem mesmo à distância.

Reporei as minhas leituras assim que o outro olho for operado e, finalmente, tiver os óculos adequados ao meu caso.

Um grande abraço, Elvira!

chica disse...

Os fatos vão se desenrolando...Lindo! beijos, ótimo dia! chica

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Magnífico este capítulo em que a Elvira se revela uma vez mais uma excelente escritora de investigação.
Gostei muito.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime

Janita disse...

Caramba!... Este Inspector é ainda melhor do que o Sherlock Holmes. Era de inspectores assim que a PJ precisava.
Não só descobre os factos, como prevê o que aconteceria, a seguir, antes dos factos acontecerem.
Fantástica cabecinha.

Bom fim-de-semana, Elvira.

lis disse...

Oi Elvira
Estive a ler os capítulos que perdi a tempo real e, vejo que ainda estão nas tentativas de solucionar a verdadeira identidade para que possam viver talvez um romance. Será isso ? rs
Abraços e bom fim de semana
* acompanhando o progresso do marido e do resultado feliz .

Maria do Mundo disse...

Bom fim de seman, querida amiga!

Rosemildo Sales Furtado disse...

A coisa está esquentando e ficando cada vez melhor.

Abraços,

Furtado

teresadias disse...

Uau!!!
Bom trabalho do inspector.
O que se seguirá?!
Bjs.