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22.10.21

UMA NOITE DE INVERNO - PARTE III




Uma tarefa árdua.  Alzira corava quando o marido lhe lançava um olhar mais atrevido, tinha vergonha de se despir na frente dele, quanto mais abandonar a posição de missionário por uma nova experiência, ficar de luz acesa nos momentos de intimidade, ou retribuir-lhe as carícias. Foi preciso muita paciência, muito amor, até que a esposa, percebesse que não há nada proibido, nem vergonhoso entre dois seres que se amam, e entendesse que contrariamente ao que a mãe lhe dizia, o caminho para o coração de um homem, pode não ser exatamente o do estômago.

Três anos depois, Luís começava a ficar preocupado, pois apesar de não usarem métodos contracetivos, e terem uma vida sexual intensa, Alzira não engravidava. Depois de conversarem sobre o assunto, resolveram procurar ajuda médica. Luís pensava que talvez a esposa fosse estéril, e ela temia isso mesmo. Emagreceu, estava triste. Temia perder o marido. Adorava-o. Para ela, era Deus no Céu e o marido na terra. Ele percebeu. E apesar de ansiar por um filho, jurou-lhe que nada mudaria se ela não os pudesse ter. Amava-a de qualquer jeito. 

Porém depois de todos os exames feitos descobriu que afinal o problema era dele. Sofria de Azoospermia.
Ele não sabia o que isso era e então o médico explicou-lhe que o seu sémen  não continha espermatozoides. Era como se o seu sémen fosse um ovo apenas com clara, sem gema. Impossível ser pai, a não ser que recorresse à adoção. 
Ficou triste, enraivecido, doente. Sentia-se diminuído.

Foi nessa altura que se apercebeu do verdadeiro amor da esposa e de como ela tinha mudado. Convenceu-o que para ela, era muito mais importante o seu amor, do que o desejo de ter filhos. 
Ainda que não fosse mãe, era mulher, e uma mulher que ele fazia muito feliz.  Mas a maior prova de amor, recebeu-a, quando interrogada pelos pais, sobre quando lhes daria um neto, assumiu perante a sua família que nunca lhos daria, porque ela era estéril.

Anos mais tarde, pensando que aprendera o suficiente para tentar dar outro rumo à vida, Luís decidiu emigrar. Alzira deixou tudo e foi com ele. Estiveram quinze anos na Suíça. Trabalharam muito, fizeram imensos sacrifícios, mas regressaram com o dinheiro suficiente para comprarem um terreno e construírem uma bonita casa.

Não era nenhuma grande mansão, muito menos um palacete, mas era uma bonita casa térrea, com um pequeno terreno à volta que a mulher logo encheu de flores.



13 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Tenho vários amigos que adoptaram.
E outros que não adoptaram porque a burocracia os impediu disso.
Bfds

Tintinaine disse...

Uma mulher que não tem que preocupar-se com a pílula! Algumas que conheço ficariam gratas por isso.
Bom dia e bom fim de semana!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Este amor todo vai acabar por dar em adopção... :)

Bem, não deveria ter-me posto para aqui a adivinhar. O que for, será!:)

Um abraço grande, Elvira!

Majo Dutra disse...

Está na hora de adotar... Bom dia. Abraço.
~~~

chica disse...

Gosti de ver esse lindo amor e elke bem convencido dele. Merecem ser bem felizes! beijos, chica, ótimo dia!

noname disse...

Expectante, +e como estou com a história.

Bom dia, Elvira

Jaime Portela disse...

Acho que já li esta história, mas já não me lembro dos pormenores.
Em qualquer caso, li os 3 capítulos de seguida e estou a gostar.
Bom fim de semana, amiga Elvira.
Beijos.

Emília Pinto disse...

Estou como o Jaime, já li a história, mas não lembro nada! Que tristeza!! Bem...prefiro assim, porue estou muito mais interessada; é como se fosse nova. Beijinhos, Elvira e um bom fim de semana, com SAÚDE
Emilia

teresadias disse...

Elvira, estou a gostar desta história envolvente, que de tão bem escrita parece real.
Beijo, bom fim-de-semana.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um excelente capítulo em que as personagens tomaram atitudes que merecem a minha admiração.
O capítulo está muito bem escrito e cativante.
Beijinhos e saúde.
Bom fim de semana.
Ailime

Janita disse...

Ah!!! Agora já sei quem é a Alzira. Vou continuar a acompanhar na mesma, pois muita desta água que correu sob estas pontes, já se me desvaneceram...Quero recordar certos pormenores.

Um abraço e bom fim de semana, Elvira

aluap disse...

Será uma pena se não adotarem uma criança.
Boa semana com tudo de bom.