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12.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXIV





Faltava a Helena um último troço, Já que depois desse ficariam a restar, apenas, a área correspondente aos distritos de Coimbra e Guarda, e não tinha intenção de pesquisar essas zonas, uma vez que o tio lhe dissera que o pai vivia na zona de Viseu. E depois, também porque os dias iam passando, e o dinheiro ia-se gastando. Naquele dia, apanhou a camioneta de Viseu para Nelas. Uma vez lá, dirigiu-se à Vinícola de Nelas, onde com o pretexto de comprar um bom vinho se informou sobre as quintas e os seus proprietários. Foi com emoção que soube da existência da Quinta dos Milagres propriedade de Jorge Noronha, que confinava com a Casa de Santar,o maior produtor de vinhos da região, onde além dos vinhedos se podiam ver os belíssimos jardins, da casa, um solar do século XVII que foi pertença da Condessa de Santar.  Quando saiu da Vinícola, entrou num café, pediu uma garrafa de água e tentou saber mais sobre o homem que era o seu pai. Para disfarçar, disse que era estudante, e que estava a fazer um trabalho sobre o vinho Dão, e para o qual já estivera a visitar outras quintas. O dono do café afirmou conhecer muito bem o senhor Jorge, e a família, disse-lhe que eram excelentes pessoas, muito estimadas por ali.
Lena pediu-lhe então a morada, afirmando que seria para lhe pedir alguns esclarecimentos sobre as castas que ele cultivava e o homem não se fez rogado, embora acrescentasse que talvez fosse melhor para o estudo ir visitar antes a Casa de Santar, bem mais importante do que a Quinta dos Milagres. Depois de pagar a garrafa e agradecer a gentileza, a jovem abandonou o café em direção à paragem da camioneta. Verificou o horário. Só daí a uma hora saía a próxima camioneta de regresso. Assim sendo, resolveu dar uma volta pela bonita praça, e visitar a Igreja matriz enquanto esperava para regressar a Viseu.
Mais tarde já no hotel, Helena, que tinha decidido entrar em contato com o pai, dava voltas à caneta sem saber como iniciar a carta para lhe mandar. Pensou escrever-lhe em nome do tio e marcar-lhe um encontro, mas seria enganá-lo e ela não gostava de mentir. Também não podia simplesmente escrever-lhe a pedir que se encontrasse com ela, ele iria julgar que era alguma doida e rasgaria a carta.  Muito menos podia escrever a dizer-lhe que tinha descoberto que ele era seu pai. Sem saber como fazer, resolveu aconselhar-se com o tio. Pegou no telemóvel e quando o tio atendeu contou-lhe que já tinha descoberto a quinta do pai, que as informações que tinha dele eram as melhores, e que não sabia como marcar um encontro com ele.
- Tens o nome da quinta e a morada?
- Tenho.
-Então procura na lista telefónica o número e envia-me numa mensagem Eu falo com ele, digo-lhe onde estás hospedada e peço-lhe para ir ter contigo. Direi que és minha sobrinha e que levas uma coisa para ele. De certo modo não é mentira, levaste as certidões, não levaste?
- Claro tio. E a aliança e anel da mãe.
Então faz o que te disse. Amanhã falo com ele e depois digo-te. Estou cheio de saudades.
-Obrigado. Também tenho saudades tuas. Beijo.