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25.7.18

O DIREITO À VERDADE - XLVIII




- Queres saber se já fizemos amor?- Perguntou inclinando-se para a frente e olhando a amiga nos olhos.
Helena assentiu com um movimento de cabeça, e depois murmurou:
-Desculpa. Não devia ter perguntado.
- Não precisas ficar assim. Não tem nenhum mal. Não disseste há pouco que eu era a irmã, que a vida não te deu? Lena, eu e o Sandro, namoramos há quase ano e meio, amamos-nos e estamos a pensar casar. E quando assim é, é lógico e natural que façamos amor. Não estamos no século passado, onde o sexo era encarado apenas como meio de procriação da espécie. Hoje a sexualidade é uma parte muito importante do relacionamento entre um homem e uma mulher. É parte integrante do amor. Tu não pensas assim?
- Sim, claro – apressou-se a dizer.
- Não me parece tão claro assim, Lena. Parece-me que tu e o Cláudio não viveram ainda esse momento, e tu estás confusa e amedrontada. Acertei?
- De certo modo, sim. Nós nunca… bom, primeiro conhecemos-nos, convivemos apenas dois dias, e eu não acreditava  que a atração que sentíamos, passasse disso mesmo. Uma atração. Agora estivemos a  viver debaixo do mesmo teto que os nossos pais. Trocamos beijos, e uma ou outra carícia mais ousada, nada mais.
- Porque será que eu tenho a sensação de que não me estás a contar tudo? Desembucha, mulher.
- É que sucede uma coisa muito estranha. Já por várias vezes sonhei que entro no quarto dele, me deito na sua cama e os dois fazemos amor de uma forma incrível. De tal forma que quando acordo, fico sempre baralhada, porque tudo me parece tão real, que tenho dificuldade em aceitar, que foi apenas um sonho.
- Olha lá, tu não és sonâmbula, pois não?
- Claro que não. O mais curioso, é que a primeira vez que isto me aconteceu nem sabia ainda quem ele era, nem onde vivia. Estava no hotel em Viseu, foi na véspera de ir fazer o teste com o meu pai. Agora imagina o susto que tive quando mais tarde cheguei à quinta, conheci a casa e vi o quarto dele. Eu nunca tinha estado na quinta, não tinha como conhecer o quarto, mas ele era exatamente igual ao que me aparecia no sonho. O aposento, os móveis, a janela, o cortinado. Tudo. Achas isto normal?
- Bom, normal não será, mas quem sabe tens algum sentido, extrassensorial? Ou então estás tão apaixonada, que enquanto dormes a tua alma vai ter com ele.
- Acreditas nisso?
-Bom para te ser sincera não. Mas estás feliz, não estás?
-Como nunca estive.
- Isso é que importa. Esquece o resto, e vive essa felicidade em pleno.