Na ilha por vezes habitada...Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade,
e dizem-se as palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres,
com a paz e o sorriso de quem se reconhece
e viajou à roda do mundo infatigável,
porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
- José Saramago, em "Provavelmente alegria". Lisboa: Editorial Caminho, 1985.
8 comentários:
A vertente poética até é interessante.
Já a prosa...
Confesso que nunca apreciei muito a leitura da obra do saramago.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Gostei.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Habitada é de certeza. Não deve ser ( ou pode não ser ) é por seres humanos.
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Muito interessante!! :))
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Coisas de uma Vida
Beijos. Um excelente dia
Não apreciei o que te peço desculpa!
Beijos e uma boa tarde
Boa tarde Elvira,
Belo e profundo este poem de Saramago!
Gostei imenso.
Um beijinho e saúde.
Ailime
Belo poema Elvira. Ótima escolha.
Abraços,
Furtado
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