Dias depois, Isabel tentava esquecer os seus desconcertos embrenhando-se no trabalho. Ainda não ganhara coragem de contar à amiga, o
que se tinha passado naquela Sexta-Feira. Por sorte, nessa manhã, Hans
telefonou-lhe da Alemanha. Tinha um novo trabalho para ela, desta vez uma coisa
diferente e muito especial. Ele e Anne iam casar e queriam a sua presença como
madrinha. Hans era um grande amigo. Fora ele que a recebera quando ela ganhara
quase em início de carreira o concurso para novos talentos e fora ele quem já
lhe arranjara alguns contratos vantajosos para a Alemanha. Vivia com Anne há alguns anos, mas agora queriam oficializar a relação.
-Não queremos que o Peter nasça antes do casamento.
Isabel ficou maravilhada. Então eles iam ser pais. Apesar
de Hans ter feito o convite quase em cima da hora, faltavam cinco dias para o
casamento, aceitou sem hesitar.
Desligou.
- O Hans vai casar e convidou-me para madrinha, disse com
a alegria duma criança a quem prometem um brinquedo novo.
Amélia, já tinha ouvido falar muito deste alemão.
Levantou-se e foi até à secretária de Isabel.
-Quer dizer que te vais ausentar de novo? E para quando é
o casório?
- Sábado.
- Este sábado?- Espantou-se Amélia. Como é possível?
Desculpa mas o teu amigo é doido.
Isabel riu.
- Luísa, liga para o aeroporto e vê se consegues marcar
voo para amanhã à tarde ou para Quinta. Amélia, preciso de ti, esta tarde para
me ajudares na compra da “fatiota”
- Retiro o que disse. O teu amigo não é doido. Vocês são
doidos.
Isabel não respondeu. Afinal aquele convite era como uma
bênção divina. Seria maravilhoso rever os amigos e sobretudo sair à rua sem
recear encontrar Miguel.
Não sabia ao certo se temia o homem ou os sentimentos que
ele lhe despertava. Mas sabia que temia encontrá-lo de novo.
Nessa mesma tarde depois de despachar as coisas mais
urgentes saiu com Amélia para escolherem a toalete para a cerimónia. Escolheu
um vestido longo em crepe cor de vinho com decote em V que punha em destaque a
beleza do seu colo, sapatos de salto alto em cetim bordado e uma pequena bolsa
a condizer. A empregada da loja disse-lhe que não era necessário ser tudo a
condizer, a moda actual permitia jogar com as cores, mas Isabel não estava muito
convencida disso, e sentia-se mais confortável assim. Como o clima na Alemanha era diferente, comprou também um bolero em veludo, cor de marfim para o caso de
precisar.
- Se o homem dos olhos cinzentos te visse assim, nunca
mais te largava. E se ele for o padrinho?
Estremeceu
- Não sejas tonta Amélia.
- Eu? Já pensaste nas voltas que a vida dá e nas coisas
estranhas que nos acontecem?
Não tinha pensado noutra coisa nos últimos tempos.
Quando dois dias
depois se despediam no aeroporto Amélia disse-lhe.
- Um casamento é
sempre uma ótima ocasião para se arranjar namorado. Oxalá o padrinho seja
interessante.
Não pode deixar de
rir. E retorquiu:
- Não estou à
procura de namorado, muito menos vou lá com essa intenção. Vou porque adoro
aqueles dois e estou muito feliz por eles.
- Era bem melhor
que estivesses feliz por ti,- resmungou Amélia.
continua
Obrigada a todos os amigos que se mostraram solidários com o maridão. Graças a Deus, ele está bem e feliz com o novo olhar.
13 comentários:
Oi, Elvira!
Estou apostando no padrinho!!
:)
Que Miguel também apague da memória coisas ruins do passado!
O romance promete!!
Parabéns para o maridón, venceu com louvor as horas de cirurgia, hemorragias e tudo o mais!!
Felicidades para ambos!!
Beijus,
Continuo a seguir esta história que nos faz acompanhar as personagens e a viajar também com elas.
Mais uma história que é para
seguir com todo o interesse.
Não sei bem o que aconteceu com
o seu marido(esta minha ausência
mais prolongada) mas como parece
que já está melhor, fico mais
tranquila.
Bj.
Irene Alves
Isabel tenta esquecer Miguel com a viagem. Será?
Aguardo.
Beijos,
Renata
O homem dos olhos cinzentos,
perturba o coração de Isabel
fazem os acontecimentos
correr muita tinta no papel!
A voar para a Alemanha,
lá vai a Isabel no avião
lindos olhos, beleza tanta
perfumada de mala na mão!
PS:O maridão da amiga Elvira está ótimo e feliz com o seu novo olhar, assim se conserve por muito anos.
Abraços para os dois!
Eduardo.
Primeiro que tudo , fico contente por saber que o seu marido está bem e espero que recupere completamente...assim como a minha amiga desse dente tono que a incomoda!
Quanto ao padrinho, não existem nem acasos nem coincidências!
Bons sonhos :)
Oi Elvira,
O conto está ficando interessante e aguçando nossa curiosidade.
E se for o padrinho? Tomara!
Beijos no coração
Lua Singular
estou a gostar da história , voltarei mais vezes!!
o lugar q não conheces é a Lagoa de Melides!
Está a aquecer, a história.
Promete!
Beijinhos e venham as bodas com novos desenvolvimentos.
Oi Elvira,
Passando para agradecer o carinho.
Espero que já esteja dormindo com os anjinhos.
O maridão está melhor? Homem da um trabalho quando tem alguma coisa.
Haja paciência.
Beijos
Lua Singular
A minha doce xará merece o melhor \o/
bjokas =)
Olá, Elvira!
A vida da Isabel está um virote, e este conto vai em ritmo acelerado -com muito suspense, e sabiamente administrado.
E ainda bem que o marido já está totalmente recuperado: sentimento de alívio e contentamento...
Um abraço
Vitor
OI ELVIRA!
ATRASADA MAS, AQUI, LENDO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
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