POEMA DO NOSSO AMOR NASCIDO
Ainda me recordo do tempo de solidão
quando na estação do meu desejo
embarquei ao encontro de ti.
Era Primavera?Não. Era ainda Inverno
mas o tempo não contava. Era um montão
de horas encerradas
na penitenciária do passado.
E foi justamente nessa altura
que te encontrei.
Trazias a noite agonizante
em teus cabelos,
enquanto nos teus olhos dourados
raiava a aurora.
Nunca te tinha visto e no entanto
soube logo que eras tu. No teu sorriso
- branco malmequer que desfolhaste,
me perdi. Com a força do desespero
que agoniza em silêncio,
o nosso amor nasceu. Depois...
bem, depois, não estava previsto
-mas aconteceu... a maçã do saber
adormeceu em nós.
A cidade, o rio, as gentes,
a vida e até a própria morte
deixaram de nos importar.
Há alguma coisa mais importante que
um homem e uma mulher que se amam?...
Lembras-te? Era o tempo dos beijos
a saber a pôr-do-sol,
das madrugadas amanhecendo
nos sorrisos sem palavras.
O tempo em que os nossos corpos
prenhes de Amor cavalgavam
pelas montanhas da Ilusão.
Em dia de S. Valentim, não me ocorre nada melhor do que este poema escrito para o meu marido, nos idos anos 70. Embora tenha escrito outros tendo-o por musa inspiradora, nenhum como este descreve tão bem o sentimento que nos uniu, tão forte que permanece até hoje nos nossos corações.
Feliz dia de S. Valentim.
4 comentários:
Feliz dia Elvira, o poema é muito bonito!
Beijinho,
Ana Martins
Imagino o sentimento que te invade o coração ao reler este poema escrito ha tanto tempo. Que bonito!
Um forte e carinhoso abraço pra ti.
Elvira,lindo Poema.
Como o seu coração deve estar feliz!
Que ternura.
Beijo.
isa.
Um poema como tu tão bem sabes fazer. Um hino ao amor, ao vosso amor, tão bonito e tão forte que vos mantém unidos há quatro décadas.
Bem-hajas, amiga!
Que perdure por muitos, muitos anos este sentimento que vos traz unidos.
Mil beijinhos
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