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12.8.14

ISABEL PARTE XXVII

Perturbada levou alguns segundos para reagir. Algo dentro dela lhe dizia que não podia nem devia fugir.
- Boa tarde Miguel. Não esperava encontrá-lo aqui.
“Caramba não te ocorre nada mais original?”- pensou sem saber se devia ou não estender-lhe a mão.
Ele sorriu. Um sorriso que iluminava o seu rosto dando-lhe um ar mais jovial.
- Com os encontros que a vida nos tem proporcionado, eu já não me admiro se a encontrar à mesa do pequeno-almoço.
A alusão era inconveniente pensou Isabel corando.
- Desculpe Miguel, vou comprar umas coisas para o jantar. Outro dia falamos, -disse tentando sair dali o mais depressa possível.
- Não precisa, - disse rápido. Vai jantar comigo. E não me diga que não, será um jantar de amigos, aqui mesmo num destes restaurantes.
- Não pode ser. Mal nos conhecemos…
- Então? Mais uma razão. Vamos conhecer-nos agora.
 Baixou a cabeça e murmurou quase ao seu ouvido.
- Não tenha medo. Não sou nenhum papão. E depois estamos num lugar público, cheio de gente.
Hesitou. No fundo Isabel desejava aceitar. Mas por outro lado aquele homem mexia demasiado com ela, e isso dava-lhe medo.
Miguel era demasiado vivido para não perceber a hesitação de Isabel. Suavemente pousou a sua mão no ombro dela.
- Venha. Prometo que a deixo seguir em paz mal termine o jantar.
Sentir o calor da mão masculina na sua pele quase fazia Isabel perder o controlo. Afastou-se rapidamente.
- Sendo assim vamos lá jantar.
Ele colocou-se a seu lado mas não voltou a tocar-lhe. Percebera perfeitamente a reação dela e de novo se mostrava perplexo.
Porque é que aquela mulher era tão diferente de todas as que conhecera até ali? Lembrou-se de uma conversa que tivera com a mãe há muito tempo. A mãe dizia-lhe, que ele não podia tratar todas as mulheres da mesma maneira. Havia milhares de mulheres abnegadas e amorosas, incapazes de qualquer espécie de traição. Claro que ele soltara uma gargalhada de incredulidade.  
O jantar decorreu animado. O coração foi-se aquietando e aos poucos Isabel foi-se soltando e a conversa decorreu com  naturalidade. Descobriram que tinham muitos gostos em comum. Nos filmes, na literatura, nos pratos. A certa altura ele propôs:
- Vamos tratar-nos por tu? Parece estranho continuar com o você…
- Que até já nem se usa, - disse ela rindo.
- Agora tenho que ir, - disse Isabel algum tempo depois do jantar.
- Não me ofereço para te levar, porque não tenho carro. Como já te disse estou na cidade há pouco tempo e ainda não comprei.
- Eu estou com carro. Queres que te deixe nalgum lado?
- Não. Vou caminhar um pouco. Olha o meu número do telemóvel. Dás-me o teu?
Ela abriu a mala e tirou um cartão
- Toma.
Ao pegar no cartão, puxou-a para si e abraçou-a. Sentiu-a tão tremente que a soltou sem se atrever a beijá-la.
Ela entrou rápida no carro e arrancou. Ele ficou ali largos minutos fazendo dançar o cartão entre os dedos. Depois iniciou o caminho de regresso à sua nova casa pensando completamente desconcertado.
"Que raio de sentimento é este que me inibe e me deixa trémulo como um adolescente?"
Em casa Isabel revivia os acontecimentos dessa noite e chegava à conclusão que tinha falado imenso de si, da sua vida pessoal e profissional, enquanto Miguel se limitara a ouvir e pouco falara.
De uma coisa tinha a certeza. Estava irremediavelmente apaixonada por aquele homem. Como nunca estivera em toda a sua vida. Já não era uma menina. A vida é como brisa de verão em fim de tarde. Passa rápida e poucos dão por ela. Um dia destes acordava velha. Estava decidida. Se houvesse uma hipótese de ganhar o amor de Miguel, ela lutaria por ele.

Continua

11 comentários:

Edum@nes disse...

Olhando bem para a fotografia,
penso que eles foram feitos um para o outro
o destino os unirá na felicidade e na alegria
vencerá o amor porquanto é louco...

Desejo um bom dia para você amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.

RENATA CORDEIRO disse...

Os encantos da paixão. Lindo este capítulo.
Beijos e bom dia,
Renata

Bell disse...

Hj em dia homem cavalheiro esta difícil hein?
Ainda mais que convide para jantar rs...
Torço pela minha xará.

bjokas =)

São disse...

Vamos continuando à espera do desenrolar da estória...

beijinhos, amiga

Paulo Cesar PC disse...

Querida Elvira, sempre estou muito grato por sua visita ao blog onde escrevo. Um beijo no seu coração.

Lua Singular disse...

Oi Elvira
Adorei esse pedaço de conto e está caminhando bem, logo vêm os beijos. Que delícia!
Beijos no coração
Lua Singular

Luma Rosa disse...

Eeeeeeeeeeee até que enfim!! Estava ansiosa por esse encontro. Até cheguei a imaginar que Miguel seria o padrinho de casamento, mas daí seria demais coincidência.
Agora vamos à surpresa!!
:)
Beijus,

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Elvira, os dois, férias e preguica de postar.

Beijos e te desejo um dia abencoado.

Emília Pinto disse...

Antes de mais, querida amiga, quero pedir-te desculpas pela ausência, mas a culpa é do Verão ( que mais parece Outono ) e a ansia que temos de o aproveitar bem. Estive a ler tudo o que escreveste e deparei-me com a alusão às melhoras do teu marido. Pelo que percebi, foi operado à vista e parece que correu tudo bem. Espero que assim continue e que agora te possa olhar da maneira que ele gosta e tu mereces. Fico feliz. Quanto ao conto, penso que finalmente a Isabel vai realizar o seu sonho, constituir família e, claro ser mãe. Estou a gostar muito da estória e cá estarei, mesmo atrasada, para ver o final. Um beijinho, Elvira e parabéns pela bela escrita.. Até sempre!
Emília

vendedor de ilusão disse...

Olá, minha cara e estimada amiga.
Depois de longa ausência, volto a lhe visitar e o faço me expressando em poucas palavras:
“Que a Luz do Sagrado ilumine o vosso caminho...”
Aceite meu abraço e até mais!
J.R.Viviani

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
ENFIM, OS DOIS JUNTOS, AGORA SÓ O MELHOR VIRÁ.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/