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Seis meses depois, teve a sorte de ser destacado para a Sagres que ia partir em viagem, à volta do mundo, por um ano. Um facto que mudou completamente o seu modo de encarar a vida. Aprendeu o que é viver dias e dias sem avistar terra, ao sabor do humor da natureza, ora num suave embalo, ora numa dança louca que lhe revolvia as entranhas e lhe punha o estômago às voltas, dia após dia a olhar para as mesmas caras, escutando as mesmas ordens, executando as mesmas tarefas. Mas também aprendeu o fascínio que aquela farda tem sobre as mulheres, mesmo que sejam de outros continentes, com outros costumes. Viu gentes e culturas que em nada se pareciam com as suas, mas que despertaram nele o seu espírito aventureiro e a certeza de um regresso.
E foi assim que após o serviço militar cumprido partiu à
descoberta do mundo. Para se sustentar fez de tudo um pouco. Foi servente de
pedreiro, empregado de mesa em cafés e restaurantes, entregador de flores, e
até empregado de funerária. Em Paris, teve a sorte de ver uma das suas crónicas
publicadas, no Le Monde. Depois, conseguiu um lugar de estagiário na redação desse mesmo
jornal. Aproveitou o estágio para se inscrever num curso intensivo de
jornalismo. Conheceu Sara, uma conterrânea a estudar arte contemporânea. Foi
uma relação conturbada, que durou mais ou menos um ano. Conturbada, porque Sara
pretendia muito mais do que aquilo que ele queria, ou podia dar. Um dia
despediu-se, comprou um auto caravana e rumou para África. A partir daí passou
a trabalhar sempre como independente. Mas as suas crónicas e reportagens
publicavam-se em vários jornais, um pouco por todo o mundo. Especialmente as
que fizera no Iraque, Timor e Myanmar. Vira e vivera situações, que até o
diabo temia.
Aventuras amorosas, teve muitas. Que duravam horas ou
dias e que não faziam qualquer mossa nos seus sentimentos nem convicções. Sara
fora uma excepção, pelo tempo que durou.
Tinha 45 anos de uma vida intensa. Ultimamente porém
começava a pesar-lhe a solidão. Como agora. Não é que estivesse a pensar em
casamento ou constituição de família. Nada disso. Mas gostava de ter dois ou
três amigos com quem sair, beber um copo, trocar ideias. Ele não tinha nada
disso. Era muito jovem quando partira de Portugal, e depois disso, sempre que
vinha era de passagem, apenas para ver e abraçar os pais. Dos amigos da faculdade,
que não via há mais de 20 anos, nem sabia se estavam cá, se tinham emigrado, ou
mesmo se ainda se lembravam dele.
Deu uma volta pela Praça do Comércio totalmente diferente
da última vez que ali estivera, foi até ao cais das colunas, admirou o manto de
águas serenas, que a lua cheia beijava descarada, a ponte 25 de Abril, o Cristo
Rei e murmurou:
- Tanta beleza só é possível com a Tua bênção.
Mergulhou de novo nas suas memórias ao mesmo tempo que
iniciava o regresso ao hotel.
No ano anterior
lançara o seu primeiro romance. Um sucesso que ia na sétima edição. E tinha
já agendado a data de lançamento do segundo. Pelo meio ficava o projecto de
reunir em livro algumas das suas reportagens como documento histórico. E uma
telenovela já encomendada por um canal de TV.
Esses projectos e a idade dos pais, tinham-no levado à
compra de casa em Lisboa, e a pensar que desta vez talvez ficasse mais tempo do
que habitualmente.
continua
Graças a Deus o maridão está quase bom. O primeiro olho a ser operado, sofreu hemorragia pelo que levou quase 8 dias muito vermelho mas já voltou ao normal. O segundo operado na Segunda, não ficou vermelho, ainda arde um pouco mas está quase bem e ganhou qualidade de vida. E pensar que antes de ser operado ele pediu ao médico que lhe receitasse uns óculos para me poder ver...
Graças a Deus o maridão está quase bom. O primeiro olho a ser operado, sofreu hemorragia pelo que levou quase 8 dias muito vermelho mas já voltou ao normal. O segundo operado na Segunda, não ficou vermelho, ainda arde um pouco mas está quase bem e ganhou qualidade de vida. E pensar que antes de ser operado ele pediu ao médico que lhe receitasse uns óculos para me poder ver...
13 comentários:
OI ELVIRA!
ESTÁ, COMO JÁ DISSE ANTES, CADA VEZ MELHOR E QUANTO A NÓS, TOTALMENTE ENVOLVIDOS EM TUA HISTÓRIA FASCINANTE.
MAS, O QUE MAIS ME DEIXOU CONTENTE, FOI SABER DAS MELHORAR DO MARIDÃO E ACHEI MUITO BONITO ESTE CARINHO DE VOCÊS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Tive que "recuperar" capítulos, para entender a história. Ainda bem que estão aí...À cada parte, mais empolgante fica. Quando assistimos à uma peça de teatro, costumamos dizer, na crítica que o texto foi crescendo, de ato para ato. Assim, é a história de Isabel, à medida que lemos cada capítulo, sentimos esse crescimento, na qualidade excelente texto. Parabéns! Meu abraço.
A vida acontece em qualquer lugar e sempre que um homem abraça a aventura e o desejo de ser feliz.
Sempre agradável este tempo e leitura.
Muito boa a continuidade que vc está dando à sua prosa, Elvira. Cada vez gosto mais.
Fiquei contente também em saber que já está tudo mais calmo com o seu marido, e, por conseguinte, com vc.
Beijos,
Renata
Já estava atrasado 3 episódios, pelo que demorou um pouco a colocar a leitura em dia, mas valeu a pena, como sempre. Continuação das melhoras...
Abraço do Zé
É a vida e a vontade de viver,
que nos faz nela pensar
nem sempre o melhor acontecer
para que não seja pior é preciso lutar!
Ainda bem que maridão,
da amiga Elvira
reagiu bem à operação
tem agora mais qualidade de vida.
Bom domingo, amiga Elvira.
um abraço para você outro para o marido.
Eduardo.
Esperemos que vai acontecer...
Fico contente com a reviravolta benéfica da vida de seu marido !
Abraço para vós e tenham bom domingo
Esperemos que vai acontecer...
Fico contente com a reviravolta benéfica da vida de seu marido !
Abraço para vós e tenham bom domingo
Oi Elvira! Fico feliz com a recuperação de seu marido. Sua história está cada vez mais interessante! Bjs e boa semana,
Oi Elvira
Tentando acompanhar seu conto e é bom ver que os personagens seguem com projetos de vida vamos ver como vai ser o desfecho da vida do Miguel e Isabel.
Que tudo siga bem com a visão do seu marido.
abraços aos dois
Oi Elvira,
Estou adorando o conto e quantas emoções dos dois personagens.
Aguardando o outro...
Feliz pelo seu marido...
Beijos
Lua Singular
Olá, Elvira!
Vida bem vivida e agitada, a do Miguel.Nesta história que já vai longa e bem contada, e sem que a Elvira perca o fio à meada - o que nem sempre é fácil...
A continuação das melhoras do marido.
Um abraço
Vitor
Olá, Elvira
Vejo que nesta história de Isabel apareceu um outro personagem igualmente fascinante. Aguardo a continuação com expectativa.
Desejo uma excelente evolução quanto à saúde do seu marido.
Beijinhos
Olinda
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