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18.11.08

DIVÓRCIO

Foto da net
Ela caminhava pela praia naquele fim de tarde de olhos presos no mar, completamente perdida nas suas recordações. Foi num fim de tarde como este que conhecera Eduardo.As lembranças surgiam em catadupa. Ela caminhava pelo parque da cidade, olhando embevecida as crianças que brincavam no escorrega, fazendo grande algazarra. As flores, impregnavam o ar com um intenso mas agradável aroma. Rita, ia tão absorta, que não viu aquela raiz, na qual foi tropeçar, saindo projectada para ...os braços de Eduardo. Sim porque fora ele que por ali passava e a segurara, quando se apercebeu que ela ia cair. Rita sentiu o olhar intenso e trocista de Eduardo, e sentiu-se envergonhada, mas coisa esquisita, sentiu uma estranha sensação de felicidade. Agradeceu sentindo-se corar sob o olhar dele. Eduardo pelo contrário parecia divertido com a sua atrapalhação. E depois de algumas palavras que ela quase não escutou, combinaram encontrar-se no dia seguinte.Naquela noite, o sono tardou para Rita. Ela não conseguia esquecer o desconhecido do parque. E só nessa altura se deu conta que tinha esquecido de perguntar o seu nome.Que faria ele no parque? Passaria ali por um acaso, e a vida teria caprichado naquele tropeço, para que se conhecessem? E se assim era qual iria ser o seu papel?Era bonito ele, pensava Rita. E dava voltas na cama, ansiando pelo nascimento do dia.Pobre Rita. Se ela soubesse o quanto ia sofrer por aquele homem, teria sufocado a sua lembrança, e nunca teria voltado ao parque, para o encontro.No início Eduardo parecia ser o homem dos seus sonhos. E o que começou como uma amizade, não tardou em transformar-se num intenso amor. Rita vivia cada beijo, cada instante, sentindo-se a mulher mais feliz e mais amada da terra.
Casaram num dia de sol em pleno mês de Maio. Eduardo não quis casar na igreja, e isso foi uma pequena nuvem a ensombrar a felicidade de Rita, cuja fé lhe pedia a bênção no altar.Três dias durou a felicidade dela. Três dias como o Carnaval. Carnaval; estranha associação esta. Mas a verdade é que ao fim de três dias, Rita achou que o homem com quem casou, nunca deixara de ser um desconhecido, que usava uma máscara, pela qual ela se apaixonara. A sua vida nunca mais tivera paz desde esse dia.Mas Rita era uma mulher de coragem, e substituído o amor pela desilusão, decidiu pôr um ponto final no casamento.Daí que naquela tarde, passeasse junto ao mar, a sua falsa liberdade de mulher divorciada do homem, mas ainda presa às recordações.

25 comentários:

ETERNA APAIXONADA disse...

*****
Um conto atemporal e universal!
Gostei muito, você escreve muito bem!
Tenha uma linda noite!
Beijos

*****

Pitanga Doce disse...

E essas recordações ainda a acompanharão por muito tempo. Um sonho acaba mas demora a esquecer.

beijos

Odele Souza disse...

Terminar um casamento é sempre uma decisão muito difícil. Espero que Rita seja feliz sozinha. Ou quem sabe com um novo amor.

Odele Souza disse...

Terminar um casamento é sempre uma decisão muito difícil. Espero que Rita seja feliz sozinha. Ou quem sabe com um novo amor.

Isamar disse...

Um divórcio nunca é fácil. Há sempre muita coisa boa para recordar embora as más deixem marcas difíceis de sarar.
Bonito conto!

Beijinhos

gaivota disse...

o carnaval são três dias, ou mais...
é a vida, anda como o carnaval, com máscaras e histórias ensaiadas!
um divórcio é sempre complicado, as marcas ficam sempre...
beijinhos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Querida Elvira, belo texto com ums lição de vida muito frequente... Beijinhos de carinho,
Fernandinha

abueloscrisytoño disse...

Como la vida misma, muy bien contado y cuanta verdad. Me gustan los relatos cortos que dicen tanto.
Un abrazo. A.Cris

Celia disse...

Vc escreve muito bom. Vou como sempre, acompanhando. Bj

Peter Pan disse...

Estimada e Simpática Amiga:
Um texto de imensa profundidade literária. Perfeita e muito bem direccionada.
Uma ligação amorosa que fracassou, como fracassa quando o amor não se sente e se substitui pelo desencanto e ausência de uma sensível existêcia da "entrega" mútua de pureza significativa e explicita do "sentir" franco sentido e sincero.
Imensamente significativo e terno.
Quantos casamentos desfeitos por ausência de entendimento e diálogo.
Gostei imenso de ler.
Beijinhos de um respeito imenso.
Com uma estima sincera e sentida pelo brilhantismo que "povoa" o seu Ser lindo.

peter pan

Filoxera disse...

O mar é pano de fundo para bons momentos e para recordações...
Beijinhos.

LopesCaBlog disse...

Um belo conto :)

LopesCaBlog disse...

Peço desculpa por escrever aqui mas não encontro outro local e é por isso mesmo que te escrevo.
Gostava de sugerir um local para recados, pois por vezes gostava de te escrever sobre assuntos que não estão relacionados com o teu post.
Eu por exemplo criei este Post para receber recados http://lopesca.blogspot.com/2006/08/recado.html
;)

esteban lob disse...

Bonita aunque triste historia, estimada amiga.

Saludos.

lua prateada disse...

Linda e triste história pois no principio apaixonados em tudo se acredita ...depois kuando a máscara começa a descolar e a cair vemos a pobreza de espírito dos outros a afectarem nossas vidas.
Recordações? quem as não tem ,de ínicio nos fazem xorar depois já é uma triste lembrança apenas...

Beijinho prateado com carinho Elvira

SOL

São disse...

Pois acho que não tem sentido arrastar situações dolorosas. E a liberdade acabará por ser verdadeira, pois o tempo é o senhor inexorável de tudo.
As suas melhoras e um abraço grande.

Anónimo disse...

Já pensou num livro? :)

jorge esteves disse...

...p'ra tudo se acabar na quarta-feira...
Ao contrário do que diz a canção, talvez,a Rita ache outra (história) maré...

abraços!

Um Momento disse...

OLá Elvira:)
Hoje ( ainda )não venho comentar, vim desejar apenas que tudo esteja a correr pelo melhor, pois li algures que está em convalescença da operação
Espero que esteja a correr tudo muito bem e ... dar-lhe um grande e saudoso abraço

Tudo de bom desejo
Mi

(*)

paula machado disse...

olá Elvira

lindo conto, os seus contos são sempre lindos

beijinhos do tamanho do Mundo

Anónimo disse...

Elvira
passei para deixar um abraço

Geo Schumacher disse...

Me fez lembrar a história de Maria que escrevi certa vez, ela, assim como Rita, casou-se com um homem que não conhecia, sofreu muito...

Eu também amei demais uma pessoa que achava que conhecia, não cheguei a me casar mas as lembranças me atormetaram muito tempo e muitas perguntas...e ainda hj me pego, vez por outra, a recordar...mas não me sinto mais presa a elas...tudo passa.

Beijos

Geo Schumacher disse...

Me fez lembrar a história de Maria que escrevi certa vez, ela, assim como Rita, casou-se com um homem que não conhecia, sofreu muito...

Eu também amei demais uma pessoa que achava que conhecia, não cheguei a me casar mas as lembranças me atormetaram muito tempo e muitas perguntas...e ainda hj me pego, vez por outra, a recordar...mas não me sinto mais presa a elas...tudo passa.

Beijos

Anónimo disse...

Quando as coisas não resultam, o melhor mesmo é cortar o mal pela raiz.
Porém, nem sempre as coisas se resolvem assim facilmente.

Anónimo disse...

Quando as coisas não resultam, o melhor mesmo é cortar o mal pela raiz.
Porém, nem sempre as coisas se resolvem assim facilmente.