Eu queria chamar-me Manuel
e viver tranquilo na minha terra
ir á tardinha com os amigos ao café
e falar do tempo sem pensar que a seca
trará a flor da fome ás searas queimadas.
Eu queria chamar-me Manuel
e ter uma casa, água e luz,
poder fazer um filho livremente
sem pensar na subalimentação
fisica nem mental.
Eu queria chamar-me Manuel
ter emprego e não pensar
que os salários estão atrasados
e talvez o desemprego esteja á espreita,
e a fome seja o jantar do próximo mês.
Eu queria chamar-me Manuel
e continuar a pensar Abril,
como a esperança da minha terra.
Eu queria chamar-me Manuel...
e sou apenas o emigrante.
elvira
3 comentários:
Lindo! bem lembrado, neste dia 25 de Abril, marco histórico neste País plantado á beira mar; que as conciências acordem, não o deixem naufragar...
neste dia em tempos que já lá vão floriram cravos. Infelizmente com o tempo têm-se estado a transformar em "cravas". Esperemos que as coisas melhorem...
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Um poema perfeito, muito sentido e expressivo.
Aplaudo-o, Elvira.
Beijinho
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