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20.12.21

A LENDA DO BOLO REI

 
O Bolo-Rei é o bolo tradicional natalício português por excelência. A sua origem tem várias raízes. A ideia de um bolo misturado com fruta cristalizada terá surgido na corte do rei Luís XIV, em França, que com os tempos foi-se espalhando pelo resto da Europa. Chegada a Portugal a receita foi adaptada, adquiriu a forma de coroa com que é vendido atualmente e passou a ser associado à época natalícia. A introdução da fava vem no tempo dos Romanos, em que era costume durante as festividades eleger-se o “rei da festa” colocando-se uma fava num bolo. Já a introdução do brinde como recompensa (ficando o perdedor com a fava) é uma criação portuguesa, embora este costume tenha sido, há uns anos, passado a ser proibido por apresentar risco de sufoco, sobretudo para as crianças. Apesar do nome “Bolo-Rei” não vir, como erroneamente se pensa, do dia de Reis – a nomenclatura “Rei” é apenas uma indicação da riqueza de ingredientes com que é feito, tornando-o no bolo “maior” das festividades – isso não impediu a tradição oral de o associar aos Reis Magos, havendo inclusive uma lenda portuguesa que lhes atribui a origem do bolo e lhe dá simbologia. Segue-se a história: Conta a lenda que num país distante viviam três homens sábios que analisavam e estudavam as estrelas e o céu. Estes homens sábios chamavam-se Gaspar, Melchior e Baltazar, a que a tradição deu a nomeação de “três Reis Magos”. Numa noite, ao analisarem o céu, viram uma nova estrela, muito mais brilhante que as restantes, que se movia pelo céu, e interpretaram-na como um aviso de que o filho de Deus nascera. Resolvidos a segui-la, levaram consigo três presentes: incenso; ouro e mirra, para poder presentear o Messias recém-nascido. Chegados à cidade de Belém, já perto da gruta onde estava o menino Jesus, os Reis Magos depararam-se com um dilema: Qual deles teria o privilégio de oferecer primeiro o seu presente? Esta pergunta gerou a discussão entre os três. Um artesão que por ali passava ouviu a conversa e propôs uma solução para o problema de maneira a ficarem todos satisfeitos. Pediu à sua mulher que fizesse um bolo e que na massa colocasse uma fava. Mas a mulher não se limitou a fazer um simples bolos e arranjou forma de ali representar os presentes que os três homens levavam. Desta forma fez um bolo cuja côdea dourada simbolizava o ouro, as frutas cristalizadas simbolizavam a mirra e o açúcar de polvilhar simbolizava o incenso. Depois de cozido o bolo foi repartido em três partes e aquele a quem saiu a fava foi efetivamente o primeiro a oferecer os presentes ao menino Jesus.


da tradição oral portuguesa, no livro "Contos de Natal Portugueses" da Luso-livros

7 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Não sou nada fã de bolo rei, não consigo gostar.
Boa semana

chica disse...

Linda lenda e sempre me apetece esse bolo!

Desejo que tenhas um Natal abençoado e um fim de ano maravilhoso ! beijos, tudo de bom, chica

Fatyly disse...

Gostei da Lenda mas já não gosto muito do bolo-rei!
Beijocas

Maria João Brito de Sousa disse...

Que belo excerto do "Contos de Natal Portugueses", amiga.

Espero que hoje consiga um bocadinho livre para me ouvir no directo da LUSO[BRASIL]FONIA, às 16.00h.

Forte abraço!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Aproveito para desejar à minha amiga e sua família um Santo Natal.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

. intemporal . disse...

Um texto mais do que apropriado à época que atravessamos.

Desejo-lhe um feliz Natal!

Um beijo meu

" R y k @ r d o " disse...

Lenda que adorei ler. Adoro bolo-rei
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Deixando votos de um FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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