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22.3.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE VI






-O que há com a empresa? É mau negócio? O Júlio estava entusiasmado.
-Eu sei, e pelo que ele diz parece ser um bom negócio, mas não acho bem que te desligues do assunto. Porque não vais até lá?
- Não confias no Júlio?
-Deus me livre e guarde disso, António. Até porque eu estarei lá na altura da compra e todos os documentos passarão pelas minhas mãos. Porém gostaria que fosses comigo. Não que seja necessário, pois com a procuração que tenho posso representar-te em qualquer negócio. Mas era uma maneira de te tirar deste escritório e libertar a tua cabeça dessa obsessiva ideia de vingança. Pelo menos por uns dias.
- Está bem. Quando será feita a escritura da compra?
- Dentro de dias. O Júlio tem estado à espera que tu te decidas a ir até lá. Parece que ele confia mais em ti do que em si próprio. A propósito, sabes que ele vai casar?
- Não. Não tenho estado com ele ultimamente. Quando aceitei fazer sociedade com ele no negócio dos carros deleguei nele toda a responsabilidade dessa parte dos negócios. Os restaurante e principalmente a imobiliária, ocupam-me todo o tempo. 
- Claro. Diz-me uma coisa. Há quanto tempo não vais ver a tua mãe?
- Há duas ou três semanas. Porquê? Passa-se alguma coisa com ela? Está doente?
- Não. Mas está muito triste. Disse à Gabi que sentia saudades tuas. Que se sente muito só e que lhe parece que continuas em França, tanto tempo leva sem te ver. Como sabes eu e a tua irmã quisemos que fosse viver connosco, mas ela prefere estar lá na casa onde viveu toda a vida e que diz está cheia de recordações. Diz que dali só sai morta. Devias ir vê-la. Caramba um homem não pode virar escravo dos seus negócios.
-Tens razão, mas que queres, foram muitos anos a trabalhar catorze a dezasseis horas por dia. E depois há sempre tanta coisa para resolver.
- Arranja dois ou três bons gestores. Eles podem fazer a maioria do teu trabalho. Não vais à falência por isso e ganhas em qualidade de vida e saúde. Nem sei como tens aguentado tudo isto sozinho.
- Tenho-te a ti, e à secretária que me recomendaste e que é uma excelente profissional. E mais três empregadas no escritório, e uma dúzia de gerentes nos restaurantes. E o Júlio tem-se mostrado bastante competente com o setor automóvel. Logo que resolva este problema com a integração ou não da Imobiliária “ Casa Nova”, prometo tratar disso. Gostava de trazer para a empresa o Rui Martins, mas duvido que ele queira deixar a atual empresa. Enfim, quando chegar a hora se verá.
- Quando é que terás a resposta do Jorge Maldonado?
- Dei-lhe oito dias.
- Acreditas que ele convença a filha?
- Não sei. Se bem que para te ser franco gostaria que não o conseguisse. Conheces a filha dele?
- E quem não conhece a Paula Maldonado? É uma excelente profissional, a sua empresa de eventos é uma das melhores do país, está constantemente a ser requisitada. Terminou há pouco um relacionamento de quatro anos, quando todos esperavam que mais dia, menos dia, marcaria a data do casamento. Não deve estar com vontade de se comprometer com ninguém, mesmo que seja para salvar o pai da ruína. Estás apaixonado por ela?
- Não. Mas um dia terei que casar. E o que sei dela agrada-me. Mas repito, espero que ela não aceite.
- Confesso que não te entendo. Se ela te agrada, porque não tentas uma aproximação e esqueces essa maldita vingança? E como esperas que não aceite se dizes que te interessa? Sabes que mais? És demasiado complicado para mim. Bom, tenho que ir. Combinei com a Gabi que ia buscar o Pedro à escola, uma vez que a esta hora ela tem uma consulta no dentista. Até amanhã.
-Até amanhã Eduardo.


19 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Cegueira mórbida.
Não consigo compreender.
Bfds

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
A riqueza depois da pobreza por vezes dá a volta á cabeça das pessoas e provoca nas mesmas alguns comportamentos mais impróprios . Não me parece que isso venha a acontecer neste homem , mas vamos esperar para saber !!
JAFR

Tintinaine disse...

A história está um bocado enredada, ao princípio, mas é assim que se cativa a atenção do leitor. Ginástica mental para manter o Dr. Alzheimer à distância!

chica disse...

Enredo bem tramado,gostando de ler! beijos, chica

Larissa Santos disse...

Oxalá esta sede de vingança não o traia :))

Hoje:- Numa saudade que rima com felicidade, sim

Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Concordo com o Pedro é uma cegueira bastante mórbida.
Um abraço e boa Primavera.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.


Isabel Sá
Brilhos da Moda

António Querido disse...

A horta e pessoal a curar feridas do Leslie, não me dão muito tempo livre!

BOM FIM DE SEMANA.

Edum@nes disse...

Das duas uma. Se o António pensa conquistar a filha do seu "inimigo". Não deve desistir. Mas se ao mesmo tempo pensa que ela não o vai aceitar. O melhor que tem a fazer será esquecer o pai e filha?

Tenha uma bom dia amiga Elvira. Um abraço.

Meu Velho Baú disse...

Estou seguindo com muita atenção esta trama....
Bom fim de Semana
Beijinhos

Gaja Maria disse...

É de ideias fixas mas cá para mim vai sair-lhe tudo furado :)
Abraço Elvira

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Desejo que se sinta melhor.
Continuo a acompanhar com muito interesse esta trama que tem todos os condimentos para agradar aos seus leitores.
Beijinhos e um ótimo fim de semana
Ailime

Janita disse...

Este, se não se cuida vai ter um enfarte um destes dias...Só trabalho e desejo de vingança nem lhe deixa ouvir a voz do coração...

Um abraço e bom FDS.

Os olhares da Gracinha! disse...

Gosto do capítulo...vou ao seguinte! Bj

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Como Gracinha, também, apreciei o capítulo, seguindo para o próximo!
Beijos!

aluap disse...

Boa tarde Elvira, nem tenho lido nada, ando numa fase de preguiça total, sobretudo durante a semana, mas hoje já li os capitulos que perdi e só me ocorre dizer que o culpado é quem inventou aquele provérbio "quem não se sente não é filho de boa gente".
Bom fim de semana e as melhoras.

Roselia Bezerra disse...

Fico preocupada quando vejo histórias de amor quado não se tem certeza de se estar enamorado deveras...
Ansiosa pelos próximos capítulos que estava para ler há tempos... hoje, consgui o tempo e estou gostando muito de tanto enredo.
Bjm carinhoso e fraterno

cata-vento disse...

Que obsessão a do António! Não percebo que queira "comprar" a Paula Maldonado se não a ama. O Homem é um ser complicado e neste caso ultrapassa o razoável. O enredo parece-me muito complicado mas a tua imaginação irá salvar esta delicada situação. Beijinhos

Rosemildo Sales Furtado disse...

Talvez a vingança maior Fosse uma reunião a sós com o Maldonado, com um relato completo do acontecido e, finalizada a reunião com o perdão. Quem sabe o peso da consciência o maltratasse mais?

Curioso e aguardando os acontecimentos.

Abraços,

Furtado