Acendeu a luz e atendeu. Era Clara para saber como ela
estava, e se precisava de alguma coisa. Acabaram combinando a hora para se
encontrarem na manhã seguinte.
Clara era uma boa amiga. Era da sua terra, tinham sido
amigas desde crianças. Depois o pai da jovem, fora trabalhar para Lisboa. A
princípio ia todas as semanas ao Algarve. Depois arranjou uma casa na margem
sul e a família mudou-se. Porém as duas jovens nunca perderam o contacto. Já
adolescentes chegavam a trocar as férias. Clara ia passar duas semanas à casa
de Beatriz, e na volta vinham as duas, para que a última passasse o resto do
mês em Almada na casa da amiga.
Beatriz, não tinha chegado a conhecer os sogros. Eles já
tinham morrido, quando conheceu Jorge. Segundo ele, o pai morrera de ataque
cardíaco, a mãe de desgosto, pela perda do companheiro de toda a vida.
Já era noite. Tinha que fechar as persianas. Foi até à
janela. Lá fora o céu estava estrelado. Havia poucas pessoas na rua. Quase
todas jovens. Fechou a persiana e foi fazer o mesmo nas outras divisões.
Voltou a percorrer a casa. Como se não soubesse bem o que
fazia, ou o que fazer. Pensou ligar para os pais. Será que eles tinham sabido
da sua situação? Eles não lhe tinham perdoado, o facto de ter fugido com o
namorado. O pai, homem rude e de princípios rígidos chegara mesmo a dizer que para ele a filha morrera.
Sem forças para contrariar o marido a mãe limitara-se a
chorar.
Não vieram ao casamento, apesar de os ter convidado, mas
ainda assim ela mandara-lhe a fotografia do casamento na igreja e o número de
telefone.
Algum tempo depois a mãe ligou-lhe. Sem o marido saber. E
foi assim nos últimos tempos. Quando a saudade apertava e a mãe estava só em
casa, ligava para a filha.
Beatriz nunca o fazia. Tinha receio de provocar a ira do
pai.
Se a mãe tinha ligado nos últimos tempos, ela não sabia.
Tinha saudades deles. Queria contar o que se tinha passado. Receber o carinho e
apoio deles. Mas receava a intransigência do pai.
Era melhor esperar pelo dia seguinte. Aconselhar-se com a
amiga.
17 comentários:
Bom dia
que ansiedade !!!
JAFR
Estou a gostar e a acompanhar a história.
Bjn
Márcia
Continuo a acompanhar com bastante interesse.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Pobre Beatriz, uma situação triste está vivendo! Tomara tenha coragem de ir até os pais e tomara seja bem recebida.Precisa de um abraço! bjs, chica
Se ela precisar de ajuda psicológica disponha!
Estou a gostar.
Abraço
Olá, Elvira!
Uma experiência e tanto, essa de Beatriz. Espero que ela tenha coragem de enfrentar o pai, e que seja bem sucedida, pois, uma situação dessas só a família pode dar melhor apoio.
Estou me sintonizando com o seu novo conto, Elvira.
Com o passar do tempo e com sabedoria tudo ficará em harmonia!
Bom fim de semana. Bj
A passar por cá para acompanha a história e desejar um bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Cenas de um quotidiano ainda presente..
Kis :=}
Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje! Será melhor Beatriz contar aos seus pais o que com ela se passou, de certeza se ela precisar de ajuda não lhe irão dizer que não!
Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Já deu para saber muito do que estava para trás e perceber perfeitamente a situação, embora só tivesse passado um dia !
Aguardemos o que irá acontecer ! ... mas está muito interessante ! :)
Abraço
Não deve ser nada fácil enfrentar tantos problemas sem apoio de retaguarda...
Vejamos qual vai ser a próxima etapa.
Bjinho, Elvia
Momentos de um quotidiano ... igual a muitos de nós! Bj
Acredito que ainda vão fazer as pazes, apesar do Pai ser rude e de princípios rígidos, vai-se render a esta desgraça da filha
Beijo amigo Elvira.
Oi Elvira
A gente tem que sofrer para aprender. Mas o pai um dia irá perdoá-la, com certeza.
Seguindo...
Beijos
Lua Singular
Até aqui a história não é muito triste, isto porque a Beatriz não é a mãe do Jorge, isto é, não vai morrer de desgosto, pela perda do marido.
Eu, particularmente, não acredito na indiferença do pai, com certeza ele atenderá aos apelos do coração e dará todo apoio a filha.
Abraços,
Furtado
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