Um sorriso rompeu no rosto
materno, tão luminoso como raio de sol em dia de chuva. Ela ergueu a mão, e acariciou-lhe os
cabelos, com a mesma ternura com que o fazia em criança, quando o filho
procurava a sua cumplicidade, nalguma travessura.
- Vai descansar, filho. Já é tarde e tens que levantar cedo. A viagem é longa.
- Vai descansar, filho. Já é tarde e tens que levantar cedo. A viagem é longa.
Obedecendo, o jovem levantou-se, e dando um beijo na face
enrugada, murmurou:
- Boa noite, mãe. Durma bem.
- Deus te abençoe meu filho. Que os anjos velem o teu sono.
Ao regressar à cozinha, Maria deu-se conta de que não tinham jantado. A mesa continuava posta, esperando a hora que já passara há muito. Encolheu os ombros, guardou a janta no frigorífico, apagou a luz e foi-se deitar.
- Boa noite, mãe. Durma bem.
- Deus te abençoe meu filho. Que os anjos velem o teu sono.
Ao regressar à cozinha, Maria deu-se conta de que não tinham jantado. A mesa continuava posta, esperando a hora que já passara há muito. Encolheu os ombros, guardou a janta no frigorífico, apagou a luz e foi-se deitar.
Acordou na manhã
seguinte com o delicioso aroma do café invadindo-lhe o quarto. Enquanto se
dirigia para o duche, os acontecimentos da noite anterior, desfilaram na sua
mente, como fita em tela de cinema. Adormecera tarde e tinha a sensação de
pouco ter dormido.
Deixou que a água resvalasse pelo seu corpo, como se fosse uma carícia
revigorante. Depois, com o corpo envolto na toalha, iniciou o escanhoamento do
rosto. Enquanto o fazia a imagem de Rita pareceu sair dos seus pensamentos, e
apareceu reflectida ao lado da sua, no espelho. Fechou os olhos e imediatamente
soltou um queixume. Acabara de se cortar...
Na cozinha, Maria acabara de barrar as torradas. O filho deveria estar a entrar
para o pequeno-almoço. Se bem o conhecia, não devia ter dormido grande coisa.
Nunca em toda a sua vida, vira o filho apaixonado. Namoricos, quando andava na escola,
sim. Tivera muitos. Era um cata-vento, muito mais interessado nos rabos de
saias, do que nos estudos. Depois subitamente acalmou, e nunca mais o viu
interessado em ninguém. Até à noite anterior. Aí, percebera, mais pelo seu tom
de voz do que pelas palavras pronunciadas que o seu menino deixara de o ser, e
era agora um homem profundamente apaixonado. Tentou imaginar como seria aquela
Rita. Seria uma boa pessoa? Seria capaz de fazer o filho feliz? Não parecia dar
muito crédito aos elogios do filho. Tinha idade e experiência suficiente para
saber que um homem apaixonado fica cego para tudo, menos para aquilo que ele
próprio idealiza.
- Bom dia, mãe. Hum que cheirinho delicioso – disse curvando-se para a beijar.
- Meu ou do pequeno-almoço? - Questionou ela rindo.
- Os dois, mãe, os dois – respondeu rindo também.
16 comentários:
Mãe sempre atenta...vigilante...cuidadosa!
Bom fim de semana e bj
Mãe sempre atenta...vigilante...cuidadosa!
Bom fim de semana e bj
:)) ... "A coisa" promete !!! :)))
Veremos se a Rita lá está, ou se com o desgosto anterior também resolveu outras coisas ! (?)... :))
Abraço
Curado está de certeza, só falta agora encontrar a Rita. Que não demore!!! Beijinhos, Elvira e um bom fim de semana. Não será grande coisa, eu sei, dada a situação do teu cunhado, mas que seja o melhor possivel. Até breve.
Emilia
Uma bonita cumplicidade entre mãe e filho.
Bjn
Márcia
Mais uma excelente parte desta maravilhosa história. Sempre a acompanhar. Beijinho grande
elisaumarapariganormal.blogspot.pt
Gostei do capítulo, cheio de doçura e ternos carinhos...
Bom sábado, Elvira...
Abraço
~~~
Como sempre muito bem narrado e escrito.
Que o fim de semana seja o mais sereno possível...
Abraço, estimada Elvira.
~~~~~~~~~~~~~~~~
A passar para acompanhar a história. Ai essa torradinha da imagem já ia!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
LINDO ESSE CAPÍTULO,QUERIDA AMIGA.
MOSTRA A CUMPLICIDADE ENTRE MÃE E FILHOS,QUE É TÃO IMPORTANTE.
VOCÊ DEVIA ESCREVER UM LIVRO DE CONTOS,PORQUE É MAGISTRAL NESSE ESTILO!
Seu blog está na lista de Meus Blogs favoritos à direita do meu.Basta olhar!
Tem post novo no meu blog!
Obrigada por sempre me visitar e deixar seus carinhosos comentários.
Comente mais de 1 post,porque tem muitos nas "Minhas Categorias" à direita,ok?
Feliz e abençoada semana!
Beijos sabor carinho
Donetzka
Blog Magia de Donetzka
Ainda agora a procissão vai no adro! Muita água ainda irá correr por baixo da ponte. Algumas peripécias irão ocorrer até ao desenlace deste conto, referente a Pedro e Rita!
Boa noite e bom fim de semana, amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
"Com três letrinhas apenas
Se escreve a palavra Mãe,
É das palavras pequenas
A maior que o mundo tem."
Que a palavra MÃE, seja sempre uma das mais bonitas, como bonito é o AMOR DE MÃE.
Devo confessar-lhe, Elvira, que a sua relação com as palavras está cada vez mais apurada: cinge-se ao essencial, dá-lhes a cor (vida) necessária, a pontuação - essencialmente as vírgulas - começa a entrar nos eixos. Depois, naquilo que escreve, ressalta a sua visão ideal de vida, a vontade de que, no objectivo de vida de cada um, prevaleça a harmonia, a sabedoria, a vontade de bem fazer as coisas...
Parabéns, Elvira!
Um beijinho :)
Um começo de dia promissor.
Aguardo os desenvolvimentos.
Beijinho
Ruthia d'O Berço do Mundo
Boa tarde Elvira,
Momentos ternos e a ansiedade da mãe...;))!
Beijinhos,
Ailime
Cheguei para acompanhar o conto e continuo gostando.
Abraços,
Furtado
Enviar um comentário