Enquanto a água lhe acariciava o corpo perfeito, Francisca pensava na loucura que acabara de cometer, recordando a vida e as situações que a levaram até ali.
Ela fora uma criança feliz. Nascera numa família não
muito abastada, mas os pais sempre se preocuparam em que não lhe faltasse nada.
Quando terminou o Secundário, Francisca quis ir para a Universidade, mas o seu
pai não deixou. Alegou que estava velho, podia faltar a qualquer momento, e o
que ela precisava era de um marido que lhe desse apoio quando isso acontecesse.
E mais, Jorge o filho do seu amigo Manuel estava interessado nela, e até já
tinham falado sobre o futuro casamento. Incrédula e revoltada, Francisca
negou-se a receber o rapaz, e pensou até em fugir de casa. Porem a mãe disse que a sua fuga seria a morte dela, e chorou tanto que Francisca cedeu. E
conheceu Jorge.
Ele era um rapaz educado, atencioso, e muito bonito.
Mimava-a tanto que aos poucos venceu a relutância da jovem em relação ao
casamento.
Casaram no dia em que Francisca completou vinte e dois
anos.
Um ano depois o pai de Jorge morreu. O filho vendeu a
casa e umas terras que o pai lhe deixara, e mudaram-se para Coimbra, onde abriu
uma loja de artigos de desporto.
Francisca nunca conhecera a sogra, pois ela morrera
quando Jorge era ainda uma criança.
No ano seguinte ficou grávida, e o marido tornou-se ainda mais carinhoso com ela. Mas apesar de tudo, Francisca sentia-se
insatisfeita. Seria amor o que sentia pelo marido? Sempre imaginara o amor como
um sentimento muito forte, algo avassalador, que a pusesse trémula de desejo e
a fizesse perder o juízo nos braços amados. E não era nada disso que ela
sentia nos momentos de intimidade com o marido.
Sentia-se segura, protegida e amada por ele. O resto…
tinha que pensar não passavam de sonhos idiotas de uma menina romântica.
Simão nasceu, e Francisca deixou o emprego para cuidar do
filho. Mais tarde, passou a ajudar o marido na loja, e a
convivência a toda a hora com o marido trouxe alguns atritos pela diferença na
maneira de pensar.
Algum tempo depois ficou grávida de novo. Mas a notícia não agradou
ao marido que ultimamente parecia andar sempre aborrecido.
21 comentários:
Acompanhando ,curiosa, gostando muito! bjs, chica
Continuo a acompanhar e estou a gostar do desenvolvimento.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
OLÁ BOM DIA!
Sempre muito bem acompanhada com os seus contos, eu sigo os passos!
Com o meu abraço.
Interessante! Li as partes anteriores de uma vez só!
Fico à espera dos próximos capítulos...
Beijinhos
Fico a pensar se o homem sofreria da síndrome do Pinto da Costa!
Depois de soltar uma gargalhada com o comentário do Tintinaine, deixe que lhe diga, Elvira, fico aqui a torcer para que a Francisca se enamore pelo actual marido e sinta esse tal frémito percorrer-lhe o corpo, quando for abraçada.
As Franciscas não costumam ter sorte aos amores. Digo isto, cá por coisas...
Um abraço.
Casamentos por encomenda,
sem amor, não têm fim feliz
há sempre um que se aborreça
e começa a torcer o nariz?
Quando isso acontece,
o melhor será a separação
quanto mais a água aquece
mais doloso será escaldão?
Boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Soube-me a pouco. Queria mais. Vou ter que vir aqui assiduamente para não perder pitada.
Bjn
Márcia
Histórias de vida onde escorre a alma do povo.
Não consigo imaginar o que aí vem.
Bfds
Abençoado final de semana!!!!!!!!!! Beijos
E agora?! Vamos adiante p ver aonde o contrato nos leva...
Suspense e ação...
Um beijo... MUITA PAZ...
Um "Estranho Contrato" que não tem "pernas para durar", vencendo sim o do casamento !
Um homem e uma mulher necessitam de muito mais que uma ligação no papel ! Ambos precisam de um amor ! A presença diária (sem compromissos), não me parece que leve qualquer deles a procurar esse novo amor fora de casa e muitos menos levá-lo à sua própria casa ou a qualquer lugar.
Mais tarde ou mais cedo o verdadeiro amor despertará entre eles, ou por via natural ou através da apreciação que cada um verá da dedicação "do outro" aos seus (do outro) filhos, logo, o desejo e e a consumação do matrimónio !
Será assim cara escritora ? ... Veremos ! rsrsrs
Oi Elvira,
Meu primeiro casamento não foi por amor, pois meus "pais"não queriam que eu estudasse mais, então sabia que um primo gostava de mim, viajei até S.Paulo e na volta veio me trazer de trem
Casamos e logo veio sua morte. Fui me apaixonar pelo meu atual marido. Pode? Amor não tem idade para acontecer. Em um ano e meio fizemos o casamento do ano na cidade. Meu vestido ficou caríssimo e a igreja lotada para ver o casamento da viúva que teve 3 dias de lua de mel fora. Meu pequeno tinha 9 anos e minha prima de São Paulo ficou com ele.Somos felizes e hoje meio adoentada ele cuida de mim.
Todos têm direito ao amor
Beijos
Lua Singular
Oi Elvira
Como é bom viver com um grande amor
É um belo sonho realizado
Beijos
Minicontista2
O casamneto...Sem amor!
Bj
Bem, agora terei de atar as pontas. Fá-lo-ei quando vier ler o VI Capítulo.
Bj
Olinda
pois...o desgaste de um casamento e suas consequências...
vamos continuar
beijinho
:)
Oi Elvira! Conhecendo um pouco da Francisca e aguardando os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
Sou bem curiosa quando começo a ler história. As ideias fica a mil por horas. Vamos aos próximos capítulos.
Bjs!
Que se passará, com o marido?
Enviar um comentário