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22.1.18

A VIDA É... UM COMBOIO - PARTE XII





- Não brinques com esse tipo de coisas, amigo.
- Penso que a Teresa tem razão. Devias dar sumiço nessa aliança. É verdade que o Afonso foi um crápula, mas tu melhor que ninguém sabes que é injusto julgar todos pela mesma bitola. Além de que onze anos, é tempo mais do que suficiente para esqueceres e virares a página. És uma mulher muito bela, és uma profissional competente, e uma mãe extremosa. Mas pergunto-me se isso é suficiente para uma mulher jovem e saudável como tu. Desculpa se me estou a meter onde não devo, mas tanto eu como a Teresa gostamos muito de ti. Deves lembrar-te como te apoiamos e defendemos no escritório, quando fizeste a inseminação menos de um ano depois de teres ficado viúva. Talvez porque a vida não quis dar-nos a alegria de sermos pais, e tu tens idade de poderes ser nossa filha, sentimo-nos um pouco como se realmente fossemos da família. Falamos muitas vezes de ti e pensamos que deves sentir falta do abraço de um homem. E depois há o Martim. Não achas que ele sente a falta de um pai? O teu irmão, sempre foi muito independente, nunca fez muita companhia ao menino, e depois que casou, então nem deve aparecer na vossa casa, para ver como estão. Segue o nosso conselho, Amélia. Deita fora essa aliança e dá uma nova oportunidade a ti mesma. Olha, a Teresa sempre diz, que a vida é como um comboio. Durante anos vai passando por ti, e nem lhe ligas. Mas na maioria das vezes quando te decidas a apanhá-lo, é tarde demais, já desativaram a linha.
- Vou pensar nisso, Carlos, mas não prometo nada. Está quase na hora de saída do Martim, se não precisas de mim, já nem entro. Por favor dizes ao Pedro que guarde tudo, e que amanhã de manhã eu vejo o que ele precisar?
- Vai descansada. O dia hoje foi complicado. Amanhã depois de verificares o trabalho dele, vai ter comigo. Temos muitas coisas para analisar. Dá um beijo ao Martim.
- Obrigado por tudo. A ti e à Teresa. Nós também gostamos muito de vocês.
Saiu do carro do amigo e colega e dirigiu-se ao outro lado do parque onde estacionara o seu veículo.
Não sabia o que se passava com ela, mas de há uns tempos a esta parte trazia um grande desassossego no corpo e na alma.
Pôs o carro a trabalhar, e arrancou em direção à escola do filho, enquanto recordava o que os amigos lhe tinham dito. Há onze anos que tinha ficado viúva e nunca mais tinha tido nenhuma relação. O trabalho e o amor do filho preenchiam por completo a sua vida. Então porque é que ultimamente se sentia tão desassossegada? Seria uma questão hormonal?
E tudo tinha piorado, desde que no fim-de-semana, tinha encontrado Paulo Guerra. Aquele homem perturbara-a. O seu olhar, poisava nela, de uma forma atrevida, como uma carícia. Ou então era a sua imaginação  que lhe pregava uma partida. E por ironia do destino, era ela quem ia cuidar dos interesses jurídicos dele.



23 comentários:

chica disse...

Tá mesmo na hora dela dar chance pra si mesma e ser feliz! Vamos lendo e imaginando! bjs praianos,chica

Pedro Coimbra disse...

O destino marca a hora, não era assim?
Continua a ser.
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

bom dia
depois de uma aliança que não correu bem , uma nova aliança poderá surgir !!1
JAFR

Larissa Santos disse...

Bem, já começa a ficar desassossegada e isso é bom... Siga para outro episódio.

Hoje temos para si:-Mermurios em desnorte.
-
Bjos
Votos de uma óptima segunda feira.

António Querido disse...

É assim que o destino marca a hora, as coisas acontecem quando menos se espera e o corpo dá sinais do Paulo Guerra.

O meu abraço e ótima semana.

noname disse...

Esta história, está uma maravilha

Bom dia Elvira :-)

No Reino do Infinito disse...

E vai na volta a aliança ainda fica para o próximo "casamento" ;)
Estou a adorar cada palavrinha!

Infinitos rendidos às suas histórias!

O meu pensamento viaja disse...

Boa semana, Elvira!
Beijo

Rui disse...

Tudo bem encaminhado pelo destino ! :) Aguardemos !
Uma boa semana, Elvira.
:)

Cidália Ferreira disse...

Gostei do episódio. Algo se começa a desenvolver, Looool

NEXT....

Recordo com saudade, o teu carinho. (Poetizando)

Beijo e uma excelente semana

Anete disse...


Um segundo tempo sempre traz outras esperanças... Vamos ver se ela se dispõe...
Boa semana! Bjs

Ailime disse...

Como irá reagir Amélia à sugestão dos amigos?
Vou continuar a acompanhar com muito agrado.
Beijinhos,
Ailime

Os olhares da Gracinha! disse...

E por certo vai dar a volta!!!bj

Teresa Isabel Silva disse...

Estou cada vez mais curiosa com esta história!

Bjxxx
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Andre Mansim disse...

Olá minha querida amiga!
Estou voltando a blogosfera e já me deparo com mais um de seus ótimos contos em andamento.
Estou a algum tempo afastado mas aos poucos vou me inteirar das coisas por aqui.
Obrigado pela dica da cebola lá no meu blog.
Vou fazer essa experiência.

Um grande abraço!!

aluap disse...

Eu costumo dizer "quem quiser apanhar o comboio, melhor, quem não quiser fica para trás".
Afinal o título desta história não é assim tão maluco!
Boa semana.

Janita disse...

E, neste comboio da Vida, Paulo e Amélia já seguem na mesma carruagem. Veremos se tudo vai correr sobre rodas.
Algo me diz que pai e filho se vão aproximar e entender às mil maravilhas. :)
Já foi muito bom o Paulo ser de visão ampla e homem de fibra, com capacidade de gerir o negócio que herdou do tio.

Um abraço, boa semana, Elvira

Edum@nes disse...

Penso que Carlos tem razão,
nos conselhos que dá a Amélia
para o sossego do seu coração
e mais para a felicidade dela!

Tenha uma boa boa amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Gaja Maria disse...

Verdade. A vida é um comboio que devemos apanhar....

Cantinho da Gaiata disse...

Estamos a andar sobre os carris da carruagem, parece-me que o coração está a vacilar.
Temos novidades!😁
Bjs

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Ironia do destino ou não, mas a vida está dando uma nova chance a ela, tomara que aproveite.
Beijos!

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Eu é quem saiba. Ficar viúva com filho de 2 anos, morando numa avenida de uma cidade grande.
Voltei para o interior e casei-me depois e 7 anos de viuvez e estamos felizes até hoje.
O menino, por uma decepção não se casou e mora comigo por enquanto. O ano que vem vai mudar.
Beijos
Lua Singular