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19.9.17

À MÉDIA LUZ - PARTE XIX


Chegou nessa noite, e foi direto para casa dela. Estava morto de saudades. Fizera todos os possíveis para se esquecer dela, durante aqueles dias, procurara divertir-se com outras mulheres, mas nenhuma conseguiu romper a armadura com que aquele novo sentimento o vestira. Estava irremediavelmente apaixonado, por aquela mulher maravilhosa de corpo e alma. Uma mulher que por lealdade ao amor filial era capaz de tudo, até de se arriscar a ser presa. E ele queria essa capacidade de amar e de se dar para ele. Mais do que querer. Necessitava-o com toda a sua alma. Resistira. Claro que resistira, nunca pensara em casamento, nunca sentira aquela necessidade de ter, e de se dar a uma determinada pessoa. Nos seus relacionamentos anteriores, nunca esteve nada em jogo, que não fosse o sexo, quanto mais prazeroso melhor. Com ela foi diferente desde o primeiro momento, e não porque não lhe despertasse a libido. Santo Deus, nunca tinha tomado tantos duches gelados. Mas sempre soube, que no dia em que se deitasse com ela, não se contentaria com menos do que o resto da sua vida. E era disso que ele tinha medo. Disso que fugia. Aqueles dias de ausência, acabaram com toda a sua resistência. Estava ansioso por chegar, por apertá-las nos braços e beijá-la até se cansar. Até se cansar? Tinha a certeza de que nunca se cansaria. Apanhou um táxi no aeroporto, e deu a morada dela. Ansioso por a ver, tocou a campainha, uma, duas, três vezes.
Franqueou-lhe a passagem, surpresa com a mala que carregava. Ele entrou, largou a mala, e pegando-lhe num braço puxou-a para si e sem deixar de a fitar, beijou-a. Um leve toque na boca, como que um roçar de ave, que a fez suspirar e entreabrir os lábios, e logo ele a invadiu num beijo urgente e desesperado, que os deixou sem fôlego. Ela apertou o seu corpo contra o dele, numa entrega que o enlouqueceu. Finalmente afastou-a um pouco, sem deixar de a fitar, nem de a abraçar.
- Amo-te. Sabes isso não sabes? – Perguntou a voz enrouquecida pela paixão.
Confirmou com um gesto mudo, uma lágrima rolando pela face.
-Também me amas, mas…? – Perguntou preocupado com a sombra de tristeza, nos olhos dela.
-Não pode haver futuro para nós, enquanto o nome de meu pai, não for reabilitado. Não quero que os meus filhos saibam que o avô esteve preso, acusado de ter roubado a empresa do pai.
- Sandra, eu acredito na inocência dele. Mas não sei se conseguiremos prová-lo ao fim destes anos todos. Por favor, não condenes tu também o nosso amor.
- Talvez não seja tão difícil assim. O inspetor procurou-me hoje. Acredita que descobriu quem fez o desfalque, e pediu para arranjar um advogado e pô-lo em contacto com ele.


15 comentários:

chica disse...

Descobriram o amor que ali estava...Agora vamos torcer pra causa ser ganha, descoberto o verdadeiro criminoso, libertação do pai e um final lindo! Adorando! bjs, chica

Odete Ferreira disse...

Como sempre, a narradora a gizar muito bem a trama e a preenchê-la de atitudes apaixonantes.
(O meu palpite sobre uma outra pessoa a fazer o desfalque, foi certeiro)
Bjinho, Elvira

Cantinho da Gaiata disse...

Ohhh Elvira, é destes encontros que eu adoro, a paixão não aguentou mais.
Mesmo ao meu gosto.
Quanto ao Pai vai tudo correr bem, vão provar a inocência dele e vão pedir a indenização, fica rico, a filha vai viver o amor intensamente e assim acaba mais uma história. ..hehehe.
Beijinho muito grande.

Joaquim Rosario disse...

bom dia
ainda falta o mais importante nesta historia , mas já se começa a perceber que vamos ter um final feliz para estes dois que em principio parecia impossível .
JAFR

Mariazita disse...

Como tinha agora um tempinho... aproveitei para vir por a escrita em dia...
Li todos os capítulos atrasados, e o interesse aumenta a cada um que se lê.
Como não gosto de tentar adivinhar o que se segue... prefiro aguardar os acontecimentos :)))
Continuarei a acompanhar.

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar com interesse.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Rui disse...

Está a leitura em dia, Elvira !

Admira-me muito a sua capacidade, não só de escrita, mas sobretudo de engendrar tramas perfeitas, bem urdidas e sempre num crescendo de expectativa por parte dos seus leitores !
Está óptimo este conto !!!

Abraço :)

Edum@nes disse...

Se o amor é louco. Enlouquece a paixão. O desejo aumentando. Até quando irão. Resistir à tentação?

Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Bell disse...

Mistério.
Ela não deve temer viver esse amor.
Precisa se libertar de td isso ai.

bjokas =)

Teresa Isabel Silva disse...

Venha mais história!

Bjxxx
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Marina Filgueira disse...

¡Hola Elvira!

Que bello es seguir los capítulos, de esta forma uno se va enterando de como marcha el asunto de esta pareja.
Bueno, ella lo tiene bien amarrado mientras que no saque a su padre de prisión… Seguro que el pobre hombre será inocente... ¡Amiga Elvira, que Arte la tuya gran mujer de talento y talante! Pues para plasmar más de una trama, o sea muchas llevas escritas y se necesita, primero sabiduría intuición y una especial agilidad mental.

Veo con interés que tiene sal y pimienta, o-sea, los ingrediente para textos inteligentes y al mismo tiempo un pizco de humos que hoy me saco un sonrisa.
Te felicito. Y admiro. Gracias por compartir tu gran habilidad.
Un beso, reina.

Ah, si te apetece tráete mi regalito y lo pones aquí en este precioso rincón. Seguro que luce. Gracias.

redonda disse...

Muito arrebatado o Gabriel e agora recua ela, não está bem!
O avô estar preso não deveria ser impedimento para terem um futuro e existirem os netos

um beijinho e uma boa noite

Smareis disse...

Boa noite Elvira!
Vou voltar lá atrás pra entender a história. Volto amanhã.
Continuação de boa semana!
Um beijo!

Anónimo disse...

Boa noite Elvira, passando pra desejar um feliz fim de semana.
Abraço!

Rosemildo Sales Furtado disse...

Está me cheirando a final feliz. Gostando e aguardando.

Abraços,

Furtado