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19.1.17

UMA HISTÓRIA DE AMOR - PARTE XIX


Acabara de fazer a mala. Pegou no telemóvel e fez uma chamada.
- Mãe vou a caminho do aeroporto. Parto dentro de duas horas, com destino a Barcelona. Sabes que há muito tempo desejava visitar esta cidade.
Escutou por momentos:
-A Paris? Para já não. Ainda não me sinto preparada. Quando o fizer digo-te. Vou dando notícias. Dá um beijo a todos por mim.
Desligou, e chamou um táxi.
No dia seguinte, estava em Barcelona, mas deu-se conta que não conseguia elaborar um programa cultural de visitas, pois não conseguia deixar de pensar em Simão.
É como dizia Horácio. "A negra preocupação monta sempre à garupa do cavaleiro".
Percebeu que não lhe adiantava fugir. Precisava descobrir o que se passava com ela. Que sentimentos albergava no seu peito.
 A visita a Barcelona seria de novo adiada. E nessa mesma tarde viajou para Paris. Mas contrariamente ao que tinha dito à mãe, não a avisou.
Tinha a morada de Simão, há dois anos. Tinha-lha dado o seu irmão João, numa altura em que pensava ir a Paris. Depois acabara por desistir da viagem. Não sabia se ainda morava no mesmo sítio, mas não tinha ouvido qualquer comentário sobre mudança. De qualquer modo, havia de encontrá-lo. Em último caso iria à galeria de arte, onde costumava expor as suas obras, e pediria a morada. Decidida, apanhou um táxi no aeroporto, para a morada que tinha.
A porta do prédio, estava aberta, e subiu as escadas até às águas furtadas. Uma tarefa complicada com os saltos altos e a mala de viagem. Sentia-se muito cansada, não sabia se pela longa escadaria, se pelo seu sistema nervoso. O coração batia-lhe tão forte que parecia querer saltar-lhe do peito. Por fim tocou a campainha. Pouco depois a porta abriu-se. Surpresa, alegria, emoção. O rosto dele, era um poema feito de emoções.
Descalço, envergando umas calças de ganga, o tronco nu, Simão passou a mão pelo cabelo murmurando:
- Vieste!
E ela tremente, sem deixar de o olhar:
-Vim.
Então ele baixou-se para apanhar a mala e disse:
- Entra. Desculpa receber-te assim. Não sabia que vinhas, estava a embalar as últimas telas para a exposição. Vêm buscá-las logo de manhã.
Pousou a mala junto à porta, pegou o polo abandonado sobre o sofá e vestiu-o. Depois calçou os ténis.
Reparou que continuava de pé.
- Senta-te. Deves estar cansada.
Pegou-lhe na mão e esse contacto fez com que tremesse da cabeça aos pés. Sentaram-se no sofá. Perguntou suavemente:
- Porque vieste, Ana?
- Porque não conseguia esquecer o teu beijo.
Assim, simples e direta, fizera a confissão. Abraçou-a emocionado. Sem deixar de a fitar disse:
- Sabes que te amo. Amo-te tanto que me dói o peito. O maior sonho da minha vida, é viver a teu lado. Deitar-me contigo, e acordar a teu lado todos os dias da minha vida, é a minha noção de felicidade.
Falava devagar, calmamente como quem fala com uma criança. Não queria assustá-la.


15 comentários:

Joaquim Rosario disse...

BOM DIA
SUSPENSE
JAFR

Isa Sá disse...

Acompanhando a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

António Querido disse...

Ela teve uma decisão muito arriscada, sujeitando-se a encontrar por detrás da porta das águas-furtadas a ama, a empregada, ou a cozinheira...
Que encontro mais lindo e amoroso a ver a Torre Eiffel!

O meu abraço.

Anete disse...

Uma história de muito amor... Que bom que tudo tá sendo esclarecido e favorável ao romance deles...
Abraço nesta tarde...

Tintinaine disse...

Com o frio que está, adivinho que o clima vai aquecer naquelas águas furtadas, em Paris.
E isso é bom!

Prata da casa disse...

Finalmente uma luz ao fundo do túnel para estes dois amantes.
Bjn
Márcia

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


não sei se a decisão dela foi a mais acertada...acho que foi muito arriscada, mas, vamos aguardar o que a autora nos reserva.

beijinhos

:)

maria disse...

O Simão parece ser realmente um homem encantador!

Gaja Maria disse...

A Ana já não vai conseguir voltar a trás e o amor vai vencer :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Pronto, Deus meu
perdi-me
aconteceu

vamos a ver se consigo
apanhar o fio à meada

Odete Ferreira disse...

Aguardando o que a contista reserva ao leitor.
Bjinho :)
(Voltei a ver a lista; não me encontrei - http://portate-mal.blogspot.pt/ )

Pedro Coimbra disse...

E é o começo de um grande amor entre irmãos que nunca o foram verdadeiramente.
Um abraço, bfds

Os olhares da Gracinha! disse...

O verdadeiro amor tem momentos assim!!!
Elvira não sei onde fica Pavia!
Quando saí de Ferreira do Zêzere pus "Évora" no GPS e passei perto daquela localidade mas se pertence a Mora ... deve ser aí perto!
Bj

Edum@nes disse...

Ao seu coração,
Ana fez a vontade
nos braços de Simão
procurou a felicidade!

Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Em se falando de amor, amei a postagem, está esquentando
Beijos no coração
Lua Singular